Capítulo 1 - Realmente bonito

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O som de passos apressados foram abafados em meio a multidão. Era inverno e as ruas de Paris estavam cheias, com pessoas se preparando para as festividades que vinham com o fim de ano.

O clima alegre na cidade das luzes era contagiante, casais apaixonados andando de mãos dadas, crianças correndo e brincando pelas ruas, músicos e pintores a cada esquina mostrando sua arte. Realmente o clima perfeito de natal. Até que um grito é ouvido. Os pedestres pararam para olhar e mais gritos de pavor vão surgindo.

'Um atentado.', é o que todos pensaram. Haviam várias pessoas sangrando, foram esfaqueadas mas não havia ninguém próximo a elas.

Ao longe, um homem corre desesperado até um beco, suspirando ao chegar e ver que estava vazio.

"Acho que despistei ele.", se encosta na parede acendendo um cigarro. "Aquele patife! Da próxima vez que eu o vir, eu-", o cigarro cai no chão. Uma pessoa se aproxima, surgindo das sombras.

"Caraaa, você dá trabalho ein. Sabia que isso aí faz mal? Beleza, chega de fugir."

"Vai se ferrar! O que você quer?!"

"Você não sabe?" Fez uma expressão surpresa. "Vamos lá, se esforçe um pouco."

"..."

"Beleza então."

Um único som de disparo foi ouvido antes do corpo cair imóvel no beco.

"Lixos como você realmente não merecem viver." Falou, se agachando em frente ao homem que lentamente perdia a consciência. "Mas pode ficar tranquilo, eles querem você vivo." Os olhos do homem finalmente se fecharam mas antes de perder a consciência ele conseguiu ouvir: "Só não disseram que tinha que estar ileso."

-

Plo, plo, plo, ploft.

A pedrinha afundou depois de três pulos sobre a água do lago, homem que a jogou encarou por alguns segundos e então jogou outra. Ele encarou seu próprio reflexo por um tempo até uma nova imagem surgir na água.

A mulher do reflexo falou. "O chefe está esperando. Por favor, me siga."

Os dois foram em direção ao jardim da enorme mansão. Era um lindo jardim. Tinham muitas flores lindas, desde delicadas azaleias à deslumbrantes cravos mas a atenção de todos que passavam por ele ia diretamente para as lindas rosas vermelhas que desabrochavam sob a neve branca. Era como sangue na neve. Pensar nisso fez o corpo do homem tremer e se lembrar de algo que ele preferia esquecer.

Ele se abaixou e pegou uma rosa murcha na neve.

"Senhor?" A mulher chamou, ele imediatamente guardou a rosa no bolso e se levantou para segui-la até uma estufa simples, se comparada ao resto do lugar.

Lá dentro, um homem de idade estava sentado em um banquinho, plantando o que pareciam ser uma carqueja sem flores em um vaso grande e marrom.

"Senhor, ele está aqui."

"Obrigada, Kathia. Pode se retirar." Falou sem desviar o olhar do que fazia. A mulher fez uma pequena reverência e saiu, deixando apenas os dois homens na sala. "Sabe, FLOR significa algo como gratidão." Ele pegou uma tesoura e começou a cortar algumas folhas. "Eu gosto de flores por que elas sempre trensmitem exatamente o que estamos pensando." Ele sorriu e tirou as luvas, se levantou e olhou para o homem. "Natsuo, meu rapaz. Você fez um bom trabalho pegando aquele homem para mim mas vou ter que te incomodar novamente..." O velho pegou um envelope em cima de uma mesa e entregou à Natsu. "Este é Yves, ele mora em Beaune." Falou enquanto o outro tirava a ficha do envelope.

"Quem é ele?"

"É filho do homem que você nos trouxe."

"O que vão fazer com ele?"

"Não vamos o matar, se é o que quer saber. Só retribuir o que o pai dele fez."

'Olho por olho, dente por dente.' era o lema desse cara. Natsu conteve um suspiro cansado e acenou com a cabeça.

"Ótimo. Kathia!" Chamou alto e a mulher entrou na estufa. "Acompanhe-o até o quarto que mandei preparar. Preciso desse garoto até o fim da semana, Natsu." E com isso encerrou o assunto.

Natsu saiu da estufa seguindo Kathia até um dos muitos quartos da mansão.

Sozinho no quarto ele se jogou na cama.

"Finalmente." Soltou um longo suspiro. "Esse velho hipócrita. Se faz de bonzinho mas é o próprio diabo. Tenho dó desse garoto, pagando pelos pecados do pai."

Aquele velho era, ninguém menos que, Jean Dubois, dono de uma das maiores redes de restaurantes de Paris.

Diante da midia, ele é alguém humilde. Para qualquer um de fora, o velho Jean é uma otima pessoa, ajuda os mais necessitados, faz caridade e é gentil com todos. Um bom velinho, de fato. Mas a verdade é bem diferente.

Jean Dubois, é um nome que corre solto no submundo de Paris. Contrabandista ilegal de drogas em grande escala, além de ser conhecido por ser um carrasco com seus subordinados. Apesar disso, Jean aprecia a lealdade acima de tudo. Tanto que Natsu foi chamado para capturar o cara que abusou de uma das suas subordinadas mais leais.

Natsu sentiu nojo do homem, mas o filho dele pagar por isso era demais. No entanto ele estava aqui a trabalho, não se envolver é o básico.

-

"Aaaah, a boa e velha Beaune." Abriu os braços e deixou o vento do campo soprar sobre si.

Era inverno então não haviam muitas pessoas ali, apenas os trabalhadores, cuidando das flores.

Natsu andou até chegar a uma cafeteria, ele se sentou, pegou o menu em cima da mesa e esperou ser atendido.

"Bom dia! O senhor vai pedir alguma coisa?" Um jovem rapidamente se aproximou para o atender. Ele vestia um avental marrom com o logo da cafeteira e seu sorriso era gentil.

"Bom dia. Eu vou querer um cafe preto e um croissant de queijo, por favor." Ele olhou para o jovem loiro de olhos cor de mel e confirmou, aquele era seu alvo.

"Aguarde um pouco." E saiu com seu bloquinho em mãos.

Ao longe, Natsuo observou discretamente o rapaz enquanto se lembrava da descrição da ficha.

Yves Lefebvre, um jovem de 23 anos, cursava gastronomia na Universidade de Paris e trabalhava meio período em uma cafeteria na sua cidade natal, Beaune. Pele leve mente bronzeada, cabelos longos e loiros, olhos cor de mel e 1,79 de altura.
Não tinham fotos na ficha, pela descrição Natsu achou que sua aparecencia não fosse nada de mais. Mas vendo pessoalmente, Yves era realmente bonito.

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