Doença do Amor

Six.

Eu sou um monstrinho, tenha medo de mim. Te deixo desconfortável e te faço sonhar só comigo. –

Havia se passado uma semana e Sakura pode finalmente sair da enfermaria. Pelo tempo que esteve ali, o agravo de sua doença diminuiu e foi estabilizado, pelas palavras de Tsunade. Naruto veio visita-la todos os dias e Sakura ficava feliz, pois era o único momento em que ela podia conversar com alguém.

Tsunade era uma vampira gentil, assim como Naruto, mas era ocupada demais para ficarem conversando. Era um tédio ficar o dia todo sozinha naquele lugar e Sakura sentia medo de noite.

– Você não pode se esforçar, não tem forças para isso. Avisarei para Naruto te dar alguma tarefa leve. Também te aconselho a se alimentar bastante, o rei sente bastante fome... se é que me entende. – Tsunade falou, dando uma risada maliciosa, mas Sakura não tinha entendido.

– O que? Como sabe que o senhor Sasuke me mordeu? – Ela perguntou preocupada.

– Sinto o cheiro dele em você. Karin não gostará nada em saber disso... – Tsunade suspirou. – Já transaram?

O rosto de Sakura ficou vermelho e ela se surpreendeu com aquela pergunta tão direta.

– O que? Não! Claro que não... eu nunca fiz nada disso... por que?

– Por que ele vai querer, meu bem. Mas só se você deixar explícito.

Sakura não havia entendido o que a mais velha dizia, mas não teve oportunidade de perguntar, pois ela já tinha ido embora. A rosada precisava encontrar TenTen, pois sentia sua falta e não queria ficar sozinha naquela castelo.

A garota andou até uma das entradas do castelo. O local estava agitado e com muita movimentação de vampiros e humanos atarefados.

Sakura andava em direção a cozinha, onde imaginava que amiga estaria, mas foi impedida ao sentir duas mãos a puxarem para um canto. Aquilo não era humano, pois a força usada para a puxar era demasiada.

Um homem que não conhecia a prensou na parede e prendeu suas duas mãos por cima da cabeça. Ele tinha um olhar maliciosa e seu toque era gelado.

– Ah! Me solta! – Ela pediu se sacudindo para se livrar, mas o homem era muito mais forte que ela.

– Calma, doce. Não precisa se chacoalhar tanto... eu vou cuidar bem de você. – O homem disse acariciando o rosto de Sakura. Seu toque era nojento e ela sentiu repulsa. – Eu vou me alimentar só um pouco... ou pelo menos vou tentar.

– Sasori! Larga a garota, temos trabalho a fazer! – Um homem disse sério. – Deixa ela, tá na cara que o rei usa ela.

– Mentira! Ela não está vestida nem de criada, nem de prostituta! – Sasori respondeu e Sakura viu o homem que estava falando com ele bufar.

– Se você não fosse um recém transformado pervertido, perceberia pelo olfato que ela é do Sasuke!

– Acho que você está tendo alucinações, Deidara... – Sasori disse malicioso. Estava prestes a morder Sakura com aqueles dentes afiados. A garota fechou os olhos com forças esperando a dor vim.

– Você deveria escutar seu amigo. Sasori.

Sasori pode sentir seus pelos arrepiarem ao escutar a voz do rei Sasuke.

– S-Senhor... perdão... – O homem pediu, estava inseguro naquele momento. Soltou Sakura no mesmo instante.

Sasuke bufou irritado e Sasori temeu pela sua vida.

– Suma daqui, antes que eu arranque sua cabeça com minhas próprias mãos! – O rei ordenou e o outros sumiu logo em seguida.

Sakura sentiu que pode respirar novamente, mas ainda sentia medo. Afinal, o rei também havia a machucado muito, além da ameaça de quebrar sua perna. Pode vê-lo rir e passar as mãos pelo rosto e não estava entendendo.

– Você realmente gosta de causar problemas, humana fujona. – Ele disse observando o olhar desconfiado de Sakura, mas logo sumiu de vista.

Pode ver TenTen saindo da cozinha e correu ao seu encontro. A castanhada sorriu feliz em ver Sakura e elas se abraçaram.

– Então você está viva, garota! Que bom te ver! – TenTen disse alegre observando a feição de Sakura. – Vem me ajudar a limpar as janelas, quero que me conte como foi ficar aos cuidados de Tsunade!

Sakura não podia fazer muito esforço, então apenas entregava alguns materiais para a amiga enquanto contava detalhes. A garota contou como tinha muito medo do rei e que ele havia machucado ela e, mais uma vez, a acastanhada ficou supresa em saber que Sasuke havia se alimentado de Sakura.

Era como uma novidade.

Sakura pensava na possibilidade de fugir daquele lugar por medo, era isca fácil para outros vampiros, mas pelo que TenTen havia dito, ela não sobreviveria uma noite do lado de fora.

O som de passos chamou a atenção das duas, mostrando a presença de Karin. A garota andava rápido e com um olhar sério e se aproximou das duas.

– Criada, onde está Tsunade? – Karin perguntou e parecia muito impaciente. Olhou para Sakura de cima a baixo com um olhar de desgosto. – Quem é essa? Alguma prostituta?

– Ela estava no armazém a última vez que a vi, senhorita. Essa é Sakura, ela é minha ajudante. – TenTen respondeu nervosa e pode ver Karin erguer a sobrancelha, confusa.

– Ajudante? Que categoria é essa que não conheço? Ela nem está vestida de empregada.

– E-Eu sou nova... senhorita. Ainda estou me adaptando... – Sakura respondeu também nervosa. A presença de Karin era intimidadora.

Pode perceber que seu olhar pousou sobre o pescoço e pulso de Sakura, Karin ficou ainda mais séria.

– O rei se alimentou de você? – O olhar de Karin era assustador e ela parecia muito irritada enquanto observava a cicatriz da rosada.

– Como?

– Responda a pergunta, infeliz! – E deu-lhe um tapa na cabeça de Sakura. – O Sasuke mordeu você?

A garota havia ficado ainda mais assustada depois de ter levado um tapa na cabeça e TenTen não podia fazer nada além de observar com pena.

– Karin!

Escutaram a voz de Naruto e as três olharam para a direção da voz. O homem estava com suas mãos nos bolsos e parecia irritado.

– Sasuke está a sua procura.

Karin saiu apressada no mesmo instante e Naruto também desapareceu. Sakura sentiu que podia respirar depois da saída dos dois. Parecia que todos ali estavam irritados com ela, ou algo do tipo.

– Odeio essa garota. – TenTen disse, vendo Karin se afastar.

Antes de sair da enfermaria, Tsunade havia recomendado que Sakura visitasse o jardim para tomar um pouco de sol. O lugar ficava nos fundos do castelo e era um pouco mal cuidado, mas pegava sol. O tempo era sempre muito frio, então o sol lhe esquentava a pele.

O lugar era bem silencioso também e só se escutava o som do vento balançar as folhas. Fechou os olhos por um breve momento, sentindo pela primeira vez que estava segura ali.

A memória de sua família voltou a tona e seus olhos se encheram de lágrimas. Lembrar de seus pais e irmãos machucava seu coração e ela não conseguia entender o motivo. Era ela que era a doente, então por que foi a única a sobreviver?

Sua família inteira havia morrido tentando salva-la, e fora tudo em vão.

Havia passado horas no jardim, refletindo sobre várias coisas. Jantou com TenTen e encontrou uma cama vaga no quarto dos criados, onde era mais quente. Nunca mais voltaria para aquele quarto gélido.