introdução...

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"É a primeira vez que eu escrevo neste diário. Eu achei que seria relevante para o meu futuro então eu irei escrever aqui a partir de hoje! Bem... O que eu posso dizer? Eu não sou muito bom com palavras..."

"Olá, caderno! Hoje foi o meu aniversário de 14 anos. O Nii-chan comprou este caderno para mim e disse que eu poderia usa-lo para desabafar e desenhar, então aqui estou eu. Estou no ano de 2021 e como eu havia dito anteriormente, hoje eu fiz 14 anos! Eu estou muito ansioso para escrever mais neste caderno! Com amor, RinRin".

Eu terminei de escrever em meu caderno e o guardei na cabeceira ao lado da cama, eu olhei para o teto e questionava sobre o meu futuro em relação a artes. Eu olhei para o caderno novamente e voltei a escrever incansavelmente.

"Eu sou uma pessoa um pouco reservada e tímida, então os meus momentos favoritos são aqueles em que eu posso entrar em meu mundo imaginário ao escutar música."

"Eu sinto uma conexão extraordinária com uma parte de mim que eu não sinto em outros ocasiões. Eu pretendo ser um artista quando crescer, eu quero fazer faculdade de artes visuais e amostrar as minhas pinturas ao público, com a ajuda da música."

"Nii-chan costuma elogiar as minhas pinturas e até mesmo pendurou um de meus quadros no quarto dele! Será que poderei vender as minhas artes algum dia? Só de pensar nisso me deixa extremamente animado para o que está por vir!"

Eu não pude evitar de sorrir ao escrever sobre isso, eu me sentia tão bem que poderia escrever naquele caderno por horas. A única coisa que me impediu de fazer isso foi o meu irmão, que entrou em meu quarto e chamou-me para jantar com os nossos pais.

Eu me levantei da cama e caminhei até a cozinha. Eu me sentei em uma das cadeiras que estavam envolta da mesa e comecei a colocar comida em meu prato. A comida parecia estar deliciosa e eu estava morrendo de fome, mas algo estava me incomodando.

Eu estava sendo incomodado por um barulho irritante que ecoava de um lugar desconhecido. Eu olhei para os meus pais e o meu irmão, mas nenhum deles pareciam incomodados com o barulho. Eu aproximei a minha mão direita até a minha orelha e este barulho se tornou um grande inconveniente.

Rin: "Mamãe... Este barulho está me incomodando."

A minha mãe olhou para o meu rosto com uma expressão de confusão, ela se mostrava preocupada e logo depois respondeu ao que eu disse.

Mãe de Rin:"Não estou escutando nada, meu amorzinho."

Eu me senti estranho por ser o único a ouvir este barulho que parecia ser infernal. Eram zumbidos altos e potentes, meu corpo e minha atenção foram tomados pelo zumbido. Quando eu me dei conta, já haviam lágrimas caindo de meu rosto.

Eu pressionei as minhas mãos contra minhas orelhas e comecei a agonizar por causa deste incomodo. O zumbido se tornava maior a cada segundo e a preocupação de minha família também.

Sae:"Por que você está chorando, Rin? O que está acontecendo?"

Meus olhos estavam fechados e encharcados pelas lágrimas que caiam de meu rosto. Meu irmão se aproximou de mim e tentou seca-las mas não adiantava.

Este zumbido se tornou tão incomodo ao ponto de eu me sentir tonto e atordoado. A minha visão estava um pouco embaçada e a minha audição estava falhando como um disco defeituoso.  Em poucos segundos, eu me encontrava caído no chão.

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Abri os meus olhos lentamente, apenas consegui enxergar um teto branco e um cheiro familiar muito semelhante a de um hospital. Eu olhei para um dos lados e vi os meus pais chorando de forma desesperadora. O desespero no olhar de meus pais deixou-me aflito e ansioso.

Quando olhei para o outro lado, vi meu irmão que estava apoiado em mim como se estivesse rezando. Eu não entendia absolutamente nada mas algo começou a me incomodar novamente... Por que eu não consigo... Ouvir?

Meus pais choravam, meu irmão rezava e um médico barbudo mexia sua boca sem parar, então como não estou ouvindo nada disso? Isso apenas podia ser uma brincadeira...

Rin:"O que está acontecendo, Nii-cha-"

Eu estava prestes a completar a frase quando percebi que eu não consegui ouvir minha própria voz. Eu entrei em desespero e comecei a chorar novamente.

Rin:"Por que vocês estão tão quietos? Por que eu estou sem voz?"

Levantei minha cabeça e olhei para minha mãe que ao ouvir o que eu tinha para dizer, pegou o celular e começou a digitar. Ela aproximou o celular de mim para que eu pudesse ler, então eu pude ler mas naquele momento, eu queria muito não ser capaz de ler aquilo...

Eu apenas li as palavras 'surdez' e 'súbita'. Foi a partir daí que os meus dias como um adolescente comum que tinha uma grande paixão por música e por artes mudou completamente.

um sinal para viver (Itoshi Rin)Onde histórias criam vida. Descubra agora