vinte e três | tretas leves e tênis

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"Você achou que ficaríamos bem?

Ainda tenho as cicatrizes nas minhas costas da sua faca

Então, não pense que isso está no passado

Estes tipos de feridas, eles duram e duram

Agora, você pensou nisso com antecedência?

Todas estas coisas vão voltar para você

E o tempo pode curar, mas isso não vai

Então, se você estiver vindo em minha direção, não venha"

Bad blood | Taylor Swift

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Toda a sala estava uma confusão, além dos cabideiros com roupas espalhadas para todos os lados, Tina discutia com Amanda sobre o cenário, e Ben foi rapidamente até elas quando percebeu que a ruivinha ameaçava ir para cima da Amanda.

Rodrigo levantou as mãos quando percebeu meu olhar para ele e saiu de fininho de perto da gente, Paçoca estava em um canto da sala comendo a gola da fantasia, o que eu preferi não alertar Diana para não correr o risco dela voltar para escolher outra, e Mia olhava para tudo de uma forma estranha e não demorou a fazer a pergunta que acho que todos nós estávamos fazendo há pelo menos uma hora, mas eu provavelmente teria acrescentado um "fuck" no meio da frase, só para dar mais ênfase.

— O que tá acontecendo aqui?

Aish, Mia! — Ryan apareceu ao nosso lado com as mãos no bolso da calça e cara de tédio — Amanda e sua trupe conseguiram estragar tudo. Os caras estão desmotivados e nós estamos parecendo uma boy band do tempo dos nossos pais com essas roupas exageradas.

— Vocês estão mesmo... interessantes. — Mia deu uma risadinha debochada, enquanto passava o dedo sutilmente no colarinho da camisa do Ryan e eu desviei meu olhar para Diana.

Ela estava estranhamente silenciosa, e seus olhos percorriam todo o meu corpo, não conseguia decifrar pela sua expressão se ela tinha gostado da roupa, ou se tinha odiado tanto quanto eu. As roupas eram quentes e incomodavam, e eu já estava começando a sentir calor, mesmo o tempo estando mais frio.

— Pronto. Esse cachorro foi a Amanda escolheu pra você, Theo. Ela disse que é o que tem menos cara de vira-lata e combina com o seu jeito requintado e charmoso.

Larissa me entregou um cachorrinho peludo e marrom, que se aninhou nos meus braços, olhei para Didi como se pedisse socorro com os olhos, mas ela parecia se divertir com a minha tortura.

— Sem piadinhas, Diana.

— Oxi, doido. Eu não ia falar nada — ela arrebatou e eu estreitei meus olhos para ela — Assim, só achei engraçado que para alguém que disse que não ia vestir essa frescuragem... — ela engrossou a voz tentando imitar a minha — ...tá parecendo aqueles menino vestidos pela avó, para ir na festa da igreja.

Dei uma risadinha quando lembrei que tanto minha avó Mary*, quanto minha avó Donna*, costumavam me vestir desse jeito para ir na missa de domingo e também nas missas de Natal, e elas sempre brigavam comigo quando eu dizia que a gravata incomodava e tirava antes de chegarmos na igreja.

Ela ainda me olhava com diversão e eu voltei a ficar sério.

— Pois fique sabendo, Dona Diana, que eu me permiti vestir assim, por uma boa causa.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora