Minha vida antes de te conhecer

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       2015

07:25 a.m

  * - Tudo bem mãe, eu vou me cuidar melhor. Mas promete que você ou meu pai vão vim me ver logo?

- Eu prometo filha. Você foi pra aí pro seus estudos porque com toda certeza a Ásia, a Coreia é muito melhor do que o Brasil. Você vai ter um futuro incrível.

- Eu sei. É que as vezes eu só tenho saudades da nossa vida sabe? Aqui é tudo tão sério e sem vida. Mas ainda bem que eu tenho meus amigos.

- Peça a Mingi e Yeji sempre cuidarem de você por mim.

- Pode deixar. Agora vou terminar de me arrumar e ir pra escola. Beijos, eu amo você!

- Também te amo filha. Mais tarde ligo de novo.  *

Coloco meu celular na mochila e vou terminar de me arrumar. O dia fazia um sol super quente desde as 07 da manhã. Era estranho já que estamos quase entrando no outono.

20 minutos depois

- Obrigada senhor Kang. Quando chegar pego a chave no seu armário então. - dou um sorriso simpático

- Tudo bem. Boa aula senhorita S/N. Tome café, não esqueça pra não passar mal igual aquele dia.

- Pode deixar ! - faço um sinal de "general" a ele e saio do prédio.

O senhor Kang era o porteiro do prédio e ele sempre me ajudava quando tava perdida no bairro, sem saber onde pedir comida... Ele realmente ajudava muitas pessoas. E fiquei sabendo que ele no passado perdeu a filha para o câncer então ele deve sentir essa necessidade de carinho e afeto.

Vou indo até parar na cafeteria perto da praça do meu bairro. Eu nunca conseguia tomar café em casa já que eu não sabia cozinhar e nem mesmo mexer em uma cafeteira.

- Olá! Em que posso ajudar?

- Por favor, 1 achocolatado com café  e 1 mochi. E também um café gelado pra viagem.

- Ok.

Enquanto a moça ia preparando eu abri minha mochila pra ver onde tava o meu fone pois eu não achei no bolso da blusa do colégio. E, mais uma vez, eu havia esquecido.

Fiquei triste pois tudo que eu mais queria era escutar 2ne1 e o novo grupo que eu adorei, o Twice.

- Aqui mocinha.

Pago o café e saio de lá.

Quando coloco o copo na boca pra tomar o primeiro gole, acabo derrubando um tanto na minha blusa pelo o tamanho susto que tinha levado.

- AI!

- Foi mal - Olho pro lado e vejo que o dono do meu susto era Mingi, que não parava de rir.

- Não ri Mingi. Queria ver se fosse com você. A senhora Hara lavou antes de ontem com tanto capricho. Além de custar uma nota - lágrimas formam em meus olhos ao lembrar que eu não tinha mais dinheiro pra mandar lavar a blusa

- Ei, não precisa ficar assim. É só uma manchinha. Você compra outra, simples assim.

- Eu não tenho mais dinheiro pra lavar roupa esse mês. - cruzo meus braços e fecho minha cara pra Mingi

- Ah, é dinheiro? Nada que seu amigo rico não pague. - ele tira sua carteira do bolso e me dá 2000 mil wones.

- Ya! Imagina que eu vou aceitar seu dinheiro. Nem seu né? Dos seus pais.

- Aí, para de ter esse pensamento S/N. Muito pobre esses pensamentos sabia? Só pobre não aceita dinheiro. - ele começa a andar me deixando pra trás

- Você não trouxe sua bicicleta? Não queria andar até lá

- Que folgada! Tá acostumando demais com minha gentileza. E não, não trouxe porque eu vendi a bicicleta. - ele ergue suas sobrancelhas

- Você vendeu? Por que Mingi? Ela era nova! - apresso mais meus passos.

- Eu quero outra. Vou pedir pro meu paizinho me dar.

- Aish, que chato. Imagina te ter como filho. Mimado.

- Não sou não. Você que é. Quem sai da América do Sul pra vim estudar na Ásia? Um lugar tão bosta quanto esse não há.

- Ei, não fala assim. Eu até gosto daqui. Pelo menos a escola daqui não é precária igual lá no Brasil.

- S/N, estica essa perna pra andar mais rápido. Parece que é uma anã que não consegue nem andar rápido. - ele começa a rir

- Ei! Me respeita seu idiota - dou um chute em sua canela

- Ya! Doeu sua ... - ele me dá um peteleco na testa um tanto forte

Começo a correr dele e assim em menos de 10 minutos chegamos a escola.

- Nossa, meu café pra viagem já era. Culpa sua Mingi - digo jogando no lixo pois tinha molhado toda a embalagem de tanto que corremos

- Que? Você ta falando comigo? Desculpa, tô usando meus FONES. Eu não fico esquecendo eles todos os dias. - ele diz se sentando na cadeira

- Nossa, para de ficar se exaltando seu chato. - fazia par com Mingi na sala então me sento ao seu lado

- Ei, você viu Wooyoung hoje? Ainda não achei ele. Nem Yeosang. - Mingi vira pra trás e dá uma piscadinha pra nossa colega de turma Jisoo.

- Não vi. Nem a Yeji. Ela não respondeu meu sms. E para de ser safado, fica dando em cima das alunas mais bonitas - dou um tapa em seu braço

- Eu não tô dando em cima, só paquerando um pouco elas. Assim eu fico famoso na escola. - ele abre um sorriso e tira o caderno de sua mochila

- Mingi, sempre se lembre que ainda estamos na 8° série. Não é tempo de namorar. Espera pelo menos o ensino médio garoto.

- Ah, eu sei disso. Mas quando entrarmos no 1° ano do ensino médio, no primeiro dia, eu já sei quem vou pedir em namoro.

- É sério? Você ta escondendo de mim, sua amiga S/N, de quem tá gostando?

- Óbvio. Como vou falar isso pra você mesmo? - ele se levanta e vai até a mesa de Wooyoung e Yeosang, que haviam acabado de chegar.

Era isso mesmo que eu ouvi? O Mingi gosta de mim? Mas ele me trata tão bem como amiga, nunca pude pensar nele como um garoto de verdade além de amigo. Mas agora, olhando ele de longe, eu acho que também posso sentir algo por ele se nos aproximarmos.

Chega S/N! Você é uma criança ainda pra ficar pensando em namoro, como sua mãe disse.

Acabo dando um tapa em minha cabeça e esqueço que tô numa sala de aula.

- Pelo jeito acordou confusa de novo

- Yeji! - me levanto e dou um abraço na mesma

- Por que tava dando um tapa na sua cabeça? Tá confusa com alguma coisa? - ela diz se sentando em sua mesa que era ao meu lado junto com a Jisoo.

- Não é isso. É que... ah, deixa pra lá. Só muita coisa na cabeça.

- Você tá escondendo algo da sua melhor amiga, S/N? - ela aponta uma régua pra mim e fica com vontade de rir

- Não senhorita Yeji. Pode ficar tranquila - começo a rir e abro meu caderno.

O professor entra na sala e todos se sentam. Pela primeira vez senti um desconforto, talvez, por Mingi se sentar tão próximo de mim. Meu Deus, isso não pode tá acontecendo. E eu não sei se é bom ou ruim.






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