Estou encarando a tela do computador, enquanto vejo meu chefe tagarelar há mais de duas horas. Será que ele não precisa tomar água para lubrificar a garganta?
Sr. Carson fala sobre o porquê de ter tomado as decisões que tomou para a revista e tenta nos fazer entender (ou aceitar) que essa mudança de setores vai ser incrível para todos na revista.
Vale ressaltar que todos odiamos essas mudanças e sabemos que vai ser um verdadeiro desastre.
Mas não precisa ser um gênio para perceber que me tirar de "romances adolescentes" para "literatura erótica" é uma decisão bem burra. Eu não sei escrever sobre sexo, sobre sentimentos intensos e orgasmos! Eu travo quando preciso fazer meus personagens pegarem nas mãos um do outro!
Suspiro pesado e isso chama a atenção de Amy que parece tão animada quanto eu. Ela foi retirada da culinária para a moda e sua reação foi impagável. Um verdadeiro show de xingamentos no box do banheiro da empresa, amaldiçoando qualquer um que ousasse cruzar seu caminho.
"Será que ele não vai calar boca?" Meu celular vibra e vejo sua mensagem acender na tela. Olho para o computador e, para o desespero de todos, Sr. Carson aperta um botão e muda seu compartilhamento de tela para mais um slide enorme
respondo a mensagem com apenas dois emojis: 😵🔫
Vejo Amy sorrir pela miniatura de sua câmera e voltamos nossa atenção ao homem de terno que tem um sorriso no rosto, como o sorriso que damos para crianças quando queremos dizer que está tudo bem elas terem cometido um erro... Compaixão seria uma boa definição?
As horas passam e, finalmente, a reunião chega ao fim com o "consenso" de que todos acreditam que a decisão correta foi tomada.
Depois de alguns minutos trocando mensagem com Amy e xingando até a milésima geração do nosso chefe bonitinho, mas ordinário, Amy diz que vai dormir. Apenas tiro a blusa social que havia posto apenas para a reunião e visto o conjunto do short de pijamas que mantive durante todo o tempo em que precisei ficar online.
Peço um lanche e me jogo no sofá, pensando em como EU vou escrever qualquer coisa que vá excitar pessoas.
Ótimo! Eu vou falhar e ser demitida nessa merda. Era tudo o que eu precisava, mesmo! Eu estava louquinha para virar uma desempregada e sem teto. Meu sonho se tornando realidade na frente dos meus olhos.
— Merda! — Digo, deixando a raiva vazar um pouco.
Poucos segundos depois ouço batidas baixas na minha porta e, por um tempo, penso ter sido o lanche que bateu seu recorde de velocidade e já está sendo entregue. — Já vai! — Pego o cartão que deixei separado sobre a mesa e vou até a porta, abrindo sem perguntar quem é.
Para a minha surpresa, não é um entregador de mau humor, mas meu vizinho sorridente com sacolas no chão ao seu lado.
— Eu te ouvi xingar... — Ele solta a informação com um sorriso no rosto. — Pensei que algo muito sério deve ter acontecido, já que você é a única adulta que não xinga que eu conheço.
— Eu tenho bons motivos. — Cruzo os braços e me sinto levemente envergonhada por TaeHyung ter essa imagem puritana de mim. Por quê?
— E eu tenho vinho quente e uns hambúrgueres de microondas. — Aponta para as sacolas e sorri. — Eu estava chegando do mercado quando te ouvi, cheguei à conclusão que essas coisas vão ser melhor aproveitadas com você.
Eu penso em negar e dizer que ele pode ir para casa, descansar enquanto toma seu vinho e come sua comida descongelada, mas conversar com um amigo pode ser bom agora.
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Me inspiro em nós
FanfictionVocê e Tae são vizinhos de apartamento e têm uma relação de amizade, até onde você já parou para pensar. Tudo vira de cabeça para baixo quando precisa escrever contos eróticos e sua primeira inspiração é seu vizinho amigo. Imagine curto: 2 capítulos...