Eu deveria ter voltado a dormir no momento em que eu acordei, mas não o fiz.
Cerca de duas semanas atrás, às três da manhã, acordei ao som de baralhar no canto do meu quarto, ele era o tipo de som que iria levá-lo a acreditar que havia um pequeno animal, um roedor de algum tipo, ao longo das paredes ou através delas. Sentei-me e olhei para a escuridão, mas não viu nada. Eu estava prestes a me deitar novamente, quando ouvi um baque. Pulei da cama e acendi a luz. Não houve pequeno animal, ou qualquer sinal de que jamais houvesse um. O que eu vi, no entanto, me deu calafrios na espinha. No canto inferior da parede, junto ao chão, tinha uma marca de mão, na cor cinza escuro, com os dedos estendidos. Eu congelei, olhando em volta do meu quarto com cautela. Nada. Não havia nada em qualquer lugar que eu podia ver. Depois de reunir coragem, procurei no quarto, ainda não encontrando nada. Finalmente me cansei de novo e voltei a dormir, desta vez com as luzes acesas.
Na manhã seguinte, acordei sentindo frígido. A marca de mão ainda estava lá, mas parecia mais escura. Não um cinza mais escuro, mas uma cor deteriorada do marrom, como a ferrugem. Olhei para a marca por um tempo curto, então decidi que seria melhor ir para trabalho. Durante todo o meu dia, eu só conseguia pensar no desenho da mão e do barulho estranho que me acordou. Eu morava sozinho, e não havia nada que eu pudesse fazer, ninguém que eu poderia contar. Isso soaria como loucura, não é?
Depois do trabalho, estava muito cansado para pensar e decidiu dormir mais cedo. Apaguei as luzes e imediatamente adormeci.
Acordei com o mesmo som da noite anterior, mas desta vez, eu imediatamente acendi a luz. Em cima da marca de mão, havia muitas marcas, cada uma de cor mais escura que a outra. Eu não dormi naquela noite. Olhei desamparado para as marcas de mãos até o amanhecer. Eu não ir trabalhar.
Naquela noite, eu novamente fui dormir com as luzes apagadas, mas desta vez, eu acordei com som nenhum. O que me tirou do meu sono foi à estranha sensação de estar sendo observado. Eu instintivamente olhei para o canto, e imediatamente desejei que eu não tivesse o feito. Estando lá, envolta em escuridão, roupas esfarrapadas, era uma mulher alta. Aterrorizado e sozinho, eu escondi meu rosto em meus travesseiros e me enrolado como bola, esperando a morte. Ela não veio. Na verdade, ela ficou lá à noite toda. Quando amanheceu, a sensação estranha se foi, olhei de novo, ela também tinha ido embora. Eu não conseguiria dormir neste quarto mais. Eu não poderia ficar mais aqui. Eu tive que sair..,
Eu fiquei em um pequeno e barato motel, cerca de meia milha de distância. Estaria seguro aqui está noite, eu decidi. Eu ficaria bem. Senti-me bem e adormeci. Mais uma vez, eu acordei com o som, mas desta vez, ele veio de debaixo da cama. Assustado, acendi a lâmpada, olhei para cima e gritei. Acima de mim era milhares e milhares de marcas de mãos no teto, num vermelho sangue profundo. Eu escondi o meu rosto de novo, e senti a presença dela. Eu estava tão assustada que não conseguia me mover. Eu sabia que ela estava me observando. Eu sabia que ela estava lá. Novamente esperei até o amanhecer.
Depois daquela noite, eu desisti. Sentia-me apático, esperando a morte a cada passo, a cada noite que eu fechava os olhos. Voltei para a minha casa, visto que não importa onde eu dormia. Passei todos os dias em um transe, temendo o sono, mas ainda dormindo. As marcas de mãos na parede desapareceram, mas em seu lugar, pequenas mensagens apareceram. Agora, milhares de mensagens são gravadas em minhas paredes, meu teto, e nos meus pertences pessoais, tudo em vermelho. "Ela está te observando". "Não olhe nos olhos dela". "Ela não pode levá-lo se você não olhar". Obviamente, eles não foram escritos por ela, mas eu não ligava para descobrir de onde vieram. Ignorei-os, embora eu não devesse ter feito isso.
Ontem à noite, na cama, olhando para as mensagens na parede à minha direita. Eu não conseguia dormi. Eu lia as mensagens mais e mais, tentando me acalmar em um sono profundo. Em seguida, três coisas horríveis aconteceram simultaneamente.
Um
Eu senti sua presença.
Dois
Senti sua respiração fria contra a parte de trás do meu pescoço, enviando um arrepio que percorreu minha espinha e fazendo meus cabelos ficarem em pé.
Três.
Eu estava lá, frígido e aterrorizado, eu senti o movimento. Ela estava na cama comigo. A voz rouca perfurou a escuridão silenciosa, refrigerando a minha pele e recuperando o fôlego. Não importa o que ela disse, mas sei que eu olhei. Olhei e agora eu tenho mais nada para dar, mas um conselho: Não me importa o que você ouve. Não importa o que você vê. Ela está sempre lá, sempre olhando, e ela sabe que você está lendo isso.
Não olhe para trás.
