É madrugada, o sol está lentamente aparecendo e cobrindo o céu que estava meio roxo e rosa, acordo com um pouco de dificuldade para respirar, não consigo notar muita coisa acontecendo ao meu redor mas dá para ouvir alguns sons dos carros pela cidade, me levanto e vou andando em direção ao banheiro procurando por algum remédio. Pego meu celular do meu bolso para ver as horas e encomendas, até que consigo notar a notificação no canto da tela.
Srta. Ricchi, por gentileza compareça ao serviço de policia local para mais informações sobre a morte de sua irmã, Srta. Catherine Ricchi.
Fico levemente surpresa ao ver isso tão cedo, obviamente é bom eu estar sendo comunicada mas tem algo em mim que faz eu me sentir meio negativa ao pensar sobre isso, e até um pouco ansiosa também, talvez eu esteja com medo dos resultados. Saio do banheiro e vou para a cozinha comer café da manhã, no final eu nem precisei tanto assim do remédio.
Alex está na cozinha tomando chá de ervas, da para perceber que ainda está meio sonolenta então nessas horas é meio difícil se comunicar com ela. Vou até o balcão e pego duas fatias de pão junto a um pote de geleia de morango, uso uma faca recém-lavada e preparo meu café da manhã bem simples.
Ao terminar tento puxar assunto com Alex.
—Ei, eu recebi um e-mail, a polícia quer me notificar sobre atualizações no caso. - Falo enquanto mastigo. — Ah, e tem como você me ajudar hoje? Eu estou meio atrasada com o lance das roupas e da minha irmã, preciso que você vá na casa da Sra. Mac levar um vestido.
—Caramba, achei que demorasse mais para sair coisas da investigação, e também você sabe que eu não faço ideia de onde mora tal pessoa aqui né? — Alex diz, sua reação é surpresa em relação ao caso e um pouco mais divertida sobre a entrega.
—Você se vira. — Entro no meu quarto e procuro alguma roupa decente para usar, acho uma calça cinza jogada no chão e uma camiseta social que estava no meu armário, tenho que parecer um pouco formal para mostrar meu luto. - Eu vou indo, e por favor leva a roupa, tchau. - Enquanto eu me despedia peguei um casaco preto e fui em direção ao carro.
Entro no meu carro, que foi um presente que eu ganhei dos meus pais quando fiz 21 anos e terminei a faculdade de moda, e durante todo o caminho de ir até a delegacia eu coloco algumas músicas de rock para ouvir enquanto fico em silêncio.
Chegando na delegacia eu consigo ver o detetive Ryan, o "chefe" da investigação, e ele está conversando com outro profissional, sem saber como agir eu sento em uma das poltronas do lobby e aguardo.
Não demorou muito para ele ir aonde eu estava e me reconhecer.
—Srta. Ricchi, me siga até minha sala para que possamos conversar com mais privacidade.
Faço um sim com a cabeça e o sigo, tem vários corredores no caminho e até passamos por algumas salas de detetives, pude ouvir uma grande discussão em uma delas em que parecia ser sobre uma traição ou algo assim, só deu para notar algumas poucas coisas que estavam falando como "eu não acredito que você fez isso Emanuel, seu cachorro traíra" e logo em seguida um barulho ensurdecedor de algo caindo no chão, talvez uma mesa.
Chegamos em sua sala e assim que entramos ele me oferece um lugar em uma poltrona e enquanto me mantenho confortável tento olhar em volta da sala, é difícil notar muita personalidade nesse lugar até porque se parece com aqueles escritórios genéricos de séries de delegacia, com grandes estantes que provavelmente não são limpadas a muito tempo, um carpete gigante com um design de vó e poltronas pretas comuns.
—Srta. Ricchis sei que deve estar extremamente abalada, todos estamos, mas peço que tente se manter firme para poder lidar com esse assunto de forma clara e racional. Não vou lhe pedir que não chore ou sinta raiva, mas que saiba que estamos fazendo de tudo para descobrir o que aconteceu com ela. — Ele fala com um tom frio mas reconfortante, para mostrar que posso confiar no que estão fazendo.
—Estou superando com o passar do tempo, mesmo sendo algo muito chocante para mim emocionalmente. Peço que por favor não oculte informações de mim. — Tento manter o mesmo tom de voz que ele usou, para dar apoio a ideia de eu estar lidando com isso de forma calma.
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Vermelho sangue
Mystery / ThrillerEm um pequeno vilarejo mora Kalia, uma garota simpática e gentil que nunca enfrentou ou irritou alguém. Até o momento em que sua irmã é encontrada morta e a vila perde sua paz, todos são suspeitos até que se prove o contrário, quem será que a matou?