Roier odiava a granja.
Odiava o cheiro da grama molhada, o fato da lama sujar seu tênis, os mosquitos picando-o em lugares horríveis, os animais da granja sendo barulhentos, o sotaque forte de todos que passavam lhe dando bom dia, as árvores soltando sua folhas por todo o chão. Tudo, odiava tudo.Roier nasceu e cresceu nas metrópoles mais movimentadas, as únicas árvores que lhe importavam eram as que apareciam no fundo de seus stories
Caminhou até o casarão que todos os funcionários ficavam juntamente de seu avô.
Assim que entrou deu de cara com um homem loiro, uma mecha de seu cabelo em um verde vibrante, este que carregava um saco de ração para gado acenou para Roier, seu sotaque era carregado e o pedaço de palha pendurado em sua boca deixava tudo mais cômico. Roier se lembrava dele, era Slime, sabia que era nascido daquelas terras e que tinha um namoro com um garoto que estudava na mesma faculdade que Roier.— Dia seu Roier! Faz uns tempo que ocê’ num’ vem pra cá! Como tá vida? — Roier riu singelo, era inegável o quão gentil o caipira era.
— Tá ótima, Slime, e você? Vai ficar por aqui na granja pra sempre ou tem grandes planos? — Roier perguntou, genuíno
O som de incômodo morreu na garganta de Slime, odiava o jeito que Roier falava do seu lar, com tanto desdém.
— Ah seu Roier, eu vou é ficar na minha terra com a minha gente! Eita que por sinal chegou um novo funcionário aqui na granja, um gatinho.
Roier riu, a curiosidade o tomou um pouco, seu avô sempre lhe contava quando contratava alguém novo, mas dessa vez o mexicano não fazia a menor ideia que quem era esse.
Foi então que ouviu a voz de seu avô entrar em seus ouvidos como música. Amava muito Abueloier, do fundo de seu coração, e amava passar tempo com ele, mesmo que significasse ficar naquele lugar que ele tanto repugnava.
— Para de atormentar meus funcionários, culero! — Abuloier disse entre risadas abraçando seu neto apertado.
Roier retribuiu o abraço.
— Te extraño abuelo, te extrañé mucho! — Disse ao se desvencilhar do abraço.— Ah meu neto! Vem para a cozinha, tem alguém que eu quero que você conheça. — Roier assentiu e seguiu o idoso até a cozinha do casarão, deixando suas malas na sala de entrada.
A cozinha era um ambiente confortável, o fogão era à lenha e a geladeira beirava ter a mesma idade de Abuloier, as panelas em cima do fogão espalhavam o aroma da feijoada recém cozinhada pela casa. As paredes eram de tijolos avermelhados e concreto, as partes de concreto foram pintadas com um leve tom de amarelo, as janelas de madeira de lei escura abertas e as cortinas de renda balançando a brisa terna.
Ao chegar na cozinha se deparou com um homem da sua idade, sentado à mesa com seus pés descalços, vestia uma regata branca e uma calça preta, um casaco verde amarrado a sua cintura e botas de jardineiro.
Outra coisa, além da estrutura física do loiro, que chamou a atenção de Roier foi o rosto e o cabelo do sujeito, seus cabelos loiros balançavam suavemente a brisa da manhã, uma única mecha branca em sua franja deixava-o mais bonito. Seu rosto era lindo, e seus olhos eram como um lago, não daqueles verdes, daqueles cristalinos que parecem falsos. Roier poderia facilmente pular nesse lago e se afogar.Engoliu seco, mas antes que pudesse se apresentar seu avô se sentou ao lado do loiro, batendo em suas costas e o xingando em espanhol. Era fácil de dizer que eram muito próximos. Roier sentiu uma pontada de ciúmes, não era nada grandioso, mas queria ser assim tão próximo de seu avô como aquele homem parecia, deuses, o homem provavelmente morava lá.
— Hola Cellbit! — Disse o idoso — Queria que conhecesse meu sobrinho que tanto falo, Roier —
Cellbit o olhos da cabeça aos pés, e depois encarou Abueloier, rindo leve.
— Então você é o famoso Roier? — Sorriu ladino — É um prazer conhecê-lo.
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You. - Guapoduo
FanfictionRoier é filho de uma família muito rica, e sempre viveu sua vida nas grandes metrópoles, até seu avô o chamar para passar um tempo em sua granja. E talvez, um loirinho irritante o faça perceber que seu preconceito com o lugar é fútil.