Uma mudança nas regras

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Sirius tinha 12 anos quando colocou seu irmão nas costas e correu noite adentro até o hospital mais próximo. Regulus foi uma criança frágil, nasceu prematuro e sua própria mãe não se importou quando estava grávida, tendo bebido álcool e até mesmo fumado durante a gestação, foi um milagre ele ter sobrevivido. Ainda assim, Sirius se lembra de muitos momentos em sua infância que dormiu pensando se seu irmão sobreviveria a mais um dia. Regulus era menor que a maioria das crianças e ficava doente com muita facilidade, ele passou mais dias em hospitais quando criança do que em casa; mas um dia, um dia Sirius realmente temeu por sua vida. Quando o mais velho fez 11 anos, seus pais pararam de chamar babás, o consideraram maduro o suficiente para se cuidar e cuidar de outra criança, Walburga e Orion estavam viajando (como sempre) quando Regulus ficou tão doente a ponto de desmaiar nos braços do irmão. Sirius se lembra do desespero, do medo, de enrolar seu irmão em um cobertor e o levar até o carro; ele era apenas um garoto, tinha 12 anos e não sabia dirigir, o mais próximo que ele tinha chegado do volante de um carro tinha sido em vídeo games, ainda assim Sirius se sentou no banco do motorista. Não demorou muito para um policial parar, para Sirius explicar tudo que estava acontecendo, para que Regulus fosse levado ao hospital, para que seus pais aparecessem e gritassem com ele, para que ele e Regulus fossem colocados em um avião e mandados para outro lugar, outro país, a um continente de distância dos pais, com um tio que não viam a anos. Alphard cuidou deles desde então, Hogsmeade não é nem perto tão grande quanto Londres, mas se tornou um lar. E Sirius é muito grato ao tio, por cuidar dele e de Regulus quando ninguém mais quis.

Sirius o ama e respeita como nunca o fez com mais ninguém. O único problema é que Alphard é um cara muito protetor, e as vezes até paranóico. O mais velho só tem uma regra em sua casa, nada de relacionamentos até a formatura, Sirius normalmente não teria problemas, isso antes que o garoto mais lindo que ele já vira sentasse ao seu lado na aula de história naquele dia. Remus Lupin era seu nome, James tinha mostrado a escola para ele mais cedo e contou a Sirius alguns detalhes sobre o misterioso garoto com cicatrizes pelo rosto. Transferido do País de Gales, ama literatura, levemente irônico; totalmente e completamente o tipo do Black, Sirius sabia que teria que ter aquele garoto, que teria que conhecê-lo; ele se encantou por Remus desde o primeiro momento que o viu, desde que o professor pediu para que ele se apresentasse e Sirius se arrepiou ao ouvir aquele leve sotaque gales. O Black já tinha imaginado todo seu futuro, só tinha um problema, ele não tinha permissão para namorar.

- Sem ofensa, tio Alphard, mas isso é ridículo! - Sirius diz com o rosto ficando vermelho de raiva enquanto seguia o tio pela sala - Eu sou o único adolescente naquela escola que não namora!

- Isso não é verdade, seu irmão também não namora.

- Isso porque ele é um merdinha sem sentimentos.

- Sirius!

- Não, ele tem razão. - Regulus confirma sem levantar os olhos do livro - E não pretendo mudar. Você já viu a gentalha depravada que frenquanta aquela escola? Eu provavelmente pegaria alguma doença e morreria em seguida.

- Seu... - Sirius odeia quando Regulus faz piadas com morte, levando em conta quantas vezes ele o viu quase morrendo em sua infância. - Que tipo de pessoa é você? Líder do clube dos fracassados?

- Certo... - Alphard parece considerar algo quando em seus lábios se forma um sorriso estranho, que Sirius não vê porque estava ocupado demais soltando faíscas com o olhar para o irmão. - Ok, vamos fazer assim, Sirius poderá namorar.

- Sim?? - diz Sirius esquecendo completamente seus pensamentos anteriores, ele estava preparado para pular nos braços de Alphard e até Regulus levanta levemente o olhar do seu livro.

- Se Regulus encontrar um namorado primeiro. - E o mais novo observa em câmera lenta o momento que o sorriso esperançoso de Sirius vai diminuindo, conforme ele processa as palavras do tio.

Com muito ódio. R.A.B.Onde histórias criam vida. Descubra agora