03 - open door.

86 6 0
                                    

• Maya Argent.
February 12th, 2011.

– "Ai meu Deus! Você me assustou." A garota soltou em minha direção, fechando a grande janela de seu quarto.

"Seu namorado não é nada delicado. Pude ouvir ele caindo na grama lá do meu quarto." Avisei, deitando-me em sua cama.

"Seja inteligente, Alisson." Adicionei.

Seu olhar de negação caiu sobre mim, como se eu tivesse atingido-a no seu ponto mais fraco.

"Esta igualzinha à mamãe, as vezes acho que você é até mais parecida com ela do que eu." Reparou, sentando-se ao meu lado.

O fato de que éramos na verdade meia-irmãs por parte de pai, nunca tinha sido um assunto muito recorrente ou importante para nós.

"Vou considerar isso um elogio, mesmo que não seja nem por um segundo." Brinquei, ela soltou uma risada rapidamente.

...

– "Chicago, na verdade."  Corrigi, encarando a garota mexer no seu armário.

"Eram só você e sua tia, certo?" Perguntou.

"Sim, ficamos poucos meses por lá. Mas consegui conhecer alguns lugares legais." Contei, balançando o rosto.

"Deve ter sido incrível." Sorriu, como se quisesse ter tido a experiência.

"Foi. Minha tia não costumava ser rígida, diferente dos meus pais é claro. Ela ja chegou até em ir em uma balada comigo." Ri comigo mesma, lembrando daquela noite caótica.

"Quem me dera. Minha mãe também não me da tanta liberdade, mas com o meu irmão é outra história." Concordou, começando a trilhar o caminho para a sala de calculo.

"Ele tem uma carinha de gostar de sair, mesmo." Comentei, indiferente.

"Com certeza." Disse, me dando uma certa ideia que com certeza não acabaria bem.

"Que tal uma noite das garotas hoje? Você me mostra um lugar legal aqui em Beacon Hills. Acha que sua mãe se importaria com isso?" Encarei-a, esperando sua resposta.

"Acredito que não. Já adorei a ideia." Falou, sorrindo gentil.

...

– "Oque de quem?" A ruiva levantou o garfo, com a face confusa.

"A besta de Gevaudan. Escute." Alisson segurou o livro firmemente, enquanto se preparava para contar a história.

"Um monstro quadrúpede em forma de lobo, que rodeava as áreas da frança de Auvergne e do sul de Dordogne durante os anos de 1764 e 1767. A besta matou mais de cem pessoas, tornando-se tão preocupante que o rei Luis XV enviou um de seus melhores caçadores para matá-la." Começou, esperando por sua reação.

"Tedioso." Opinou indiretamente.

"Até a Igreja declarou que o mostro era um mensageiro do diabo. Criptozoologistas acham que era uma subespécie de animal angulado, possível mesoniquídeo." Continuou.

"Incrivelmente chato." Repetiu, claramente de gozação.

"Outros acreditavam que era um feiticeiro poderoso que podia se transformar em um monstro comedor de humanos." Sussurrou, parecendo uma professora contando uma fantasia de terror.

"E o que isso tem a ver com a familia de vocês duas?" Perguntou, não parecendo verdadeiramente interessada naquilo.

"Isto. Acredita-se que a besta foi capturada e morta por um famoso caçador que alegou que sua esposa e quatro filhos foram os primeiros a serem pegos por ela." Falou, quase começando a próxima frase, mas me pronunciei primeiro.

Always & Forever | Issac Lahey.Onde histórias criam vida. Descubra agora