único.

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Han estava furioso, ah, como estava.

Ele e o noivo se encontravam no enorme salão de jantar no prédio da empresa de Minho, lá eles se reuniam com os colegas de trabalho do moreno. O problema era que, desde que saíram de casa, o Lee não tinha o dado um pingo de atenção, nem um mísero pinguinho! Ele preferia beber com seus amigos mafiosos do que fazer companhia para o próprio noivo; Jisung ficou muito irritado com isso.


(...)

Lee Minho herdou a máfia mais famosa da Coréia após a morte de seu pai, que deixou tudo para a esposa viúva e seu único filho; a mãe de Minho não quis continuar comandando os negócios do falecido marido, mesmo sempre estando ativa na parte financeira da máfia, então tudo foi passado para o poder de Minho. O moreno foi ensinado pelo pai desde de criança, o Lee mais velho sempre quis que ele tomasse o comando quando, por qualquer motivo que fosse, não pudesse mais ser o chefe. Sabia que seu negócio estaria em boas mãos. E assim foi feito. Minho administrava tudo com extrema perfeição; com certeza seu pai estaria muito orgulhoso.

Minho e Jisung se conheceram através de um de seus funcionários mais importantes; o Han era amigo de infância de Seo Changbin, mais conhecido como o braço direito de Minho. Changbin comentou com o moreno sobre Han, e o mais velho ficou curioso, não demorou muito para que Seo os apresentassem. De início, o mais novo pareceu recluso, sem saber aonde estava se metendo, mas após muitos encontros, se apaixonou completamente por Minho. Isso já fazia seis anos.

Minho era conhecido por sempre conseguir o que queria. E ele queria Jisung.

Han foi inserido naquele mundo por conta própria. Mesmo não participando ativamente da máfia e nem tendo ideia do que acontecia dentro dela, convivia diariamente com os colegas de Minho e em seu escritório; já tinha até feito algumas amizades com os funcionários do noivo.

O grupo principal era composto por sete pessoas, contando com Minho. Dentre eles estavam Seo Changbin, Lee Felix, Christopher Bang, Kim Seungmin, Yang Jeongin e Hwang Hyunjin. O resto da equipe era composta por seguranças e funcionários infiltrados em algumas corporações; sempre dispostos para Minho a qualquer horário do dia ou da noite. Cada um dos seis tinha uma função importante e comandava uma área diferente; Minho confiava sua vida a eles, que eram todos amigos há muitos anos.

O grupo gostava muito de Jisung. No começo, ficaram um pouco preocupados e inseguros, pois não sabiam as reais intenções do garoto ao querer se relacionar com o chefe, mas acreditaram em Changbin quando ele os disse que Han era alguém muito confiável e amável. Ele realmente era.


(...)

Felix chegou perto de Jisung, que estava sentado no sofá do escritório de Minho, de braços cruzados.

— Ei, Sungie, o que foi? — se sentou ao lado do amigo. — Porque não vai lá com a gente? Vai ficar sentado aqui sozinho em outra sala? — afinal, todos os amigos estavam no cômodo ao lado.

— Não sei, Lix... — o Han suspirou. — Sinceramente, cansei de ouvir vocês só conversando sobre os negócios. — acabou com o vinho que estava em sua taça em um único gole e deixou o objeto de lado. Felix suspirou também, não sabendo como consolar o amigo.

— Você sabe como o Minho é quanto a isso. Ele leva o trabalho muito a sério. — foi a única coisa que conseguiu dizer e os dois ficaram em silêncio.

Felix entendia o menor. Ele não era ligado diretamente à máfia, Minho também o deixava o mais longe possível disso, logo era aceitável que ele achasse chato que, toda vez que os amigos se reunissem, só falassem sobre isso. Mas também entendia Minho. O Lee era extremamente cuidadoso e perfeccionista quando se tratava de trabalho, e todos os seus funcionários sabiam disso, até porque não era uma coisa qualquer, e muito menos algo simples de se administrar.

— Ele nem falou direito comigo hoje. — quebrou o silêncio, sabendo que podia confidenciar isso ao loiro.

Assim que Felix abriu a boca para responder, Minho atravessou o batente da porta, se aproximando dos dois com uma taça de vinho em mãos.

— Vocês estão aqui. — falou sorridente.

— Oh, chegou na hora certa, chefe! — O Lee mais novo riu e se levantou, usando a última palavra em tom de brincadeira. — Eu vou encher minha taça e volto para continuarmos conversando. — levantou o objeto de vidro, mostrando-o vazio e saiu do cômodo.

Minho deixou sua taça com o líquido roxo pela metade em cima da mesinha de centro e se sentou ao lado do noivo, que continuava de braços cruzados e olhava fixamente para a frente. Esse comportamento não passou despercebido pelo mais velho, que conhecia Jisung como a palma de sua mão.

— O que aconteceu, amorzinho, hm? — o olhou de forma carinhosa e Jisung engoliu em seco. Estava bravo com Minho, ah sim, estava muito, mas não conseguia levar essa raiva a sério quando ele estava tão próximo de si, usando aquela roupa que o deixava extremamente gostoso.

Jisung moveu somente os olhos, tomando o rosto do noivo em seu campo de visão. Minho usava uma camisa preta, dobrada até os cotovelos, de botões - três deles estavam abertos - que estava por dentro de uma calça da mesma cor e sapatos sociais. Tudo meticulosamente arquitetado para manter seus músculos bem visíveis, e parte do peitoral também.

Suspirou pesado, retomando o olhar para o mesmo ponto fixo de antes, não queria se deixar levar pelo charme do mais velho.

— Desde que eles chegaram, você não me deu um pingo de atenção. — respondeu, sabendo que o noivo não gostava de quando perguntava algo e não obtinha resposta. Além disso, sempre mantinham o relacionamento à limpo, com todas as cartas na mesa. — Você praticamente não conversou comigo, Minho! Se trocou duas palavras foram muito... — resmungou a última parte. Dificilmente o chamava pelo nome, só fazendo isso quando realmente estava bravo ou chateado; isso não passou despercebido pelo moreno.

Dessa vez, foi Minho quem suspirou.

— Me perdoa, esquilinho. Não era a minha intenção. — Levantou a mão direita e fez carinho em uma das bochechas de Han, que virou um pouco o rosto para o lado contrário. Minho suspirou mais uma vez, já acostumado com a teimosia do mais novo.

Como estava sentado ao seu lado, virou um pouco o corpo, assim ficando de frente para o menor e o observando pelo ângulo de perfil, pois ele ainda estava virado para a frente.

— Eu acabei ficando animado com a nossa nova aquisição e também fazia tempo que não bebia com os meninos. Ficamos muito focados no trabalho nesse último mês, você sabe disso, teve que ficar comigo aqui no escritório porque praticamente não tive folga. E nós já conversamos sobre isso. — Minho continuou e Jisung bufou, estava ficando cada vez mais irritado. — Você sabe que o trabalho nunca será mais importante do que você, bebê, mas ele também não é brincadeira.

— Esse é o problema, Minho, eu cansei de não saber de nada. Tudo bem, você me traz para a empresa, mas a única coisa que eu faço aqui é zanzar pelos corredores e conversar com os seus funcionários. Toda vez que o grupo se reúne, vocês só conversam sobre trabalho! Eles também são meus amigos, poxa! Custa vocês passarem uma noite fingindo que não trabalham em uma porcaria de máfia?!

Minho sabia que o noivo tinha razão. Suspirou e sentiu a culpa cair em seus ombros.

— Hannie, me perdoa, de verdade. Juro que vou melhorar quanto a isso. Prometo pelo nosso relacionamento. Você é tudo o que eu tenho, hm? — falou sincero. — Você tem toda a razão. — novamente fez carinho no rostinho rechonchudo e dessa vez Jisung deixou de bom grado. — Vamos voltar lá com os garotos, prometo que não falaremos mais sobre trabalho pelo resto da noite.

— Só se você prometer que vai me deixar à parte de tudo daqui em diante. — o olhou com convicção, mostrando firmeza sobre o que pedia.

Minho respirou fundo, sabia que o noivo não cederia tão fácil. Tinha ficado manso rápido demais, claro que teria que ter alguma condição.

— Jisung, isso não está em negociação. — o moreno manteve o tom de voz baixo e calmo. — Prometi aos seus pais, assim que pedi a sua mão, que te manteria longe disso. E mesmo que eu não tivesse prometido, teria feito a mesma coisa. Eu só quero te proteger, não vou te envolver na máfia. — deu a mesma resposta de todas as outras vezes que conversaram sobre esse mesmo assunto. — E eu já te disse que nós já conversamos sobre isso, não irei repetir. — encerrou o diálogo por ali.

Han bufou e se levantou, impaciente com o rumo da conversa.

— Tudo bem, vou ir pra casa. Quero dormir. — virou para sair, mas seu braço foi segurado pelo noivo, que também se levantou.

— Hannie, tem como parar de ser teimoso por apenas uma noite? Seus amigos estão aqui. — ainda assim, o menor não cedeu, continuou com a face fechada e emburrada.

Minho resolveu ser firme dessa vez.

— Tudo bem. Você tem uma hora. — o noivo pareceu confuso. — Já te disse, Jisung, eu te dou uma hora. Após isso, você vai aprender a como parar de ser teimoso. — soltou o de cabelos castanhos e saiu, voltando para a sala de jantar.

Han foi deixado para trás, imóvel, pensando em como Minho ficava exageradamente gostoso quando tirado do sério, ainda mais dizendo o que pretendia fazer consigo. Mas, céus, agora ele estava muito ferrado.


(...)

Mafia Boss.Onde histórias criam vida. Descubra agora