ATO 1:

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A/n: Fé nas malucas esquisitas que invadem nossos sonhos.

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ᵗᵒᵒ ᵇᵃᵈ˒ ᵇᵘᵗ ᶤᵗ'ˢ ᵗᵒᵒ ˢʷᵉᵉᵗ ೃ

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CC WALKER

Eu estava tendo um daqueles sonhos de novo.

Sobre ela. Sempre sobre ela.

Deitada na cama durante a madrugada e esperando com a antecipação pouco a pouco criando um vácuo em meu estômago grande o bastante para tirar o fôlego de meus pulmões. Meu quarto coberto pelo manto das sombras, os lençóis puxados até o meu queixo como se eu temesse a possibilidade de ver assombrações escondidas nos cantos mais escuros. Na parede à minha frente o calendário brilhante, não tanto quanto eu gostaria, mas com luz própria daquelas que a gente vê em raras ocasiões quando temos a sorte de estar no mesmo lugar que os vagalumes. No calendário uma imagem: um abutre com asas de penas vermelhas feito chamas erguidas céu azul acima, como se estivesse prestes a levantar vôo numa paisagem cheia de lírios espalhados pela grana ridiculamente verde.

A excitação latejava em mim, eu esperava desesperadamente.

Esperava por ela.

Quase perdia toda a esperança acumulada na parte de trás da minha cabeça, sabendo que ela viria porque ela sempre vem, então por que demorava tanto? Ah, eu perdia e ganhava esperança, implorando no silêncio da noite. Ouvi um barulho. Deve ser ela, tem que ser. Ela estava subindo, como? Quem se importa em como, ela estava lá e era ágil feito um gato preto sorrateiro, alcançando a janela do meu quarto e pondo o rosto no canto da janela, espreitando. Apenas os olhos dela. Seus lindos olhos cor de mel fumegante, cintilando na escuridão como a lua minguante lá fora e quando encontravam os meus, se enrugavam levemente, só aí percebia que ela estava sorrindo.

Uma sensação surreal tomava conta de mim. Parecia tão real. Como se aquilo realmente estivesse acontecendo. A janela se abriu, um som suave e áspero no silêncio da noite. Ela entrava no meu quarto e fechava a janela atrás de si, lançando um olhar atrevido por cima do ombro onde eu estava deitada na cama, atordoada e paralisada.

Ela usava um vestido branco de seda, justo em seu corpo bem definido, parecia caro e provavelmente era mesmo, um de grife. Aquele vago sentimento de confiança e intimidade pairando entre nós. Eu a conhecia por toda minha vida, sentia que sim. Ela sorriu e avançou com certa hesitação, ousadia e timidez ao mesmo tempo. Sem nenhuma palavra ela tirou as alças do ombro com o indicador, depois um súbito descarado olhar pra mim e puxou o próprio vestido para baixo, que deslizou facilmente até suas coxas.

Por baixo ela não usava nada.

O quarto parecia girar enquanto eu observava sua figura pequena completamente nua e liberta. Seu lindo corpo brilhava no escuro assim como seus olhos cor de mel, não era um cintilar óbvio mas perceptível o bastante para reparar. Sua pele pálida embora houvesse um tom moreno, seus seios redondos e perfeitos, seu cabelo cor chocolate caindo em ondulações sob os ombros. Ela sorria ao me observar a observando, ficando ao lado da minha cama e inclinava a cabeça de maneira fofa, talvez esperando que eu dissesse alguma coisa. Minha boca abriu e eu queria dizer o quão linda ela era, o quanto eu a queria e o quanto eu a amava mas minha mente não estava funcionando direito. Eu parecia ter esquecido como falar, todas as vogais e sílabas perdidas, o alfabeto tinha desaparecido.

A única palavra que me atingiu foi o nome dela e sem perceber, eu disse em voz alta, um sussurro exasperado, meio ofegante e cheio de saudade:

"Cairo.."

Isso a fez sorrir. Seus olhos percorreram meu corpo conforme ele estava delineado sob as cobertas e com um pequeno, no entanto, travesso sorriso ainda maior do que o anterior, estendeu a mão delicadamente pequena para meu ombro, seu indicador perdido em minha pele enquanto descia na extensão do meu corpo, deslizando até minha cintura, chegando em meu quadril e percorrendo ao longo das minhas pernas. Seu toque me deixando num formigamento profundo e eu tremia por querer mais. Quando ela alcançou meu pé, acariciou meu tornozelo com leveza e então pegou um punhado das cobertas e lentamente as puxou para baixo.

Debaixo das cobertas eu estava nua, assim como ela.

Um pequeno grunhido soou em seu peito quanto minha nudez foi revelada. Cairo passou os olhos pelo meu corpo e eu não fiz nenhum movimento para me cobrir. Tudo o que fiz foi ficar ali, corando violentamente e sem fôlego sob seu olhar âmbar brilhante, meus seios expostos, meus mamilos enrijecendo instantaneamente tanto com o frio súbito quanto com a fome em seus olhos. Minhas coxas se esfregavam conscientemente e o cheiro da minha excitação a fazia cambalear. Com uma lambida lânguida nos lábios, ela fechou os olhos, as presas cutucando seu lábio inferior carnudo. Como uma mulher bêbada, ela usou a cabeceira da cama para se equilibrar enquanto tirava os sapatos, um de cada vez, escarpins pretos que caíam descuidadamente no chão atrás dela ao subir na cama.

Montando em meus quadris, esfregando-se contra mim em um pequeno impulso rápido, como não pudesse se conter por nenhum outro segundo a mais. Ela fechou os olhos, inclinou a cabeça para trás e respirou fundo. Quando ela os abriu novamente, eles brilhavam em seu rosto como poças de fogo. Seu próprio perfume estava no ar, um aroma de lavanda e beleza. Ela tocava meu rosto com as mãos e acariciava meu cabelo, olhando para mim com aqueles olhos âmbar, tão calorosos que suspeitei se qualquer faísca poderia alcançar o mesmo nível que aqueles olhos carregavam; extasiada, sem fôlego, arfando com uma luxúria que parecia ir além do físico, uma fome do coração, um desejo da alma. Sorrindo, ela se inclinou para meu rosto mas não me beijou. Seus lábios roçavam nos meus e Cairo sussurrou meu nome suavemente, tão suave quanto o vento que assoprava a cortina amarela da minha janela, contra meus lábios:

"Cece...."

E então o alarme disparou.

(That) girl| CC.WALKER & CAIRO SWEET Onde histórias criam vida. Descubra agora