ℋ𝐎𝐌𝐄. - 𝗓𝗈𝗌𝖺𝗇

...

— 𝗉𝗋𝗈𝗆𝖾𝗌𝗌𝖺𝗌 𝗌𝖺̃𝗈 𝗉𝗋𝗈𝗆𝖾𝗌𝗌𝖺𝗌.

Os fios dourados grudavam em sua pele. O suor que escorria do rosto de Sanji não o encomodava, pois este já era um companheiro diário.
Continuou a servir todas as mesas do restaurante, certificando-se de que tudo estava arrumado.
O trabalho de garçom era complicado e cansativo, mas nenhuma dor nas pernas iria parar aquele jovem.
Ao menos podia dizer que aquilo o incomodava, pois sua força de vontade era tão avassaladora quando as dificuldades.

Era isso, ou morreria de fome.

Sua preucupação, por outro lado, fazia com que as coisas não saíssem sempre como planejado.
Estava cansado, com sono, com dor..
Tudo isso porque, nada garantia que ele veria novamente o amor da sua vida.

(...)

As lágrimas salgadas molharam ambos rostos apaixonados. Zoro juntou todas as suas forças, aquele adeus era o mais dolorido de todos. Nada garantia que ele estaria vivo em cinco meses, muito menos que voltaria inteiro para casa.
– Sanji, eu preciso ir... - Com o coração apertado, o moreno disse, apertando ainda mais o abraço caloroso de seu noivo.

– Eu sei.. - Foi tudo oque ele disse. – Mas, eu não posso te deixar ir, você não pode me deixar, Zoro! - O rosto inchado e vermelho, de tantas lágrimas e grunidos, fez com que uma sensação tão ruim invadisse o peito do amante.
Era a realidade a ser encarada. Roronoa Zoro foi convocado para uma importante missão militar, não seria certa a sua volta, e então Sanji não queria deixá-lo ir.

– P-promete voltar? Vai voltar para casa..? - Questionou . – Eu quero que prometa, que quando chegarmos, eu vou te ter aqui! Eu preciso de você.. - Sua voz já estava rouca e baixa, o choro e tristeza não o permitiam falar normalmente, suas palavras se tornaram sussuros e seus olhos, um mar de tristeza impermeável.

– Eu prometo. Eu prometo que vou voltar bem, vamos nos casar e eu não vou mais precisar te preocupar. -

– Eu te amo, Sanji. -

– Eu também te amo Zoro. Não faça besteiras. - Foram suas últimas palavras, sorrindo em um fio de esperança, tecido pelas palavras tão profundas do jovem de cabelos esverdeados.
Um útimo beijo, tão romântico quanto todos os outros, foi o fim daquele momento único.

Zoro se despediu, vendo o altomóvel consideravelmente grande estacionar na frente de sua amada casa, seu lar.
Assim que pisou naquele lugar, viu todos aqueles homens sentindo o mesmo que ele. Suas noivas, famílias, amigos, tudo deixado ali, com uma única garantia de que eles voltariam vivos no final, por mais pequena e fina que ela fosse.

Sanji passou os próximos dias chorando, triste, sem vontade de ir ao trabalho ou comer alguma coisa. Sua mente rondava entre o noivo chegar vivo em casa, ou , nunca mais vê-lo.
Outro dia, acordou com o soar da campainha, e correu como nunca, para apenas receber o carteiro.
Sua vida dependia naquele momento, da volta do marimo idiota que ele tanto dedicou seu coração.

(...)

Esse era mais um dos dias tristes em que passava pensando em seu noivo. Estava tão mal, que ao menos percebeu quando deixou uma xícara de vidro muito inclinada na bandeja, resultando em um acidente no meio do salão.
Quando a pequena xícara de café se despedaçou no mármore frio, Sanji se assustou, voltando a realidade.

– Eu sinto muito! Vou providenciar outro agora mesmo, por favor, me perdoe! - Pediu a senhora adorável que ele serviria.
A senhorinha apenas sorriu, não se importando com aquele pequeno acidente.