DANGEROUS WOMAN - JENLISA

Endurance

Já era terça feira, fechava a última mala para iniciarmos o circuito de viagens pela Califórnia para o lançamento da nova coleção da Celine da qual eu e Jennie posamos a alguns dias atrás, tivemos alguns dias de preparo e mais reuniões e acerto para os últimos detalhes até o fatídico dia.

Jennie e eu não nos encontramos mais desde aquela noite no parque, eu não sabia exatamente o que fazer se mandaria uma mensagem perguntando como ela estava ou inventava apenas uma desculpa como uma reunião de emergência para vê-la, porque era a única coisa que eu queria a todo momento estar com Jennie Kim.

Naquela noite no parque eu a vi de uma forma diferente, vulnerável, apesar de sempre tão ríspida, Jennie parecia apenas uma garota se divertindo e esquecendo de tudo era admirável por nunca tê-la visto tão leve, tão...ela mesma, e aquilo havia me agradado incrivelmente mais do que a " Jennie perigosa" que eu havia conhecido até então, dentro de tudo aquilo por trás daquela marra do jeito duro e provocativo havia alguém que apenas queria ser respeitada e admirada, e naquela noite eu simplesmente admirei-a e tudo o que ela poderia ser e oferecer a mim, e era incrivelmente bom eu só não sabia ainda distinguir se o frio na barriga era pela altura do brinquedo ou por estar vendo muito além dos olhos era como se sua alma estivesse exposta para mim naquele momento.

— Manoban, pronta? – A voz de Rose ecoou pelo apartamento

— Acho que sim – respondi fechando o ultimo zíper da mela

— Ótimo porque você tem vinte minutos para não perder a decolagem

— O avião é meu, não vão sair sem mim – disse pegando a mala e passando pela garota.

— Espero que não tenha esquecido nada, só volta na próxima semana

— Eu sei

— Sua agenda está no seu e-mail

— Eu sei

— Você...

— Park fica calma, ta parecendo minha mãe é apenas uma viagem a negócios não é como se fosse a primeira vez – parei a encarando

— Mas dessa vez tem a Jennie você e cinco dias

— E daí?

— Lalisa....

— Já tivemos essa conversa e não vamos ter de novo, eu e ela não temos nada obrigada pelos quartos separados e nada vai acontecer até porque já fazem dias que não nos vemos também – pontuei ao lembrar

— Se vendo ela todos os dias deu no que deu, com saudade vai ser pior ainda

— Saudade? – Perguntei parando antes de seguir para a saída do prédio

— Porque a surpresa? Esta mesmo com saudades dela?

— Não, isso seria ridículo

— Viu, é disso que eu estou falando, esse tom de voz não me convenceu – a garota continuou a dizer enquanto me seguia pelo estacionamento do prédio até o carro que me esperava.

— Tchau Roseanne, cuida das minhas crianças, te amo – disse fechando a porta do carro e dando sinal de saída antes que eu tivesse que ouvir qualquer outra bobagem.

Ora, mas saudades de Jennie seria o maior absurdo que já ouvi, sentir saudades de alguém que não fossem meus pais ou meus gatos era totalmente fora de cogitação, ou não.

Viajaria durante os cinco dias de transporte particular simplesmente por odiar toda a burocracia de voar em voos comerciais e sinceramente eu odiava, era um dos poucos benefícios em ter tudo o que tenho hoje que eu usufruía.