𝙍𝙚𝙢𝙚𝙢𝙗𝙚𝙧 𝙈𝙚...

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Martín e Luciano se conheciam desde os tempos de criança. Desde o momento em que os orbes se cruzaram, eles desenvolveram um laço forte e inquebrável. O amorenado tinha desenvolvido uma grande admiração pelo seu amigo loiro, afinal, o argentino conseguia ser bom em tudo. A infância passou mais rápido que o desejado, e quando menos esperaram, os dois amigos se depararam com a vida adulta. Em fim chegara o momento em que teriam de se separar e seguir caminhos opostos. Aquilo foi difícil para ambos, logicamente não deixariam de ser amigos, mas as trilhas que seguiriam eram tão diferentes que se tornaria complicado manter tudo igual.

Dessa forma, os meses foram se passando, pareciam uma eternidade para o brasileiro, que apenas desejava desfrutar de momentos divertidos ao lado de seu argentino. Sentia falta de Martín, ansiava por ouvir a risada do loiro, os abraços. Mas parecia ser impossível naquele momento, já que nem as suas ligações estavam sendo atendidas. Suspirava frustrado enquanto tentava fazer mais uma ligação. Assim como das outras vezes, a única coisa que ouviu foi a bela voz do loiro, indicando que estava na caixa postal. Na realidade, nenhum dos dois pareciam os mesmos, estavam tão distantes que nem parecia que eram amigos de longa data.

Após tanto tentar, Brasil estava cansado. Eram tantas mensagens sem resposta, ligações não atendidas, e visitas em vão. Ele já estava cansado de correr atrás do loiro. Se jogou em sua cama, sentindo suas costas se chocarem contra o acolchoado confortável. Ficou olhando para cima enquanto tentava dormir, sempre acabava se perdendo em seus pensamentos. E bem, tudo que pensava envolvia o loiro. Os dois amigos tinham diversas memórias compartilhadas, pois passaram grande parte da suas vidas um ao lado do outro. Martín era o melhor amigo de Luciano, na verdade, era o único. O brasileiro é uma pessoa sociável, com uma facilidade absurda de conversar com pessoas, mas, por alguma razão, não conseguia confiar em ninguém, apenas em Martín.

Em meio aos seus devaneios, o toque inconfundível de seu celular preencheu o ambiente silencioso do quarto do brasileiro. Sem tanto ânimo, olhou a tela do celular, seus olhos arregalaram e no mesmo instante atendeu a ligação. Era Martín. Finalmente o seu loirinho retornara suas ligações, escutaria finalmente a voz bela do outro chamando por si outra vez.

- Lu.. ¿Estás ahi? - A voz do argentino foi escutada do outro lado da linha, causando uma sensação de familiaridade para o brasileiro ao ouvir seu nome ser pronunciado com aquele belo sotaque que o Hernandez carregava consigo.

- Sim, claro que estou. - Sua voz soava um tanto animada. Não fez esforço algum para esconder aquilo do rapaz. - Como você esta, Martín? Você sumiu...

- estaba bastante ocupado. Perdón. - Disse o loiro. - Mas eu estou bem, Luciano. Vi que me ligou bastante, ¿pasó algo?

- Nada de mais, Argentina. Mas, sabe como é... estava com saudade. - O brasileiro disse, e uma risada anasalada foi escutada do outro lado da linha. - Eu fico feliz em saber que está bem, arg. Mas queria saber quando a gente vai se ver de novo, faz bastante tempo desde a última vez.

Um silêncio se fez presente na ligação. O argentino estava pensando. Sentia falta de seu amigo também e gostaria de ver Luciano com mais frequência. Mas, atualmente emprego o impossibilita até de tomar banho às vezes, então, sair com o brasileiro tinha se tornado complicado. Não estava ignorando Luciano de proposito, ele realmente não tinha tempo. Chegava do trabalho, e a única coisas que desejava era dormir e descansar o máximo possível para compensar as noites que virava por conta do emprego rigoroso. Maldita profissão.

Sabia que Luciano tinha um carinho enorme por si, e era reciproco, já que os dois eram melhores amigos. Sentia falta das brincadeiras idiotas que o brasileiro sempre insistia em fazer, das suas danças extremamente ridículas e atrevidas. Queria vivenciar todos os passeios que fizeram na praia, todas as partidas de futebol que jogavam juntos, amava ver a feição de Brasil quando perdia. Era tão divertido estar ao lado do moreno. A pouco, voltou da empresa a qual trabalhava, tinha virado três noites trabalhando e escrevendo relatórios. Alimentação saudável? Martín não se alimentava direito desde o momento que começou a trabalhar naquele inferno. Mas, precisava ver o seu brasileiro. Precisava matar aquela saudade.

𝙍𝙚𝙢𝙚𝙢𝙗𝙚𝙧 𝙈𝙚... (𝙗𝙧𝙖𝙖𝙧𝙜)Onde histórias criam vida. Descubra agora