You are Alive!

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Notas iniciais: oiiii gente, isso daqui é um surto de criatividade que eu tive depois de ouvir The 30th da billie eilish, ouçam pfvr pensando em kelmiro, é mt bom.
Espero que gostem dessa biju da angústia, amo vocês.
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Kelvin treme, ele está cansado, enjoado, faz dias que ele não dorme direito, (desde que Ramiro deu entrada nesse maldito hospital!) faz dias que ele não come direito. . . Ele simplesmente não consegue se manter muito longe por muito tempo.

É como se um momento de descuido e ele fosse perder seu Ramiro de novo.

Fechar os olhos é pedir para ter aquela imagem a sua frente de novo.

O pior é que ele nem pode falar com Ramiro porque ele precisa de apoio agora e não de Kelvin derrubando seus problemas sobre ele. Ele ainda se lembra de Ramiro acordando, chorando, porque está morrendo de medo de Antônio. Dizendo que está assustado, Kelvin não teve coragem de dizer que também estava.

Assustado com a ideia de Antônio o machucar de novo ou até de machucar o próprio Kelvin.

Mal Ramiro sabe que Antônio já o machucou, já o cortou, já o quebrou em lugares que ele nunca achou que seriam quebrados.

Dói.

Dói tanto.

Toda vez que ele dorme ele sonha com isso. Toda vez que ele come, ele lembra da imagem que o deixa mal do estômago, Ramiro machucado, sangrando estraçalhado e desconfigurado no chão no meio da estrada, bochechas molhadas com muito mais do que só lágrimas. Toda vez que ele sai de perto, ele pensa que vai acontecer de novo.

Kelvin cai de joelhos na beira da cama de Ramiro, seu corpo sendo sacudido por soluços que ele tenta manter silenciosos.

Ele está tão, tão acabado. Algo quebrou em si quando ele encontrou Ramiro naquela estrada e ele não sabe concertar.

Ele segura com leveza a mão de Ramiro, mesmo que sua vontade seja apertar com todas as forças.

Desde que seu Rams acordou, ele tem tentado, tentado tanto. Manter o controle, ser forte por ele! Mas ele não sabe se consegue manter a fachada por mais muito tempo. A cada segundo que passa ele se sente mais próximo de um colapso.

—Ramiro. . . – Chama baixinho, bem baixinho, soa quase como um pedido de socorro. Seu corpo trêmulo pela falta de sono, o estresse, pela ansiedade. Por toda dor.

Ramiro não morreu, mas os "e se" nunca somem de sua cabeça.

—Kevin? – Ramiro abre os olhos lentamente, com certa dificuldade.

—Ramiro. . . – Chama baixinho, choramingando ao final, o som é quase um miado de tão fraquinho e frágil que soa.

—Kevin! – O preto exclama preocupado, levando suas mãos imediatamente até perto do ruivinho. –Pequetito, o que tem di erado? Ocê tá bem? Alguém te machuco, o que aconteceu? – Pergunta, sua ansiedade imediatamente atacando, seus olhos grandes e preocupados procurando algo de errado.

"Pequitito, o q-que tem d-d-de er-ado? – Ramiro sussurrou, fraco na cama de ambulância sendo levado.

Kelvin quis morrer, ele não conseguia parar de chorar, ele não conseguia acalmar seu Ramiro, ele não conseguia o assegurar de nada, porque nem ele se sentia seguro. Ele não conseguia fazer nada além de soluçar porque alguém machucou seu amor e ele sabe quem foi e porque foi e dói. . . dói tanto.

The 30thOnde histórias criam vida. Descubra agora