#2 "Cigarette"

264 24 11
                                    

Au' moderna.
Wriothesley e problemas com cigarro.
Boa leitura!
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
O hábito de fumar vem originalmente das classes mais altas, antigamente esse hábito era comumente visto como algo de alto escalão, relacionado a homens euruditos e com classe, e como disse antes, antigamente, pois nos dias de hoje o vício na nicotina é uma forma "eficaz" de esquecer e aliviar dores, sentimentos e mágoas passadas, Fontaine era a prova disso, país com mais casos de câncer por conta da nicotina.

Wriothesley era um entendedor de como o cigarro acalmava a mente quando nada mais conseguia, o delegado de cabelos escuros, roupas pesadas monocromáticas de preto e olhos azuis, tão azuis como um mar que você afunda cada vez mais em uma imensidão inexplorada, que tem seus 31 anos estava afundando na nicotina a 2 anos, o passado do rapaz foi cheio de turbulências, aqueles olhos de cor céu já viram as paredes frias e cinzas até mesmo da prisão, já as pessoas que considerava irmãos serem vendidos como porcos, como se não fossem nada, viu seus próprios "pais" sujos daquele líquido vermelho, cortes e mais cortes, e se viu sozinho em um tribunal sendo julgado por fazer a justiça com as próprias mãos, então talvez o soprar da fumaça resolvesse nas noites aonde os pesadelos tomavam conta da pobre alma do moreno, porém, as coisas mudam, as pessoas mudam, isso é fato, e nesse caos todo que foi a vida do jovem, ele se viu perdidamente apaixonado por outro homem dono de mechas brancas, olhos penetrantes de cor lilás, e a risada tão suave que lembrava as ondas de um oceano calmo, o promotor era alguém simples, mas que exalava autoridade por onde passava, era alguém de coração nobre, o delegado se lembra como se fosse ontem o dia que pediu o outro em namoro, foi em meio de chuva e lágrimas que ele se ajoelhou e, fez uma das melhores escolhas de sua vida.

Atualmente os dois moram juntos em uma casa de condomínio fechado, nesse período o delegado simplesmente não sentiu mais a necessidade do uso da nicotina, quando tinha crises o namorado estava lá, quando ele chorava o outro estava lá, não importava a situação, todo fim de dia ele estariam com Neuvillette abraçado na cama enquanto se aconchegavam um no outro, e ele se encontrou totalmente viciado no amor do dono de madeixas brancas, mas o mundo dá voltas, depois de 1 ano de namoro sempre haveria brigas e discussões, mas aquela foi diferente, pela primeira vez, Neuvillette simplesmente foi quem iniciou a conversa que logo se tornaria um desabafo, reclamava que o moreno, estava se afastando cada vez mais e mais dele, oque não era mentira, após o delegado se deparar com um caso muito semelhante ao do seu passado, as memórias vieram a tona, trazendo sede a justiça, ficava mais horas do que devia na delegacia, estava se desgastando apenas para ver aquelas pessoas atrás das grades, mas isso teria um custo, e nesse exato momento dentro do carro do moreno, as 2 horas da manhã, sozinho, sem ninguém mais, em uma rua na frente do trabalho do prateado, o de olhos azuis encontrava com um cigarro na mão e um isqueiro na outra, seu olhar vazio era infestado de lembranças ruins, tudo oque ele passou, revirando na mente, mais e mais rápido, a imagem da pessoa que ele jurou proteger em meio de lágrimas, ignorava tudo de bom que a vida tinha te dado até o agora, estava angustiado, esse era o sentimento que o atormentava, angústia, aquela dor que não passava no peito, a falta de ar, apenas iluminado pelo poste e agora pela chama que surgia do isqueiro, "só uma tragada", repetia pra si mesmo, quando viu a fumaça se dissolvendo no ambiente daquele carro, sentiu paz novamente, mas era uma paz ruim, tinha algo de errado, deu mais uma, duas, três, quatro, cinco tragadas e não passava, não resolvia, só deixou mais e mais irritado, quando viu o cigarro já estava na metade, decidiu terminar, já estava perdido em meio daquele vício nojento novamente, mas, ele apenas se esqueceu do que foi fazer ali, e após alguns minutos duas batidas no vidro escuro do carro foram ouvidas, ele xingou internamente, pensando se seria melhor só sair correndo dali ou enfrentar seu tão amado namorado, a mesma pessoa que ele jurou novamente que nunca mais seus lábios se sequer encostariam em um cigarro, e essa mesma pessoa estava desapontando o ser mais importante na sua vida, novamente.

Mais duas batidas na porta, o prateado nem conseguia enxergar lá dentro, a má iluminação não permitia e nem o filtro preto do vidro, o moreno destrancou as portas, e soprou mais uma vez aquela fumaça cinzenta no ar, sua perna esquerda tremia sem parar, estava no meio de uma crise, e se sentia tão perdido que nem seu porto seguro, Neuvillette, parecia convidativo, o prateado chegou no carro aparentemente feliz com sobretudo branco camisa azul bebê e calça cor azul marinho, ele entrou rapidamente e começou a falar sobre alguma papelada que segurava enquanto o moreno olhava para fora da janela do motorista agora aberta.

- Olha só Wrio! Eu consegui achar algumas coisas que podem te ajudar naquele caso, desculpa por ter começado aquela discussão... - disse pausadamente olhando pro outro- Mais cedo... -sentiu aquele cheiro forte que embrulhava o estômago atingir de uma vez, oque não ajudava estar de barriga vazia, estava incrédulo que o moreno nem sequer importava se o outro visse, e a culpa atingiu o prateado com força, aquela pontada no coração o nó na garganta, deduziu que seria melhor deixar o outro sozinho.

- Desculpa, mais uma vez... -o promotor saiu do carro seguindo o caminho até a sua casa ou a casa de sua amiga Furina, e onde o moreno acordou do seu transe só após ouvir a batida da porta, ele saiu rapidamente soltando o cigarro no asfalto com a leve brasa queimando ainda, indo atrás do de cabelos brancos.

- Neuvi! Calma aí, onde você tá indo? -o outro continuou andando -Neuvillette, espera por favor. -foi parado quando o moreno segurou sua mão, e obrigou a ficar parado. -Ei por favor, me desculpa eu não deveria ter feito isso, é que aconteceu tanta coisa ultimamente que eu-.

- Foi minha culpa. -o grisalho cortou.

- Oi?

- Foi minha culpa você ter essa recaída, eu interpretei mal suas ações, você só queria ajudar aquelas crianças e eu só te atrapalhei com essa carência estúpida, desculpa. -com a voz embargada ele cuspiu tudo de uma vez, e o nó na garganta apertou o suficiente pra ficar difícil de respirar.

- Não não, Neuvi, você entendeu errado, sou eu quem devo desculpas querido, olha pra mim. -o prateado obedeceu relutante, e foi quando os olhos azuis viram o outro com os rastros de lágrimas escorregando pela bochecha rosada do outro, os olhos carregando brilhando, doía ver ele assim, mas não podia negar que era lindo, beijou suavemente aqueles olhos inundados de tristeza sentindo o gosto salgado.

- Você só estava tentando fazer o melhor pra mim, e eu sou grato por isso meu bem, foi só muita coisa junta sabe? Parecia que eu ia me afundar a qualquer momento, e eu estava com medo, muito medo, de você me abandonar porque você tem todos os motivos e eu- o grisalho selou os lábios rapidamente só pra depois abraçar o outro com força que foi retribuído na mesma intensidade.

- Eu não sou o melhor pra falar as coisas, você sabe, mas por favor, deixa eu te ajudar, cada vez que você tem essas recaídas é quase um ano que eu perco com você, então por favor, eu te amo Wriothesley, não quero ver você causando sua própria morte...

- Também te amo Neuvi, mais do que possa imaginar.

Eles ficaram lá abraçados por alguns minutos sem dizer nada, só na presença de um do outro, e aos poucos as águas se acalmaram, e toda aquela tempestade foi resolvida, e no fim os dois dormiram juntos na cama, longe de qualquer mal e tormento, apenas duas almas apaixonadas.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Espero que tenham gostado! E não fumem ok?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

"50 Tons De Wriollette"Onde histórias criam vida. Descubra agora