Capítulo 2 - Um humilde trabalhador

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Era fim de tarde em Beaune, o sol se pondo fazia a paisagem florida mais bela. As lojas se fechavam e os bares abiram, dando início à noite.

"Você pode fechar pra mim? Tenho um encontro hoje." A garota pediu, animada.

"Mais um? É o terceiro essa semana e hoje é quarta!"

"Qual foi, Yves! Por favor, cara, eu nunca te peço nada!" Ela juntou as mãos e olhou para ele com cara de cachorro sem dono. "Por favor?"

"Aah. Só hoje, porque eu estou bonzinho. Você me deve essa." Ele disse, rendido.

"AAAH!" Ela soltou um grito estridente e se perdurou no pescoço do outro. "Obrigada. obrigada, obrigada!" Ela foi correndo pegar sua mochila. "Então, eu já vou! Ate amanhã!" Ela passou pela porta tão rapido que nem ouviu a reaposta de Yves.

"Até... já foi" Ele olhou pela porta com uma expressão complicada e entao suspirou. "Pelo menos fecha a porta." E ele o fez.

'Crak!'

O som de algo quebrando foi ouvido vindo do salão principal.

"Oi? Tem alguém aí?" Sem resposta. "Sera que um gato entrou?" Ele foi em direção ao salão principal com passos silenciosos.

Yves entrou na sala escura e ascendeu a luz mas não tinha ninguém.

"Ué"

"Rrr" "Rrr" "Rrr"

então barulhos de arranhões começaram a soar na cozinha, onde ele estava antes, ao mesmo tempo o corpo de Yves gelou. Ele se virou devagar e deu de cara com um gato preto arranhando a porta. Yves suspirou e pos a mão no peito.

"Era só um gato." Se aproximou do animal de vagar para não assusta-lo. "Calma." Ele abriu a porta e o gato saiu correndo. "Pronto, agora eu vou embora antes que outro.. humph!" Sua fala foi interrompida por uma mão cobrindo sua boca. Yves sentiu um corpo pressionar atras dele e algo furou seu braço.

"Shhh." E então, tudo ficou preto.

-

Yves abriu os olhos lentamente, sua visão se acustumando à claridade do lugar.

Era um quarto simples. Ele estava amarrado em uma cadeira, virado para a janela.

"... Onde eu tô?"

"Cê ta no meu quarto." Uma voz desconhecida falou.

"Quem é você? O que quer comigo?" Yves perguntou, desesperado.

"Eu? Sou só um humilde trabalhador."

"Que? Então por que me sequestrou?" Ele se debatia freneticamente na cadeira.

"Para. Você vai se machucar."

"Responde a pergunta!"

"Tá, tá. Eu não te sequestrei não, ô loirinho." Yves sentiu que essa voz era familiar. "Só tô fazendo um favor pra um velho. Vou te levar para o seu pai."

"Meu pai?" Ele parou. "O que ele tem haver com isso?"

"É o seguinte, teu pai fez amizade com um velho rico aí e agora tá querendo te ver. Eu sou um empregado desse velho e vim te buscar."

"..."

"Não vai falar nada?"

"Tá me zoando?Você quer que eu acredite nessa história?"

"Claro."

"Porra! Vai se ferrar! Me conta a verdade, seu pilantra!" Ele voltou a se de bater.

"Assim você me ofende. O que te faz achar que essa história é mentira?"

"Por que caralhos você me amarraria se fosse verdade?"

"Hm, você tem um ponto."

"Além disso, meu pai tem uma doença crônica, ele não tem forças pra sair pra rua fazendo amizade com velhos aleatórios."

"Acho que você não conhece muito bem seu pai."

"Quem é você pra dizer isso? Me solta!"

"Agora é sério, para com isso, você vai se machucar."

"Se você se importasse mesmo, me soltaria."

"Sabe que eu não posso fazer isso. Você iria fugir."

"Claro, você é maluco. Me deixa ir!"

"Opa! Meu telefone tá tocando. Já volto, loirinho." Yves ouviu o som do colchão fofo se mexendo.

"E-ei, espera!" Ele gritou mas ainda ouviu o som da porta se fechar atrás dele. "... Droga!"

Completamente desesperado, ele começou a pensar em formar de escapar dali, até que se lembrou das chaves em sem bolso.

'Se eu conseguir tira-las dali, talvez..! Mesmo que não dê certo, eu preciso tentar.'

Então Yves se jogou no chão com a cadeira, fazendo um barulho tão alto que a porta se abriu de novo quase imediatamente e a voz voltou.

"Que foi isso, você ta bem?" A voz finalmente revelou seu rosto, aparecendo em frente Yves para o levantar. Era um homem alto com um aspecto asiático, seu cabelo era preto tal como seus olhos escuros e profundos, Yves sentiu-se tonto ao olhar para aqueles olhos que pareciam tão infelizes.

"Eu estou bem." Yves virou o rosto, incomodado pela proximidade. Ele sentiu que o conhecia.

"É o que parece." Natsu olhou para Yves com uma expressão confusa. "Acho que vou ter que te amarrar a um móvel pesado, pra isso não acontecer mais."

"Não precisa, eu não vou mais fazer isso. Não vou te ajudar a me machucar."

"..." Novamente aquela expressão estranha apareceu. "Eu não quero te machucar."

"Então me deixe ir."

"Não posso."

"Por que não?"

"... É o meu trabalho.Vou na recepção pegar outro quarto e ja volto aqui." Ele saiu antes que Yves pudesse dizer algo.

"..." Yves esperou a porta trancar para rapidamente começar a tentar rasgar a corda com as chaves que escondia nas mãos. 4 minutos se passaram quando Yves finalmente conseguiu se soltar. Seus pulso estavam vermelhos e com pequenos cortes pelo esforço para se soltar e pelo aperto da corda.

'Eu tenho que fugir daqui!'

A única janela do quarto, assim como a porta, estavam trancadas. O único lugar para onde poderia ir era o banheiro mas lá só tinha uma escotilha que era muito pequena para ele.

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⏰ Última atualização: Nov 07 ⏰

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