Os dias passavam, e a intensidade das nossas conversas cresciam. Brian compartilhava detalhes sobre sua vida como enfermeiro anestesista em Chicago, e eu, por minha vez, mergulhava no meu novo papel como instrutora de inglês. À medida que nos abríamos sobre nossos dias a dia, as palavras ganhavam vida, e nossas experiências convergiam virtualmente.
Brian prometia dedicar cada momento quando estivesse no Rio, construindo memórias que ecoariam para sempre. Enquanto ele me contava sobre sua vida profissional, eu imaginava as possibilidades de explorar o Rio juntos, compartilhando as nuances de nossa cultura.
As mensagens de João, por outro lado, surgiam como fantasmas do passado. Ele pedia que eu esquecesse totalmente a possibilidade de um retorno ao nosso relacionamento, mas, naquele momento, minha atenção estava voltada para a expectativa de conhecer Brian e viver esse novo romance.
Brian se tornava uma presença vibrante, colorindo meus dias com promessas de aventuras e momentos especiais. Diante dessas perspectivas, eu me encontrava em um delicado equilíbrio, navegando entre o passado que ainda tentava se fazer presente e o futuro que começava a se desenhar em tons de empolgação e possibilidades.
Durante uma de nossas videoconferências, Brian teve a oportunidade de conhecer Letícia, uma das minhas amigas.
Letícia, apesar de não falar inglês fluentemente, expressava-se de forma espalhafatosa, repleta de gírias que causavam um certo desconforto a Brian. No entanto, ele, com seu português já proficiente, conseguiu superar as barreiras linguísticas, mesmo enfrentando algumas dificuldades na comunicação. Após o encontro virtual, Brian confessou-me que estava nervoso na interação com Letícia, apesar de gostar quando conversávamos, pois eu tinha paciência com seu português em desenvolvimento. Essa revelação mostrou uma vulnerabilidade genuína nele, destacando a importância da nossa conexão.
E então, chegou o tão aguardado dia em que Brian voaria para o Brasil, e a ansiedade preenchia o ar. A expectativa de finalmente encontrá-lo pessoalmente trazia consigo uma mistura de emoções, desde a empolgação até a incerteza do que o futuro reservava. O aeroporto seria palco do reencontro que há muito tempo aguardávamos, e as promessas de memórias duradouras estavam prestes a se tornar realidade.
O coração acelerou quando Brian comunicou que já estava em solo carioca. Apesar do desejo imediato de nos vermos, a realidade do trabalho e da faculdade impunha suas limitações naquele momento. Mesmo diante da oferta generosa de Brian de cobrir qualquer custo para nos encontrarmos naquele dia, eu recusei, consciente de que precisava estar disposta e em um ambiente mais adequado para o nosso primeiro encontro presencial.
A decisão foi adiada para o dia seguinte, quando eu estaria mais descansada e disponível para um encontro mais tranquilo. Brian compreendeu minha posição, expressando que só estar na minha presença já era gratificante o suficiente. No entanto, a ansiedade por nos encontrarmos pessoalmente permeava cada palavra.
Na sexta-feira, combinamos de explorar a Lapa juntos. Uma escolha que, além de representar a vibrante atmosfera carioca, proporcionava um ambiente público e descontraído para o nosso primeiro encontro. Após dois anos de conversas e experiências compartilhadas, o momento de finalmente nos vermos cara a cara se aproximava, e as expectativas se misturavam a uma mistura de nervosismo e empolgação.
A ansiedade pulsava enquanto me preparava para encontrar Brian na Lapa. Antes desse encontro, ele já tinha explorado diversos pontos turísticos cariocas com seus amigos, demonstrando um pique surpreendente e uma incrível capacidade de reconhecimento desses lugares icônicos. Um dia, eles estiveram acompanhados por um guia, e os amigos de Brian, todos negros e muito atraentes, complementavam a experiência turística.
