Stella Pierce é uma mulher forte, de 20 anos, que passou por cenários traumáticos durante toda a sua vida, tornando sua vida pra sempre um furacão cheio de caos e confusão, trazendo à ela sempre a desgraça de ilusões e pesadelos cansativos e uma rot...
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- Querida? Tá tudo bem? Quem era? - A voz da minha tia ecoa meus ouvidos e então eu finalmente saio da transe que eu estava, olho pra ela e vejo que ela estava abanando uma mão na minha frente, como se eu tivesse acabado de desmaiar.
- Ah, desculpa - Chacoalho um pouco a cabeça e volto a olhar pra ela - Era uma mulher, eu não sei quem é. Ela veio me oferecer uma vaga de emprego em uma marca de roupas em Nova York. - Minto, vai saber se eu posso dizer a verdade, não é? Eu realmente não sei oque eu tinha na porra da minha cabeça quando eu aceitei isso, eu sequer pensei antes, burra, burra e burra!
Será que eu tenho tempo de desistir? Pensar mais um pouco? Fugir? Não ir? Eu acho que não. A mulher foi firme em dizer que amanhã de manhã nós saímos, e nem pude fazer perguntas.
Mas, e a minha tia? Eu posso dizer sobre meu 'novo trabalho'? Vou abandonar ela de um dia pro outro, sério? Eu sou mesmo esse monstro? Eu não sei nem como vou falar pra ela que a viagem já é amanhã pra um lugar que eu nem sei se é seguro, sem deixar ela triste.
- Jura?! Querida, que ótimo!! - Ela quebra o silêncio da sala - A muito tempo eu esperava que você arrumasse um trabalho! - Ela diz com um sorriso largo batendo palminhas, só pode ser brincadeira que ela tá feliz que eu vou pra outra cidade. Sorrio pra ela com sua atitude animada e cruzo as pernas virando o corpo pra ela, pegando as mãos dela.
- Tia, me ofereceram isso mas, você prestou atenção na parte que dizia que é em Nova York? - Pergunto um pouco preocupada.
- Claro, querida! É uma cidade linda, enorme e chique! Combina muito com você, você precisa ir! - Minha tia diz empolgada, apertando minhas mãos.
Hesito por um tempo em falar que a viagem é amanhã, isso por mais que não vá machucar minha tia, vai me machucar, eu não tô tão pronta assim pra me despedir dela em só algumas horas.
- Tia... - Eu respiro fundo - A viagem é amanhã. - Falo baixo, esperando ela responder.
Confesso que esperava uma reação um tanto diferente, uma triste, talvez? Mas não, ela parecia mais feliz ainda, como se tivesse acabado de ganhar na loteria no mínimo cinco vezes.
- Melhor ainda! - Ela quase grita, se levantando do sofá e me puxando, me fazendo cambalear um pouco, e então sinto seus braços quentes e confortáveis em volta dos meus ombros - Vamos arrumar sua mala! Com tudo que precisa! - Ela diz animada enquanto eu solto um suspiro.
Não gosto de abraços, toques, beijos, carinhos, mas, é a minha tia, a mulher incrível que me acolheu quando os monstros dos meus pais me batiam, e só vou deixar passar dessa vez, porque vai ser uma das últimas.
Ela me solta e solto mais um suspiro, olhando um pouco chateada mas forçando um sorriso no meu rosto enquanto olho pra ela.
- A mulher disse que saímos amanhã as 8 da manhã, eu odeio acordar cedo. - Digo bufando e minha tia ri, puxando meu pulso até o meu quarto - Vamos arrumar tudo e amanhã vou acordar as quatro da manhã pra preparar o seu café da manhã de despedida e ter mais quatro horinhas com você! - Diz e subimos até meu quarto.
