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                                          Theo

— É sério mesmo que você acredita nessa baboseira de amor à primeira vista? — Pergunto incrédulo para Matteo.

— Mas é claro que sim Theo! Quantas e quantas vezes eu já não me apaixonei a primeira vista por uma mulher. — Reviro os meus olhos e começo a rir.

— Isso não é amor à primeira vista, isso se chama carência a primeira vista! — Matteo vira de frente para mim e me dá um leve soco no ombro.

— Carência é os meus ovos! Eu prefiro chamar de "amor à primeira vista momentâneo", você vê aquela mulher, tem aquela conexão, sua mente diz "é ela!", você come ela e pronto. Que venha a próxima! — Cubro meus olhos com minhas mãos e me levanto da espreguiçadeira onde estava deitado. Olho para Matteo e pergunto:

— "Amor à primeira vista momentâneo"? — Matteo abre os braços e sorri.

— O que eu posso fazer? Sou um homem romanticamente apaixonado pelas mulheres.

— Fique aí com seu romantismo, eu vou dar um mergulho. — Me afasto de Matteo e caminho até a piscina, um dos privilégios de ser um CEO é poder tirar férias quando eu bem entender. Só mais dois dias nesse paraíso chamado Cancún e tudo volta ao normal, retorno para a minha empresa e começo a lidar com todos os tipos de situações, desde clientes insuportáveis até secretárias quase jogando seus corpos em mim.

Eu sempre tive responsabilidades na minha vida e chegar onde eu cheguei me privou de muitas coisas, não tive uma infância agradável e minha adolescência basicamente se resumiu aos estudos. Sendo filho único de um grande empresário me fez amadurecer cedo e a cobrança em mim como sucessor de uma das maiores empresas de Nova York era como uma assombração. Depois que meu pai faleceu ele deixou todo seu império para mim e hoje eu honro tudo o que ele criou e conquistou. Minha mãe sempre me cobra netos e netas, diz que eu tenho que "deixar o meu legado", eu não preciso deixar meu legado tendo um filho, tenho os melhores ao meu redor e tenho certeza absoluta que vou deixar uma pessoa extremamente competente no meu lugar na S.S.I, não quero e não me imagino tendo filhos, muito menos me casar. A única coisa que me interessa é trabalhar e continuar honrando a minha empresa, e claro poder desfrutar dos luxos que todo o trabalho que eu tive pode me proporcionar.

Dou um mergulho na piscina e logo saio, caminho até o quiosque e me sento.

— Olá! Eu vou querer uma água por favor. — Peço.

— Aqui senhor. — Pego a água e pago. Tomo um gole singelo de água e observo as pessoas ao redor. Sinto uma presença ao meu lado e me viro. Vejo uma mulher sentada no bando ao lado do meu e assim que nossos olhos se cruzam ela sorri.

— Oi! — Ela diz.  Observo seu sorriso largo e a forma como ela insinua suas intenções com seu corpo quase nu em um biquíni extremamente pequeno.

— Olá! Posso ajudar em algo? — Pergunto. Ela olha para a minha boca e morde seu lábio inferior.

— Você poderia me ajudar em muitas coisas. —  Ela leva sua mão até a minha cocha e acaricia lentamente. Esse tipo de situação para mim se tornou algo recorrente, as mulheres tem ganância por homens ricos e poderosos. Querem tudo fácil, viagens, carros, dinheiro, para elas eu sou apenas uma máquina de dinheiro onde elas podem cravar suas unhas enormes mas, o que elas não imaginam é que comigo não é assim que funciona.
Para estar comigo eu tenho que querer, sou extremamente seletivo com quem anda ao meu lado e gosto de ser bem discreto quando se trata de mulheres. Eu tenho uma reputação a zelar e tenho uma grande empresa para administrar, a mídia vive querendo pegar furos para ganhar suas curtidas e comentários nas redes sociais, manchar o nome da empresa dos magnatas Smith com algum escândalo envolvendo sugadoras de dinheiro seria a minha morte.

— Diga o que você quer logo. — Ela se levanta e fica entre as minhas pernas.

— Eu te observei na piscina, gostei do que vi. Queria muito te convidar para o meu quarto agora. — Muitos homens iriam como cachorros no cio porém eu não funciono assim. Me levanto e fico de frente para ela.

— Bem convidativo. — Ela sorri e pega na minha mão já me guiando, retiro sua mão da minha e ela sem entender me olha.

— Mas não para mim! — Digo. Ela enruga a testa e diz:

— Não entendo, vamos?

— Não! — Digo.

— Porque não?

— Você chega do nada se oferecendo como um pedaço de carne aos leões, nem se quer diz o seu nome e não tem nem a preocupação de saber o meu. Me chama para foder você sem nem me conhecer e depois quando vocês mulheres são tratadas como putas querem reclamar.

— Eu não preciso saber de nada sobre você, olha o ambiente em que estamos? Acha mesmo que se você fosse um fodido eu teria te chamado pra transar? — Ela ri para mim e me dá o dedo do meio.

— Pega todo o seu dinheiro e enfia bem no meio do seu rabo seu viadinho. — Saiu enfurecida batendo os pés e confesso que me divirto com essa cena. Volto para a espreguiçadeira onde estava e vejo Matteo.

— Cara, que cena foi aquela? — Ele me pergunta.

— Mas uma vadia querendo dinheiro fácil. — Respondo me deitando.

— Sabe Theo, eu queria entender qual a porra do seu problema. Chove mulher pra você e você parece um repelente jogando todas pra longe.

— Não me envolvo com qualquer perna que se abre facilmente. Sou seletivo e você está cansado de saber disso, eu não sou a porra de um cachorro no cio Matteo.

— Seletivo até demais. — Olho para Matteo e ele cerra os olhos.

— O que foi porra? — Pergunto.

— Você não é viado não né Theo? — Bufo e me levanto.

— Esses anos todos sendo meu melhor amigo e é esse tipo de pergunta que você faz? Sério? — Matteo se levanta e diz:

— Cara, a última vez que eu te vi falando que comeu uma mulher foi no início desse ano. Nunca mais te vi com ninguém, você só trabalha! Precisa se divertir sabe? — Coloco minhas mãos na cintura e balanço a cabeça.

— A vida é mais do que mulheres Matteo, tenho responsabilidades, tenho uma empresa mundialmente famosa e tenho um legado pra seguir. Vou subir para o meu quarto. — Vou andando e deixo Matteo lá sozinho, eu odeio quando me cobram para ter alguém, odeio me sentir pressionado a fazer o que as pessoas acham que devo fazer.
A porra da vida é minha, eu sei o que eu quero e o que é melhor pra mim. Já tive cobranças demais na minha adolescência e agora que tenho as rédeas da minha vida eu tô cansado desses questionamentos. Entro no meu quarto e vou direto para o chuveiro, tomo uma ducha bem fria e fico ali por um tempo pensando em todo o trajeto da minha vida. Uma mulher ao meu lado resolveria os meus problemas ou aumentaria eles?

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Oie leitoras! Espero que tenham gostado do capítulo de hoje. Não esqueçam de comentar para ajudar nosso livro a crescer e de deixar sua estrelinha pra mim 🌟🖤
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