Relatos de Uma Adolescência Comprometedora

Capítulo 2

Ao entrar na escola acenei para o Tio Emerson, porteiro do local e amigo de todos por aqui.

Fui direto para minha sala, pois existia uma pessoa que eu queria muito encontrar: minha melhor amiga.

- ALESSIA! - exclamei ao olhar a menina de cabelos loiros e franja que passava maquiagem às 7 horas da manhã. 

- SOPHIA! - respondeu Alessia com aquele sotaque italiano encantador que só ela tinha. 

- Como foi de viagem? Comeu muita pizza? Foi até Pisa? Sentiu falta de mim? Presentes? 

- Bom, a viagem foi incrível e tirei mil fotos para o Instagram, viu?  Pizza não é um dos meus pratos favoritos, prefiro Tteokbokki que é um prato deliciosíssimo coreano - sim, ela era uma italiana louca pela Coreia do Sul - Acabei não passando em Pisa. Senti MUITO sua falta claro e lhe trouxe um presente, mas está em casa, depois da aula vamos lá que te dou. 

- Quero ver se esse presente está para uma amiga tão maravilhosa como eu - disse rindo. 

- Claro que está, dona Sophia. Por acaso dou presentes ruins para quem gosto?

- Obviamente não, dona Alessia. 

Nos olhamos e começamos a rir, até que entrou o professor Aldo, responsável por nossa turma. 

- Bom dia, segundo ano! Espero que tenham tido boas férias! Esse sano teremos um novo aluno - quando ele acabou de dizer isso, percebi alguém se aproximando, provavelmente, o aluno novo - Pessoal, este é o Henrique, sejam gentis e apresentem a escola para ele quando tiverem a oportunidade. 

O menino não disse nada, apenas sorriu e se sentou no lugar vazio.

Todas as meninas começaram a falar sobre a beleza do rapaz de olhos verdes e cabelos castanhos, alto e aparentemente, tímido.  

- Sophia, o que você achou dele? - perguntou baixinho minha grande amiga. 

- Apenas um rapaz como qualquer outro, Alessia Não falei com ele ainda para ter alguma opinião. 

- HM, não entendi seu tom, amiga. Ele seria perfeito para você! - ela fez biquinho e depois deu uma risada. 

Odiava falar de garotos ou sobre meus sentimentos, não gostava da sensação de me sentir invadida ou de poder me magoar. 

Depois da aula, fomos para o intervalo. Notamos que o menino estava sendo rodeado por muitas meninas que faziam perguntas inconvenientes para ele, como: qual seu tipo de menina predileto e se ele beijaria uma mulher tão linda como ela. Ele não respondia, mas, dava pra perceber que ele estava super envergonhado. Aquilo me irritou, então, por algum motivo estupido, fui me meter. 

- Vocês deveriam parar de irritar o rapaz. Não percebem que ele é o filho do diretor e que pode falar pra ele quem são as pessoas que não deixam ele em paz? Não me arriscaria se fosse vocês, digo como amiga. - falei em um tom tão falso, qualquer um perceberia que era mentira, menos, aquelas criaturas irritantes. 

O menino saiu , então elas me olharam como se eu fosse uma vilã e foram embora.

Voltem para perto de Alessia e comecei a rir, ri tanto que minha barriga doía. 

Após tal acontecimento esquisito, voltamos para a aula e depois, fomos embora. 

- Tchau, Tio Everson! - disse. 

- Arrivederci, Ederson! disse Alissa. ]

E assim, fomos para a casa dela.