𝗢 "𝗢𝗹𝗮́".

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── Diário pertencente a Tzuyu ──

Você foi para mim como um cobertor quentinho aquecendo e dando conforto ao meu corpo frio durante o inverno. Recordo bem de como você fazia com que eu me sentisse protegida e acolhida, como um pássaro que envolve seus filhotes debaixo de suas asas. Você foi quem me ensinou o que é amizade, como era se sentir amada. Confesso sentir falta dessa sensação. Já perdi as contas de quantas vezes me peguei me perguntando se você fazia ideia do quanto era importante para mim. Você fazia?

"Será?" Perguntou-me aquela voz em minha mente, que sempre faz com que eu derrame lágrimas, mais uma vez esta noite. Este foi meu último pensamento antes de adormecer ainda com um aperto em meu peito, deixando evidente como minhas feridas ainda estão abertas.

E mesmo depois de tudo ainda estou quebrada.

𝘚𝘰𝘯 𝘊𝘩𝘢𝘦𝘺𝘰𝘶𝘯𝘨, 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘦𝘪 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘯𝘰𝘪𝘵𝘦. 𝘌𝘮 𝘮𝘦𝘶 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰 𝘥𝘶𝘳𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘴𝘰𝘯𝘰, 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘦𝘤𝘪𝘢 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘶𝘮 𝘷𝘪𝘴𝘭𝘶𝘮𝘣𝘳𝘦, 𝘮𝘢𝘴 𝘢𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘵𝘢̃𝘰 𝘷𝘪𝘷𝘰 𝘦 𝘴𝘪𝘯𝘤𝘦𝘳𝘰.

◦⠀30 de dezembro do ano anterior⠀◦⠀

Chou Tzuyu, uma aluna "inteligente e exemplar com uma vida perfeita", era o que falavam, como poderiam estar mais enganados?

Imatura, machucada, confusa, mente bagunçada, incompreendida, incompleta. Essa era quem Chou Tzuyu via no espelho.

As pessoas nunca viam a sua alma, apenas sua carne.

Ela estava caminhando em um parque com a intenção de silenciar as vozes em sua cabeça quando notou a presença de uma garota que parecia interessante como um enigma.

── 𝗢𝗹𝗮́, como você tá? Qual o seu nome? O que gosta de fazer? ─ perguntou Chou Tzuyu demonstrando sua curiosidade.

── Calma, quer meu endereço também? ─ respondeu Son Chaeyoung em tom de ironia deixando uma risada leve acompanhar sua resposta.

── Desculpa, não consigo controlar bem a minha curiosidade. ─ disse Tzuyu envergonhada com um sorriso.

── Meu nome é Son Chaeyoung, eu estou bem e eu gosto muito de ler, tenho um coelho e vivo grudada no meu fone. Acho que isso é bom pra um começo, não é? Eu não sou muito boa em manter conversas. Nunca passa do "tudo bem?".

── Sim, é muito bom. E sobre não saber manter uma conversa, deixa isso comigo, provavelmente não vou desistir de conversar com você tão cedo.

𝘗𝘢𝘳𝘦𝘤𝘪𝘢 𝘢𝘵𝘦́ 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘱𝘰𝘥𝘪𝘢 𝘵𝘰𝘤𝘢𝘳-𝘭𝘩𝘦, 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘢𝘭𝘮𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘫𝘢𝘷𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰 𝘧𝘰𝘴𝘴𝘦 𝘳𝘦𝘢𝘭, 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘰𝘴𝘴𝘦 𝘷𝘪𝘷𝘰 𝘦 𝘴𝘪𝘯𝘤𝘦𝘳𝘰. 𝘗𝘰𝘳𝘦́𝘮, 𝘦𝘳𝘢 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘶𝘮𝘢 𝘮𝘦𝘮𝘰́𝘳𝘪𝘢 𝘦𝘯𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘴𝘱𝘢𝘤̧𝘰 𝘯𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰, 𝘶𝘮 𝘷𝘪𝘴𝘭𝘶𝘮𝘣𝘳𝘦 𝘤𝘳𝘶𝘦𝘭.

Se os nossos momentos fossem um livroOnde histórias criam vida. Descubra agora