Ela sabia que casaria com a mulher dos seus sonhos, sabia que aquele amor iria perdurar pelo resto de sua vida, mas não foi capaz de refletir sobre a ingenuidade de um amor idealizado.
Uma breve navegação pela linha do tempo da relação de Lena e Ka...
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Lena notou a ruga no centro da testa de Kara se formar, isso só acontecia em duas situações, quando a, agora loira, estava concentrada demais ou quando estava furiosa e, naquele momento, Lena sabia qual motivo prevalecia.
— Rachel, pode nos deixar sozinhas? — pediu à sua colega.
Rachel gargalhou em descrença, esperava o momento que a colega de elenco diria ser brincadeira.
— Você só pode estar brincando, não é? Você quer que eu saia do MEU camarim pra você se pegar com a sua ex? — Rachel Berry não era conhecida apenas pelo seu talento extraordinário e único, ela também ganhou a fama de péssima em socializar.
— Rac-
— Eu não estou aqui para criar uma confusão, eu só — Lena tentou encontrar as próximas palavras com cuidado, Kara a observava com uma semblante desconhecido, ela não sabia descrever — eu vou embora, desculpe — pediu a morena desconsertada — foi um ótimo show.
Lena passou por Kara, a ânsia inebriante de querer tocar aquela mulher, de segurar a sua mão, de condená-la aos seus braços em um abraço permanente, fez Lena engolir a seco ao passar pela figura, era doloroso demais apenas aguentar.
Rachel cruzou os braços e permaneceu com o foco na colega, Kara girou os olhos e saiu do camarim, bateu a porta ao sair e observou o corredor extenso. Lena ainda caminhava por ele, a loira sentiu um incômodo começar em seu estômago e emergir pela garganta, foi quando não se conteve.
— Lena! — gritou. Lena parou os passos, respirou fundo exatas duas vezes, não sabia o que esperar — O que faz aqui? — a voz de Kara soou quebrada, exausta, até um pouco esperançosa...
Lena virou-se, a poucos metros de si, Kara esperava por algo, a tensão fazia uma trilha que chegava até a morena de forma que era impossível desviar a rota, estava conectada apenas a elas.
— Ei, nerd! — Sam entrou no quarto da melhor amiga, a jovem estava imersa na leitura acomodada em suas mãos, o final da tarde em National City era fascinante, mas não mais do que a leitura da garota. — Lena? Ei! — Sam colocou a bolsa na cadeira vazia e seguiu até a janela majestosa do quarto.
— Sam? desculpa, eu estava em outro lugar — respondeu, fechou o livro e afastou os pés para a amiga sentar-se na poltrona livre — então? Como foi o restante do aniversário?
— Foi divertido — sorriu com as lembranças. Sam sentou-se na poltrona e trouxe os pés da amiga para os seus cuidados — eu não sei, mas tenho a sensação de que vou casar com Alex.
Lena gargalhou ao ver a feição apaixonada da amiga, era impossível não notar o quanto aquela relação fazia bem a mulher.
— E as suas provas?
Lena deu de ombros.
— Acredito que fui bem — as duas ficaram caladas por alguns breves momentos, Sam notou a distância da amiga, mas Lena não imaginava que estava tão óbvia assim. — Qual a história da irmã da Alex? Elas têm uma péssima relação ou o quê?
