1|In this shirt

775 82 136
                                    

🌻

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

🌻

Há uma dor avassaladora, ela ondula através da minha estrutura, me faz falho

—In this shirt, The Irrepressibles

Inspira e expira...

Sana sentiu como se tivesse estado ali a vida inteira. Cheia de cobertores amarelos, como um bebê, enrolada bem apertada. Ela estava afundando, mais e mais. E quando estava quase sem fôlego, algo a puxou para fora, algo nas árvores, uma luz, um brilho.

Sana emergiu, assistindo o amarelo afundar, afundar como uma grande âncora em meio a um oceano de sentimentos, afundando, afundando e afundando. Como um pontinho de luz ao longe inerte a qualquer olhar, afundando...afundando e afundando...

Então o brilho do amarelo se apagou, como uma tocha sendo encharcada de água, apagando toda sua luz que emanava das chamas, apagou em meio aquela escuridão, a deixando embriagada e sem luz em seus próprios sentimentos.

— Mãe... — sussurrou, esperando que a luz voltasse, que o seu amarelo renascesse e emergisse naquela água gelada. Nada aconteceu. — Mãe...

Então nada fez sentido. Amarelo sempre foi amarelo.

Amarelo é luz, como um dia ensolarado e feliz, feliz porque amarelo é felicidade, como aquele pontinho de alegria que chega para inebriar-te com tamanho êxito. Amarelo é deslumbrante, significativo e muito bem visto.

Amarelo, amarelo e amarelo...

Sana correu, desviando das árvores e sentindo seu próprio amarelo se apagar, sentindo o sufoco em sua alma, o coração acelerado e os olhos encharcados com suas próprias lágrimas. O cabelo molhado voava em seu rosto. Por um momento sentiu-se vigiada, pensou em olhar para trás e encontrar seu porto seguro fora daquela represa, mas não virou, correu. Correu em meio ao escurecer até que avistasse sua própria casa em meio às árvores. Sucumbindo abriu a porta e sentou no chão, terrivelmente desastrada deixando que seu braço arranhasse na fechadura, um filete de sangue escorreu por sua pele, ela pouco ligou. Pôs-se a chorar como uma criança quando se perde da mãe, porque ela se perdeu. Perdeu sua mãe, seu ponto amarelo.

O husky siberiano, parecendo perceber de longe a dor de sua dona, aproximou-se hesitante, mexendo suas orelhas no processo como se estivesse se perguntando o porquê de sua matriarca estar aos prantos. O animal se aproximou, encostando seu focinho na pele gelada do rosto de Sana, os pelos brancos como neve fazendo cosquinha em sua tez, quase como se a confortasse com palavras.

— Lili — Sana agarrou-se ao cachorro, afundando o rosto nos pelos de Lili como se pudesse se proteger ali. — Ela se foi, Lili, agora ela está em paz — o cachorro choramingou baixinho, como se estivesse entendendo o que a garota lhe falará — Era pra eu estar com ela...mas vai ficar tudo bem.

Amarelo Como o Sol|SaHyoOnde histórias criam vida. Descubra agora