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Juliana:

Acordo e sinto falta da presença do Antony na cama e vejo ele observando a vista na janela pensativo.

Me levantei e abraço ele por trás que rapidamente segura minhas mãos fazendo carinho e ficamos em silêncio até que ele me olhou e eu percebi que tinha algo errado.

Juliana:Tony, tá tudo bem? - perguntei e ele concordou.

Antony: a gente precisa conversar amor, Paquetá ligou pra mim desesperado de madrugada , dizendo que a Helena tava muito mal. - ele deu uma pausa e eu senti meu coração acelerar e me sentei na cama. - Helena tá com câncer.

Nessa hora meu mundo parou, a garota que cresceu comigo que tá comigo desde sempre , simplesmente com câncer ? Uma doença terminal é que ela pode morrer a qualquer momento? Não pode ser. Eu comecei a tremer e senti lágrimas quentes descendo pelo meu rosto e meu namorado me abraçou.

Antony:não adianta fazer quimioterapia nem nada mais , amor. Ela tá na fase final e pode morrer a qualquer momento.

Morrer a qualquer momento...
Morrer a qualquer momento...

Meu mundo parou de girar, não pode ser.

Juliana:não , amor. Diz que é brincadeira, uma brincadeira de mal gosto vai. - implorei e as minhas lágrimas só aumentavam cada vez mais  .

Antony:eu sinto muito, angel. -ele apertou o abraço e me deixou chorar enquanto eu pude e eu não aguentava aquela dor.

Juliana:eu quero ver ela. - falei e ele concordou.

Antony:ela já tá em casa, toma um banho que eu vou fazer algo pra vocês comerem. E nem diz que tá sem fome , lembra que agora é por duas pessoas que você tá lutando , mocinha.

Apenas concordei e tomei um banho gelado pra ver se acordava do pesadelo e não acordei.

Passei a mão na barriga e me permiti chorar mais e mais.

Juliana:desculpa , bebê, mas a mamãe não tá conseguindo ser forte. - suspirei.

Fiz minhas higienes pessoais e troquei de roupa , peguei minha bolsa com meu celular e algumas coisas dentro e fui pra cozinha vendo meu marido fritar um ovo e botar no pão.

Eu me forcei a comer mesmo não querendo, me forcei mesmo.

Fomos pra casa do Lucas e tocamos a campainha.

Paquetá: entrem aí , ela tá no nosso quarto.

Mesmo sem saber onde era, acelerei o passo e logo achei , não parecia a Helena , não a minha Helena, ela estava mais magra , o rosto mais pálido , mas assim que me olhou abriu um sorriso.

Helena:Ju! Você veio me ver. - sentou na cama e eu a abracei levemente. - não seja boba , não chore por mim.

Juliana:não tem como, você é uma das minhas melhores amigas. - falei com a voz embargada.

Helena:tá tudo bem, Deus é tão bom que mandou uma nova pessoinha aí ó. - alisou minha barriga. - não seja bobinha , abre o seu celular na galeria. Vai na nossa pasta.

 ᥲ꧑᥆r ᥣι᥎rᥱ- Antony Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora