- Prólogo -

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– May Kurayami

Insanidade. A palavra sempre me trouxe curiosidade, porque sempre fui criada no contexto dela. Minha curiosidade sobre essa palavra tão constante na minha vida, era pela minha vontade de descobrir o porquê. Por que as pessoas eram daquele jeito? Por que elas faziam isso? Por que me escolheram? Por que fizeram isso comigo? Porque tamanha insanidade vindo de pessoas que deveriam ser o meu porto seguro?

Eu queria explicações, queria porque, talvez assim um dia, eu poderia me sentir melhor mesmo tendo passado pelo o que eu passei. Queria as justificativas sobre tais atitudes porque, talvez se elas fossem coerentes, eu poderia perdoar e agir como se nada tivesse acontecido. Mas, mesmo com meus anos estudando sobre a mente humana fazendo-me uma profissional renomada na área, eu não consegui respostas que realmente me confortassem. Acho que talvez por isso eu cheguei até aqui.

O centro da loucura e insanidade, onde cada uma das pessoas tem suas próprias histórias, seus próprios infernos e suas próprias maneiras de lidar com suas loucuras. Mas, de certa forma, um inferno em particular me chamou a atenção. Aiden Colen me atraiu desde a primeira vez em que nos olhamos. Com aqueles olhos azuis escuros que me puxavam cada vez mais a ele. Eu sabia que seria complicado fazer o meu papel como profissional com aquele homem sem acabar me envolvendo.

Cada vez que ele se fechava em minha frente e me proibia de acessar sua mente, mais curiosa eu ficava. Como um homem daqueles poderia estar em um lugar como esse? Não... homens como ele são os que governam esses lugares, são os linha de frente, os poderosos que manipulam tudo ao seu redor, mas então, porque ele esta aqui? Os mistérios que o rondam sempre me cativam e eu sei que isso não é bom, que eu não deveria gostar de todo o suspense e perigo que fica a espreita desse homem, mas não consigo.

Aiden demonstra a força e resiliência que eu sempre fui capaz de ter, mas sei como é difícil e por isso o admiro. Nossos sentimentos são conectados de alguma forma, porque eu sei que os olhares que ele me atirava não eram olhares apropriados de serem trocados entre uma psiquiatra e um paciente. As atitudes que ele tem em relação a mim, me fascinam e me intrigam. No fundo, sabemos que nossos sentimentos estão ligados, mas, na insanidade não se constrói sentimentos bons, não se há paixão e nem nada além do fogo de querer ter, mas não poder. Na nossa insanidade, nunca houve e nunca haverá a paz que tanto buscamos.

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Império de Sangue [DARK ROMANCE]Onde histórias criam vida. Descubra agora