Subo as escadas e vou direto ao meu quarto. jogo a minha mochila com as roupas que levei no chão e tranco a porta. Me joguei na cama sentindo todos os sentimentos que nutri nos últimos dias me atingir como uma flecha.
Raiva, mágoa, tristeza, dúvida...
Queria chorar, mas me sentia cansada pra isso ou eu apenas não tinha mais estoque de lágrimas. Agora depois de anos nunca senti tanta falta da minha mãe, por mais que não tenha muitas lembranças dela sei que ela me salvaria neste momento. Sei que ela não deixaria meu pai se tornar esse homem que me fez o odiar.
Peguei meu celular e fui até o banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água cair. Precisava escutar a voz de coimbra e ter um momento feliz no meio deste caos, e meu pai não poderia nem sonhar que estaria falando com ele. Tranquei a porta e digitei seu número.
- vai me atende. - sento no chão de frente ao vazo.
Após quatro toques escuto sua voz.
* Ligação on *
- alô? - faz uma pausa. - Amorinha?
- oi - minha voz sai embargada. - pode falar?
- sim amor. - sua voz sai calma. - como foi aí? O cuzão do seu pai fez algo? Por que se tiver feito vou aí queb...
- calma coimbra. - engulo o choro que queria sair. - ele não fez nada, acho que ele acreditou em tudo. - suspiro. - começo amanhã.
- po nega, não queria você metida nisso - bufa. - ainda mais eu estando aqui longe. Não sei o que eu faria se acontecesse algo com você.
- não vai acontecer, vou tomar cuidado. Marçal e Olívia estão aqui também pra me fazer companhia. - digo tentando ser positiva.
- mermo assim, te prometi desde pivete que ia te proteger de tudo. - suspira.
- eu sei preto. - sussurro. - mas quero te ajudar a achar seu pai e saber mais sobre o tal Hugo, talvez explique por que meu pai se tornou isso nesses últimos meses. - olho pro chão.
- não sei se quero achar meu coroa não, ele sumiu por que quis, e ainda deixou um bilhete com uns papo torto do carai. - fala
Um barulho de soco na porta do quarto me fazendo assustar, desliguei a chamada e levantei rápido.
* Ligação off *
- luna? - escuto a voz de grego.
- Oii - grito apreensiva.
- tá no banho? - grita. - to te chamando lá em baixo e não te achei.
- sim. - respondo. - já to saindo.
Não o escutei mais, suspirei aliviada por ter trancado a porta do quarto. Se ele tivesse entrado talvez ouviria minha conversa com coimbra e a merda seria grande.
Avisei coimbra sobre o acontecido e por que desliguei na cara dele. Fui tomar banho precisava relaxar.
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