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— Então, vamos? — Emma se aproximou do meu irmão, os olhos brilhando de excitação.

— Vamos — ele respondeu sem hesitar, um sorriso idiota estampado no rosto.

Eu já estava completamente furiosa. O que o Jack tem na cabeça para beijar essa louca? Ele sabe que eu a odeio! Minha raiva só aumentou quando ele girou a garrafa novamente, agora com aquele ar de diversão que só me irritava mais.

— Eita... Lunna e Walker — anunciou meu irmão, olhando diretamente para mim, como se estivesse prestes a soltar uma bomba.

— Tudo bem por você, Lunna? — Walker perguntou, um tanto hesitante, como se procurasse alguma reação minha.

Naquele momento, senti uma vontade imensa de socar a parede. Por que diabos isso estava me incomodando tanto? Talvez fosse ciúmes... ciúmes de amigos, algo que eu nunca tinha sentido antes, mas que agora parecia corroer cada parte de mim. Como se já não bastasse o Jack ter beijado a Emma, agora meu melhor amigo estava prestes a beijar a Lunna.

— Por mim tudo bem — Lunna respondeu, sorrindo de maneira despreocupada.

E então eles se beijaram. Nunca me senti tão mal ao ver duas pessoas se beijando. Ele segurou a cintura dela, e ela envolveu a nuca dele com as mãos, enquanto eu estava ali, ao lado deles, sufocada pela situação. Desviei o olhar, tentando afastar aquela imagem da minha mente.

— Gira a garrafa, Emma — falei com a voz carregada de rancor.

— O que foi, tá com ciúmes? — Emma me perguntou, o tom de deboche claro na sua voz.

— Gira a porra da garrafa, Emma! — respondi, elevando a voz, já sem paciência.

— Oww, ela vai chorar, gente! — Ela riu, e todos os olhares se voltaram para mim, até mesmo Walker.

— Cala a boca, eu não vou chorar por causa de um beijo! — Eu disse, tentando esconder o quanto aquilo me afetava.

— Olha só... Não chora, tá? Você vai conseguir alguém melhor — Lunna acrescentou, rindo junto com Emma, o que só aumentou a minha frustração.

Walker me olhou, a expressão dele mudou de confusa para séria. Ele franziu o cenho e olhou para as duas garotas que riam de mim.

— Lunna, cala a boca — disse Walker, sério, se afastando dela.

— Já deu — murmurei, limpando uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto. Peguei minha bolsa e saí de lá.

A chuva caía com força quando saí, e em poucos segundos, eu estava completamente molhada. Mesmo assim, continuei caminhando, tentando escapar daquela situação insuportável. Ouvi passos atrás de mim e não precisei me virar para saber quem era.

— Por que ficou chateada? — Walker perguntou, a voz suave, como se tentasse entender.

— Cara, você beijou a menina que me odeia — respondi, minha voz embargada pelo choro.

— Mas foi só um jogo, eu não gosto dela! — Walker exclamou, a expressão dele era de surpresa.

— Eu sei que gosta... eu sei que você gosta. Aliás, toma — disse, entregando um papel dobrado para ele.

— O que é isso? — Ele perguntou, franzindo o cenho, confuso.

— A carta... a carta era para você. — Saí correndo, as lágrimas misturando-se à chuva, enquanto Walker ficou parado, segurando a carta, tentando entender o que aquilo significava.

𝗔𝗥𝗘 𝗪𝗘 𝗦𝗧𝗟𝗟 𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗𝗦?-Walker scobell Where stories live. Discover now