A colisão das almas

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A igreja gótica estava imersa na escuridão da noite, enquanto centenas de velas tremulavam, projetando sombras dançantes pelas paredes de pedra. O ar estava carregado com a aura sagrada e a quietude era quebrada apenas por sussurros de orações. A Irmã Teresa, uma freira dedicada e devota de cabelos castanhos e olhos penetrantes, estava ajoelhada, seu hábito brilhante contrastando com o ambiente sombrio.

Teresa sentia um ardor em seu peito toda vez que entrava naquele sagrado local de adoração. A vida monástica havia se tornado sua única razão de existir após a morte de seus pais, há muitos anos. Ela dedicou sua vida a servir a Deus e a cuidar das almas perdidas. Mas, por mais que sua devoção fosse insuperável, sentia que algo estava faltando em sua vida.

Enquanto rezava silenciosamente, um som incomum ecoou pelos corredores vazios da igreja. Era como se houvesse uma presença estranha e sobrenatural pairando no ar. Teresa se levantou e olhou em volta, seu coração acelerou. O medo e a curiosidade lutaram dentro dela, mas sua curiosidade venceu, empurrando-a a seguir a fonte do som.

Caminhando cautelosamente, Teresa se aproximou do altar e viu uma figura escura e misteriosa encolhida nos degraus, como se estivesse esperando por ela. Seus olhos encontraram os dela e ela ficou paralisada. Neles, ela viu um brilho vermelho fumegante e uma pitada de malícia.

"Quem é você?", ela sussurrou, temendo a resposta.

A figura se levantou lentamente, revelando uma presença imponente. Era um homem alto e esguio, vestido em roupas negras que pareciam se misturar com as sombras. Seus cabelos escuros caíam em cascata sobre seus ombros, e seu rosto era perfeitamente esculpido com traços angulosos. Os lábios sensuais se curvaram em um sorriso perverso, revelando presas afiadas e pontiagudas.

"Serei conhecido como Kai", sua voz era tão suave quanto um sussurro, e ecoou como um convite para o desconhecido.

Teresa recuou, sentindo um frio percorrer sua espinha. Era óbvio que Kai não era um simples mortal. Ela sentiu todas as suas crenças entrarem em conflito com o turbilhão de emoções que ele despertava dentro dela. Era como se sua alma gritasse para abraçar esse mal que era tão irresistível.

"Por que você veio até mim? O que você quer?", sua voz falhou, mas ela lutava para permanecer forte.

Kai se aproximou lentamente, movendo-se como um predador em direção a sua presa. Cada passo enviava ondas de eletricidade através do corpo de Teresa. Ela fechou os olhos por um momento, tentando resistir à entidade sinistra que a seduzia.

"Eu tenho observado você, Irmã Teresa. Seu espírito forte e sua beleza inocente me atraem como um imã. Eu vim para beber da sua essência, para compartilhar um amor proibido que desafiará os céus", sua voz era suave, quase hipnótica.

Teresa lutou contra as palavras sedutoras, sabendo que estava prestes a se render ao demônio que a desafiava. A batalha entre o sagrado e o profano rugia em seu coração, mas ela sentiu uma atração incontrolável por Kai.

"Eu sou uma serva de Deus, não posso sucumbir a esses desejos proibidos", ela sussurrou, tentando afastá-lo com suas palavras.

Kai se aproximou ainda mais, seus olhos penetrando na alma de Teresa. Ele inclinou a cabeça para o lado, sorriso malicioso nos lábios.

continua..

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