CAPÍTULO 1

12 2 1
                                    


Acordar, um ato devastador para quem não quer estar nesse mundo...

Elevo um pouco o olhar, uma fresta de luz que vem da janela invade meu quarto, iluminando seu completo caos;

Sinto o corpo pesado, a cama está macia, sinto que poderia passar mais dias aqui, imóvel...

Logo meus pensamentos voltam a si com batidas altas na porta.

— Ana!!! — ouço a voz de Monique impaciente. — Abre a porta!!

Não respondo, não tenho forças pra isso, afundo a cabeça no travesseiro e torno a ouvir as batidas.

— Anabeth abre a porcaria da porta!! — sinto a irritação em sua voz. — Não sei a quanto tempo está trancada aí, preciso ver se está viva!! — Monique havia passado o resto das férias na casa dos pais, eu havia ficado no apartamento que dividimos.— droga Ana... abre a porta!!

Sinto a fraqueza em sua voz como se estivesse quase desistindo, até que ouço algo que sim, me faria levantar.

— Se não abrir a porta ligo agora mesmo para sua mãe. — me espanto sentando na cama para despertar. — Estou discando... — cantarolou.

Eu não abriria sem se ela ligasse para o papa, mas não queria mamãe enchendo meu saco aqui.

Levantei forçadamente, indo em direção a porta destrancando-a, Monique a abre e vejo sua cara de espanto quando olha meu quarto.

— puta que pariu Ana!! — falou indignada. — como você consegue viver aqui? — apontou para a desorganização do meu quarto.

Haviam livros pelo chão, algumas roupas, lencinhos espalhados...

Continuei em silêncio, não tinha forças para ditar uma palavra sequer, apenas deitei de volta na cama.

— Não, não, não — disse puxando meus braços. — você não vai deitar de novo, você vai sair dessa foça — afastou-se um pouco para analisar — Ana... você parou de tomar seus remédios?? — merda... fui pega.

— Talvez... — a única palavra que saiu da minha boca, uma voz rouca de quem não falava a dias.

— A não, já chega, irei fazer um telefonema.

— Por favor não ligue para minha mãe — falei buscando forças para levantar.

— Pior Ana, Pior! — Arqueei a sobrancelha, o que poderia ser pior que minha mãe — Irei ligar para Joshua.

Aquelas palavras ecoavam na minha cabeça Joshua, Josh. Meu irmão mais velho, se ele descobre que eu estou me sentindo assim de novo, capaz de pedir que me internem.

— Você não ousaria — falo.

— Você nem imagina. — tento impedi- la, mas ela se tranca dentro do banheiro.

"Droga, estou perdida" foi meu pensamento, Josh iria querer passar meses aqui até o remédio voltar a fazer efeito. Pude ouvir a conversa por trás da porta

*Alô, Josh? É a Monique, como vai??*

*Então, preciso que venha, Ana parou de tomar os remédios*

Porra... literalmente numa fria.

Ela sai do banheiro

LOVE TAKEN TO HELLOnde histórias criam vida. Descubra agora