Draco Malfoy

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Todo início de ano letivo em Hogwarts minha família fazia questão de entrar em contato com os Malfoy. De acordo com eles, são nossos "amigos de décadas", mas neste ano em específico a conversa aparentou ser ainda mais séria.

Foi marcado um jantar na mansão dos Malfoy, no qual fui claramente obrigada a comparecer. Meus pais sempre animados para ver os amigos, sempre esperavam tal animação vinda de mim, mas o pequeno Lucius e eu tínhamos um caso sério de ódio.

Toda minha linhagem veio da Sonserina, mas por algum motivo eu fui destinada à Grifinoria, e isso fez com que eu e Draco tivéssemos um grande desentendimento quando éramos crianças. Imagine uma criança loira de 1,50 de altura, que apontava o dedo e batia o pé dizendo que nunca seria amiga de uma garota da grifinoria, esse era Draco Malfoy.

Já estávamos a caminho da mansão e meu vestido verde longo parecia mais colado que o normal, mas agora já não podia mais tirar. Fomos recebidos por um mordomo da família que nos levou até a sala, onde se encontravam; Narcisa Malfoy, Lucius Malfoy, e claro o único filho deles, Draco.

Sem nenhum abraço e com diversos apertos de mão, eles se cumprimentam e dão sorrisos levemente verdadeiros. Minha mãe me dá um leve empurrão para que eu vá cumprimentar eles também, no momento em que aperto a mão de Draco consigo sentir meu corpo inteiro queimar, ele podia ser um cretino, mas era gostoso pra caralho.

Após conversas sobre trabalho, todos se dirigiram à mesa de jantar que estava lotada de comida, mas a única coisa que pude reparar era em como essa casa era gelada, não gelada no sentido de frio. Não existiam fotos felizes ou sorridentes na família, mas sim um quadro gigante com caras emburradas e de solidão. De certa forma eu senti um frio, era como se o ambiente pedisse por um simples sorriso sincero.

Todos se sentaram frente a frente, e pela minha maldita sorte terei que encarar a carranca de Draco até o fim do jantar. Nunca me envolvia nas conversas dos adultos, mas dessa vez Narcisa me dava muitos olhares, como se precisasse me dizer alguma coisa.

Após todos terminarem a refeição pude estranhar uma coisa, ninguém se levantou. Em todos os jantares formais, assim que todos terminavam de comer imediatamente se despediam e cada um seguia seu caminho. Mas novamente parecia que algo estava entalado dentro do ambiente, a conversa não havia terminado.

Lucius olha para mim e por um momento pude sentir medo pelos seus olhos totalmente azuis.
- S/n, o que pretende fazer depois que terminar seus estudos em Hogwarts?

O copo que estava em minha mão quase vacilou e por um momento quase o deixei cair no chão, o senhor Malfoy nunca se dirigiu uma palavra a mim durante todos esses anos.

Engulo seco e o respondo.
- Pretendo seguir carreira como Auror.

Sinto os olhos de Draco me secarem quando ele escuta minha voz. Narcisa tem uma feição de descrença.

- Uma Malfoy não pode seguir carreira como Auror, minha querida.

Após a fala de Narcisa minha mente entra em confusão, o que ela quis dizer com "uma Malfoy"? Olho diretamente para minha mãe tentando ler a feição dela para obter alguma resposta lógica.

Conhecendo a minha mãe pela sua expressão de arrependimento, posso ter absoluta certeza de que nada que virá agora vai me agradar.

- Me desculpe senhora Narcisa, o que quis dizer com "Uma Malfoy"?

- Ninguém te contou nada, minha querida?

Minha confusão se alastra ainda mais, me sentia no meio de um jogo de ping pong onde as perguntas voltavam sempre pra mim.

- Você e meu filho Draco vão se casar.

Não pude conter o meu choque,  e dessa vez a taça de vidro escapou das minhas mãos indo diretamente pro chão, fazendo um barulho tão alto que até mesmo eu me assustei.

Com uma voz nervosa pude olhar para minha mãe e a questionar.
- Casar? Quando pretendia me contar isso?

- Minha filha, se acalme. Foi um acordo entre as famílias, os Malfoy não querem ter uma linhagem suja e nem mesmo nós. Entramos em um acordo de que casar nossos filhos seria a melhor opção para ambos.

Melhor opção para ambos. Essa frase se repetia na minha mente como um eco. Não consegui dizer absolutamente nada, apenas sinto o ódio correr pelas minhas veias e o deixo transparecer no meu rosto.

A conversa continua como se um casamento arranjado fosse a grande ideia do século. E agora nenhuma palavra é dirigida nem a mim e nem ao garoto loiro.

Sinto vontade de gritar ou de quebrar mais uma taça, de propósito dessa vez.
O elfo doméstico limpava o vidro do chão enquanto eu tentava manter minha respiração calma, mas meus olhos transmitiam raiva.

Olho para Draco e sua expressão não me dizia nada. Ele me encara e sussurra um "eu sinto muito". Nunca em toda a minha existência imaginaria ouvir algo assim dele.

Me sinto sufocada e não conseguiria ficar nem mais um segundo naquela sala fria. Me levanto rápido arrastando a cadeira para trás com minha perna, acabo acidentalmente pisando no pé do elfo doméstico que agora me olhava com ódio.

O salão ficou em um silêncio profundo e todas as atenções estavam voltadas para mim, que agora corria para o lado de fora da mansão.

Adentro o gramado e simplesmente não tenho forças para correr e nem pensar, me sento na grama fria que estava coberta de neve. Estava frio, mas minha cabeça parecia pegar fogo.

Escuto passos rápidos e logo vejo a silhueta de Draco Malfoy que aparentemente correu atrás de mim. Desvio o olhar dele que me encarava como se eu fosse quebrar.

Ele se senta ao meu lado na grama e suspira fundo.
- Eu juro que tentei de tudo pra impedir isso.

- Eu imagino, você me odeia tanto quanto eu odeio você.

A expressão de Draco muda e ele diz incrédulo.
- Eu não odeio você S/n.

Minha única reação foi rir. Rir como se o garoto tivesse me contado uma piada nível gêmeos Weasley.
- Não precisa fingir simpatia só porque eu quebrei uma taça e saí correndo do jantar dos seus pais.

- Você fez o que eu queria ter feito desde que eles começaram a falar.

Sorri. Era a primeira vez que eu sorria para Draco Malfoy.

- Eu não quero casar com você. Não quero morar nessa casa gelada e solitária. Não quero dormir com você e muito menos comer comida feita por elfos domésticos.

- Como eu disse, eu sinto muito.

Não conseguia responder por tanta incredulidade, isso era tudo que ele tinha pra dizer? Eu sinto muito.

Continuo olhando para a grama coberta de neve à minha frente. Começo a sentir falta de quando eu dançava na neve e não tinha que me preocupar com manchar o nome da família.

- Tudo isso para que eu não me case com algum garoto da grifinoria e não mude a linhagem da família, tudo uma grande merda.
Murmurro sozinha.

Escuto a risada de Draco que entra em concordância.
- Seria horrível se você se casasse com o Harry por exemplo.

Agora eu acabo rindo junto com ele.
Um momento que nunca imaginei que aconteceria novamente, rir com o meu melhor amigo de infância debaixo da neve.

- Me desculpe por ser um idiota com você por tantos anos S/n, mas agora você vai ter que aturar.

- Infelizmente.














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⏰ Última atualização: Jan 23 ⏰

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𝙄𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨 [ 𝓗𝓪𝓻𝓻𝔂 𝓟𝓸𝓽𝓽𝓮𝓻 𝓫𝓸𝔂𝓼 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora