𝐂𝐎𝐌𝐄𝐂̧𝐎 𝐄 𝐅𝐈𝐌

"próximos"

Abri os olhos e me dei conta de que era o dia seguinte, na noite anterior estive tão aborrecida que acabei caindo no sono, mas eu ainda tinha o resto do dia para viver e eu não poderia passar o resto do meu dia no quarto, me levantei, desci os degraus que vai em direção a cozinha e pude ver minha mãe preparando algo para comer, no entrentanto dei um bom dia seco, a mesma respondeu de forma semelhante, oque não me surpriendeu muito já que ela sempre era assim, me direcionei até ao banheiro e ao chegar na entrada pûde escutar minha mãe retrucar:
-Mãe: pretende sair com seu novo amigo?
em um tom um tanto quanto provocativo, mas obviamente eu não iria cair em suas provocações, no mesmo instante respondi de forma educada pra que minha mãe no mesmo estante calasse a boca:
-R: vou dar umas voltas por aí de skate, talvez eu chame ele pra ir comigo.
Foi eu falar isso e no mesmo estante entrei para o banheiro, Assim que saí não quis comer nada, muito menos assistir tv, tudo que eu queria era andar por aí, me direcionei até a saída e mais uma vez pude sentir o ar fresco e leve em minha volta, aquele foi o momento em que me senti viva e feliz, no mesmo estante saí por aí andando de skate, não demorou muito fui para a pracinha mais próxima, a pracinha qual eu sempre estava por lá, cheguei lá em poucos estantes e pude notar de longe o meu vizinho sentado lá novamente, me aproximei dele como na tarde anterior e disse:
-R: fumando uma hora dessas? dizia eu em um tom engraçado
o mesmo em seguida respondeu
-B: toda hora, é hora
respondeu ele em um tom crítico, me perguntei se ele estava sendo irônico ou havia me dado uma patada, mas ignorei
-R: como você é novo aqui na vizinhança eu poderia te mostrar uns lugares legais pra ir e até mesmo andar de skate, disse isso sentando ao lado dele, em seguida ele retrucou:
-B: e por que você faria isso?
no mesmo estante pude perceber que o mesmo estava de mal humor, mas não me incomodei em ficar ao lado dele, as vezes as pessoas estão apenas em um dia ruim, mas isso não quer dizer que elas não queiram companhias por perto
-R: bom, por que eu quero ser sua amiga, talvez... se você quiser
ele se levanta da calçada, apaga o cigarro, se vira pra mim e diz:
-B: por onde começamos?
de imediato me senti feliz, apesar de minutos antes achar que ele iria sair de perto de mim de tanto tagarelar
no mesmo estante ficamos um pouco na pracinha conversando, depois ensinei ele a andar de skate, oque não durou muito pois acho que não era bem o forte dele, em seguida eu mostrei alguns lugares legais da cidade, apesar de eu não gostar muito desta cidade, ficamos um bom tempo próximos, conversando e conhecendo novos lugares, senti que ele gostava de minha presença, apesar de ainda não ser tão comunicativo, mas eu sabia que isso era questão de tempo.

Horas depois fomos pra nossas moradias, já estava de tarde e eu precisava voltar pra casa e ele também, ele se direcionou juntamente a mim na porta da minha residência e disse:
B: Tchau e obrigado pelo dia de hoje, foi muito bacana
ele precisava melhorar a forma de agradecimento mas eu pude notar que ele foi sincero e claramente gostou de estar comigo, Assim que entrei pra minha casa fui comer algo, minha mãe não estava em casa, provavelmente estava no trabalho, oque me deixou aliviada pois pela primeira vez em um dia bom ela não estava presente pra dizer coisas desnecessárias, subi para o meu quarto e deitei em minha cama, não fiz nada, apenas fiquei olhando para o teto sorrindo feito boba, alegre feito criança após ganhar um brinquedo, tudo que me vinha na cabeça era o Billy, eu nunca me importei tanto em ter pessoas ao meu lado, mas por alguma razão eu queria muito que fôssemos próximos, no mesmo estante fechei os olhos lentamente e fui dormir, me sentia cansada porém grata pelo primeiro dia que me divertir sem estar sozinha, porém eu não deveria colocar tantas expectativas já que sabia que não iria durar, mas de certa forma eu queria aproveitar, aquele garoto fez eu me sentir especial de uma forma que eu nunca havia sentido, e depois de pensar tanto virei para o canto e fui dormir.

No dia seguinte acordei e sentir meus olhos pesados, eu ainda estava cansada, parecia que dormir não valeu a pena, mas mesmo me sentindo assim eu me levantei e fui diratamente até a cozinha, a casa estava vazia, minha mãe não estava em seu quarto, porém tinha um bilhete em cima da mesa, peguei rapidamente para ler, e nele dizia as seguintes palavras "precisei viajar e vou passar uns dias fora, não tenho data de chegada e posso chegar a qual quer momento, por tanto cuide da casa e se cuide também, Ass: sua mãe." assim que terminei de ler me senti aliviada porém estranha, eu era acostumada a ver minha mãe pela casa mesmo não trocando uma palavra com ela, ela nunca foi de fazer viajens, mas deduzi que certamente era coisas de trabalho.
Coloquei o papel novamente em cima da mesa e fui procurar algo para comer, hoje eu me sentia desmotivada, por alguma razão aflita, eu não pretendia sair, queria apenas ficar em casa ou lendo algum livro, ou assistindo tv, peguei no armário uma caixa de cereais para comer e me sentei no sofá para assistir tv, fiquei por um tempinho assistindo e por alguma razão não me sentia entediada, mesmo não sendo muito da minha rotina ver televisão, mas apesar de ser legal, eu não gostava de passar muito tempo assistindo, no mesmo estante desliguei a tv e fui pegar um livro para ler no meu quarto, assim que ia subir os degraus ouvi batidas na porta, eu pensei logo "não esperava que minha mãe chegasse tão cedo" mas fui abrir a porta, assim que me direcionei a porta e abri, vi que não era a minha mãe, era o Bill! me senti surpriendida, pois eu não esperava que fosse ele, não que eu tenha me incomodado, mas eu não esperava, antes mesmo de eu falar com ele ele chegou dizendo:
- B: Bom dia Raven! você poderia ir ao mercado comigo? eu tenho que comprar algumas coisas pra minha casa..
eu não tava afim de sair naquele dia, a última coisa que eu queria era por meus pés para fora de casa, mas resolvi fazer um esforço por ele
-R: Sim! Você pode me aguardar enquanto eu tomo banho e me arrumo? Eu acabei de comer.. E minha mãe não está em casa, ela precisou viajar
-B: claro! eu aguardo você
ele entrou na minha casa e sentou no sofá me aguardando enquanto eu ia tomar banho, eu realmente não queria sair, isso era até estranho pra mim que estava quase sempre saindo, mas hoje eu tenho me sentido bastante desanimada, porém talvez fazer algo que esteja fora dos meus planos para hoje fosse me ajudar. Um tempinho depois de eu ter tomado banho e me arrumado, me direcionei até a sala para a gente sair
- R: vamos?estou pronta, disse isso com o sorriso mais falso em meu rosto, eu odiava fingir, mas eu tinha que passar uma boa impressão para ele, afinal, minha mãe me ensinou a nunca demonstrar fraqueza, saímos de casa e fomos ao mercado, não troquei muitas palavras durante o caminho e não demorou muito e Bill percebeu
-B: eu percebi que você está meio pra baixo hoje, é pela sua mãe?
eu esperava qualquer pergunta vindo dele, menos essa, perguntei a mim mesma se eu não estive fingindo bem ou se ele realmente tem uma boa percepção, mas no mesmo estante eu respondi:
-R: Não, não foi nada, não tem nada haver com a minha mãe
-B: Olha, eu acredito q somos amigos, e amigos servem pra estar com você nos momentos felizes e nos momentos tristes, você pode conversar comigo se algo estiver te incomodando, okay?
Eu nunca tinha ouvido palavras mais puras e genuínas em toda minha vida, bastou ouvir aquilo e algo em mim me trouxe a luz de volta, por que eu me sentia assim? eu não sei, veio muitas perguntas em minha cabeça e uma mistura de sentimentos dentro de mim, mas eu apenas respondi:
-R: eu só não estou em um bom dia, as vezes não tem um motivo, as vezes é só o dia que não tá bom por alguma razão
no mesmo estante ele colocou seu braço em volta da minha cintura me puxando pra perto dele e falando:
B- vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você.
Meu Deus! E mais uma vez algo em mim se acendeu e aquela adrenalina que eu costumava a sentir volto no mesmo momento, aquilo nunca havia acontecido comigo e eu realmente não esperava, eu me senti genuinamente feliz, como um suposto estranho que você conheceu um poucos dias te entenderia mais que sua família?
Chegamos no mercado, compramos oque precisava comprar e voltamos pra casa, na ida pra casa Bill me fez a seguinte pergunta
-B: pretende fazer algo hoje?
e eu respondi
-R: não pretendo fazer nada hoje, apenas ficar em casa
-B: bom, se você quiser eu posso ficar com você na sua casa pra que você não se sinta tão sozinha, ou podemos fazer outra coisa
-R: oque você propõe?
-B: bom, como aqui é uma cidade grande com muitos moradores e lugares bonitos, com certeza tem algum local que fazem festas certo?
-R: sim, eu acho que sim
-B: por que não vamos em uma festa?
-R: eu nunca fui em uma festa antes, minha mãe me mataria se eu fosse, não quero nem pensar!
-B: bom... sua mãe não esta aqui agora e com certeza ela não vai voltar agora, então por que não aproveita?
-R: eu nunca fui em uma festa antes...
-B: bom, agora pode ser sua primeira vez! Faz assim, se você gostar a gente fica lá um tempinho, e se não gostar voltamos pra casa, oque acha?
-R: tá bom!
-B: então faz o seguinte, vai pra casa se arrumar e esteja pronta ás 18:45, certo?
-R: certo!
ele seguiu a direção de sua casa e eu fui para a minha, eu estava feliz, eu sabia que mudar algo que não era planejamento para o meu dia iria me fazer bem, então eu fui lá, esperei chegar a hora de me arrumar, mas claro, não muito em cima do horário, afinal eu nunca havia ido em uma festa, eu tinha várias roupas como vestidos que eu nunca usei e poderia usar pra ir pra essa festa, eu só precisava estar bonita o bastante, até que fim achei a roupa perfeita, fui logo tomar banho, ajeitei o cabelo e fiz a melhor maquiagem, vestir o vestido mas ainda me sentia estranha pela insegurança, mas não deixei isso tomar conta de mim, então eu fui assistir tv enquanto esperava o Bill chegar pra a gente sair, e quando finalmente chegou o horário ele bateu na porta, fui ansiosa abrir, e assim que abri ele me olhou de baixo pra cima e no mesmo estante falou:
-B: uau, você está linda! Na verdade, você já é linda, mas agora você está surreal de linda!
Eu não soube muito oque responder por que não era de costume receber elogios assim, sorri boba, mas mesmo assim agradeci
-B: então, vamos?
-R: vamos!
Então fomos seguindo até o centro da cidade pra ver se em algum local tinha festa, como eu morava há mais tempo ali com certeza tinha, mas eu não tinha muito conhecimento sobre, já que nunca fui em festas, e em fim achamos um local, era uma boat! então entramos nessa boat e no mesmo estante Bill se virou pra mim e perguntou:
-B: você também nunca tomou bebidas alcólicas, não é?
-R: não, nunca tomei
-B: você gostaria de experimentar?
-R: não, no momento eu só quero ficar aqui mesmo
eu estava me sentindo um pouco incomodada, mas sabia que era pelo simples fato de nunca ter ido em festas e não por causa do Bill em si, ele fazia tudo parecer o mais confortável possível
-B: você se sente bem? Pretende ir embora logo?
-R: não! Ta tudo bem... é que eu nunca fui em festas, então não sei muito oque fazer..
-B: podemos dançar se quiser
-R: eu nunca dancei antes
-B: eu te ensino! Não tem problema!
então eu fui lá, aceitei dançar com ele, afinal, como eu iria dizer não? Então fomos lá, a música tocava o mais alto possível e todos estavam no ritmo da música, pareciam animados, e felizes! Então deixei a insegurança de lado e comecei a dançar com o Bill, eu não sabia muito, mas ele não viu problema em me ensinar, de início eu ainda me sentia um pouco desconfortável, pelo local, pelas pessoas... mas isso não deveria ser tão importante já que eu estava com o Bill, ele dançou comigo com todo prazer e não demorou muito para eu desatar! deixei toda insegurança e sentimento ruim de lado e ignorei todos em minha volta e comecei a dançar juntamente com ele, isso era mais legal do que eu imaginava! Eu não imaginava que isso fosse tão bom, talvez isso também dependesse da pessoa que você estivesse acompanhada, mas eu também percebi que as vezes experimentar coisas novas fosse a melhor experiência de sua vida!
Dançamos juntos durante muito tempo e em seguida Bill foi indo pegar dois drinks para nós, quando ele trouxe antes mesmo de me entregar ele questionou:
-B: você ta se sentindo bem, não é mesmo?
-R: sim, claro! Achei que estivesse perceptível
-B: e como está, você quer experimentar uma bebida?
-R: sim, quero!
foi então que eu bebi, não bebi muito também pelo simples fato de eu ainda ter 17, e também por que não curtia muito bebidas, mas continuei dançando juntamente com ele durante muito tempo.

Horas depois eu queria ir pra casa, então fomos, e juro, foi uma noite incrível, não precisei beber muito pra me divertir, eu me divertir de verdade pelo simples fato de estar acompanhada pela melhor pessoa que já conheci, isso eu não tinha duvidas!
fomos pra casa, e assim que chegou na rua de nossas moradias, ele foi me deixar na porta de casa e se despediu dizendo:
-B: espero que tenha gostado de hoje, fico muito feliz por esse dia que passei ao seu lado!
não consegui esconder o sorriso que veio em meu rosto no mesmo minuto em que ele disse isso, os olhos dele brilhavam, enquanto eu sentia pude sentir o sentimento mais puro e genuíno da vitalidade dentro de mim, não pela festa, danças, ou bebidas, mas pela forma que ele fez eu me sentir, era inexplicável, pois eu nunca havia me sentido dessa forma antes, nos despedimos e entrei em casa e antes de subir para o quarto fui tomar banho, após tomar banho, subi para o quarto e deitei na cama para descansar, eu sabia que podia dormir tranquilamente depois de hoje, com certeza foi o melhor dia da minha vida, tudo que me vinha na cabeça era a forma em que o Bill fazia eu me sentir, eu sabia que desde o início que nos conhecemos ele tinha algo de diferente, algo me disse que ele seria único para mim, e eu me senti bem ao seu lado desde a primeira conversa, eu me sentia tão feliz, com certeza eu iria lembrar desses momentos e sentimentos durante dias, afinal, são os momentos e sentimentos que me mantém viva, Bill foi de pessoa para um sentimento pra mim.

E nos dias seguintes fomos ficando mais próximos, saímos para conversar, andar de skate, ir em festas, ir em mercados e até mesmo nos lugares que as pessoas não tinham costume de ir na cidade, qual eu costumava ir quando andava por aí sem rumo e sozinha, mas agora eu sabia que não estava sozinha, mas... eu teria que esta atenta caso minha mãe chegasse, e eu sei que a qual quer momento ela iria chegar, e eu sei que ela saberia que em todo esse momento eu estaria com o Bill, e eu sei também que ela não estaria feliz em saber da minha proximidade com ele, afinal as mães tem os pensamentos mais absurdos do mundo para proteger os seus filhos de que "se machuquem com os estranhos" mas eu passei a acreditar que o verdadeiro estranho estava convivendo comigo em casa todos os dias, e nós duas sabíamos de que nenhum laço criado por mim iria durar, e minha mãe queria ao máximo manter as pessoas distantes de mim, como amizades ou relacionamentos para que eu não crie conexões fortes com eles, afinal ela sabia que eu me sentia solitária e que eu precisava de alguém pra estar comigo pra compriender meus sentimentos, me amar e me aceitar como sou, mas mesmo assim ela fez eu acreditar que seria melhor pra mim se manter distante de todos para que eles não ficassem tristes, e nem eu, apesar de me manter distante do mundo, ela sempre me ensinou a falar a verdade e nunca esconder nada, "você deverá se manter distante de todos, mas nunca viver uma mentira" mal ela sabia que eu sempre vivi uma mentira diante tudo que ela fez eu acreditar e que agora eu tenho alguém que eu realmente sei que gosta de mim pelo que sou da mesma forma que eu gosto dele, mas... como eu iria contar a ele? ...

me aguardem no próximo capítulo!