Cornell University 1998
Halloween
Lembro que sempre vivi minha vida do jeito que queria. Houve coisas das quais posso ter me arrependido, mas isso não tirou a diversão de nada. Não me lembro da primeira vez que fiz sexo, assim como não me lembro de como era a vida sem orgasmo. Construí uma reputação imaculada, todos sabiam quem eu era, mas poucos sabiam o que eu fazia. Mulheres andam furtivamente pelo meu quarto sem serem detectadas. Veja, você pode retribuir, mas eu não. Posso te proteger, te acariciar e te adorar, mas apenas por uma noite. Eu poderia ser tudo o que elas precisassem, exceto uma coisa: uma namorada.
Nunca achei graça numa coisa dessas. Ver jovens que pensavam que estavam apaixonados parecia-me nojento. Nunca quis acreditar no amor, aliás, não acredito que ele exista. Acho que são pessoas que se apegam à ideia de estar apaixonadas. Qualquer que seja. Ter pais ricos e ausentes lhe dá muito tempo livre para fazer coisas, como aquela festa de Halloween em 98. Fui uma jovem elegante, com atitude, bom gosto, educação e classe. Mas naquele dia eu estava me sentindo mais vibrante do que o normal. Andei pela pista de dança querendo provar que estava acima de tudo e todos. Talvez tivesse algo a ver com o terno Fendi que eu estava usando. Minha fantasia era Al Pacino no filme O Poderoso Chefão. As mulheres acenavam para mim e tentavam chamar minha atenção e, além de atraentes, eram atraídas pela minha confiança. Sério, estou falando muito sério, senti que poderia ser qualquer coisa: Um CEO ou o Presidente dos Estados Unidos.
Talvez seja por isso que Elizabeth me convidou para passar a noite no quarto dela. Todo mundo sabia que Elizabeth Miller dormia com todo o time de futebol, mas o que as pessoas não sabiam é que raramente ela gostava de experimentar. Elizabeth era linda, sexy e atrevida. Pernas longas, corpo de ampulheta e longos cabelos ruivos cereja. Lábios finos e olhos castanhos. Eu tinha ouvido algumas fofocas envolvendo a boca dela e um cubo de gelo. Naquela noite eu estava prestes a descobrir se isso era verdade.
11B, Elizabeth havia escrito com lápis vermelho em um guardanapo. Subi dois andares, caminhei por um longo corredor e procurei uma chave que estava escondida no batente da porta no andar de cima. Quando entrei, o quarto estava escuro. Havia algumas luzes acesas, mas nada podia ser visto. Tropecei como uma idiota em algumas coisas. A cama era de solteiro, parecia que Elizabeth estava deitada, me esperando.
—Liz. — eu sussurrei. —Sou eu, Regina. — Coloquei a chave na cômoda e tirei o paletó. Desabotoei minhas calças e deslizei-as pelas minhas pernas. Tirei a gravata e por fim a camisa branca. Subi na cama. —Liz. — Eu disse perto do ouvido dela, enquanto tocava suas pernas. A mulher se virou, deu um pulo e começou a gritar alarmada. Tudo aconteceu tão rápido que, de repente, eu fui parar no chão e ela esvaziou o frasco de perfume nos meus olhos.
—Droga! — Eu gritei. —NÃO, NÃO, NÃO, NÃO MEUS OLHOS!
—Como você chegou aqui? — A mulher segurava o telefone na mão, ela estava prestes a chamar a polícia.
—Elizabete. — Eu disse, esfregando os olhos para aliviar a queimação. —Elizabeth, ela me convidou e me disse onde estava a chave. — Porra. Eu estava tendo dificuldade para respirar.
—Ela disse a você que a colega de quarto dela estaria aqui?! — A mulher continuou a gritar histericamente.
—Ela me disse que você era uma nerd, que ficaria acordada a noite toda estudando na biblioteca. — Eu estava com os olhos fechados e as mãos esticadas para a frente. Não sei por que diabos fiz isso, mas eu fiz.
—EU NÃO SOU NERD! — A mulher me bateu no rosto com um travesseiro. De novo e de novo e de novo. Sem parar.
—Qual o problema com você? — Eu disse quando ela parou de me bater com o travesseiro. —E o que é que você jogou no meu olho? pimenta?
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Made of Honor
RomanceRegina é uma mulher bem sucedida que sempre tem uma mulher diferente para passar as suas noites, mas somente uma mulher ocupa os seus dias, Cady, sua melhor amiga. Quando Cady viaja a negócios para a Escócia, Regina descobre-se apaixonada por ela e...