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Em alguns momentos da minha vida eu pensei que estava louco, mas dessa vez eu tenho certeza que estou do jeitinho que o hospício quer. Minha mente viaja para várias lembranças como se fosse tudo apenas um flash de uma vez só, com todas as memórias passando em volta.
O melhor dia da minha vida. Papai e eu estávamos na sala com a nossa pequena e velha televisão cinza - que infelizmente pifava quando chovia - vendo programas chatos de culinária ou vendo competições de cavalos. Eu tinha treinado todo um discurso, por que? Bem, eu tinha ficado a tarde inteira no celeiro conversando com Pérsia, o cavalo mais jovem, e Edgar o mais velho sobre como eu iria me assumir para o meu pai. Papai não é tão duro ou alguém com a mente fechada, mas eu tinha medo de ser rejeitado, eu fiquei dando voltas e até mesmo saí para poder falar com as vacas, Brunnett, Mia e Jackie, O Trio da Marcação, é assim que eu as chamo, pois, elas têm a mesma marca em diferentes posições do corpo delas.
Voltando, eu conversei com elas e até chorei e tudo o que eu recebi foi um "Muuu!" das três como se fosse uma confirmação e então eu voltei para o celeiro com os cavalos já que as vacas ficavam no ar livre diferente dos cavalos, mas em dias de chuva nós colocamos elas junto com os cavalos, devidamente separados, óbvio. E então eu apenas coloquei água para cada um deles e fiquei fazendo carinho em Pérsia. Nada de favoritismo que eu também fiz em Edgar.
- Um dia, Pérsia, a gente vai correr por essa fazenda inteira igual ao papai e Edgar. - Eu olhei para os colares dos cavalos e sorri esperançoso enquanto acariciava a cabeça dela, eu era baixo, mas o pequeno banco no qual eu estou em cima fez um ótimo trabalho.
Os colares dos cavalos não são exatamente colares. Eles são colares, mas não são para os cavalos, eles ficam na entrada do celeiro na parte inferior todos eles pendurados sobre pregos, eles tinham nomes de todos os cavalos que já viveram e que já morreram no celeiro. Spruce era o nome do cavalo do meu avô e eu fiquei lisonjeado já que aquele cavalo era uma lenda! Venceu várias olimpíadas e corria tão rápido quanto um carro.
Infelizmente ele veio a falecer três semanas após meu avô, Lincoln Augustine, morrer de infarto. Papai disse que ele já estava velho e doente, mas nunca deixou de ser tão forte quanto um touro e então no outro dia papai foi alimentá-lo e o encontrou caído sem vida. Papai chorou a noite inteira, sua vida tinha sido bem triste desde então, até ele conhecer a minha mãe, a pessoa que me abandonou.
