Prólogo

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Soren, o grande rei de Eldoria,levantou-se do trono, transtornado.

— Estou lhe dizendo, meu Senhor!— O anão mercenário guinchava de bruços com o pé de Draven sobre suas costas — O velho Malachai, junto com uma quimera, na terra dos humanos. Eu os vi!

Soren deu as costas a todos e levou a mão até o cordão de ouro em seu pescoço que sustentava um pingente de cristal redondo. Ele sentiu o pingente vibrar. Não precisava olhar para ver como estava. Aquele pedaço de cristal sempre conteve um pedaço do mar, com ondas revoltas em um azul intenso. Havia alguma relação entre a história contada pelo anão e a mulher que Soren procurava? Era o que o cristal parecia indicar.

— Não sei se devemos dar ouvidos a um mercenário, Senhor o Rei. — Draven apertou a criatura ainda mais forte contra o chão, e seus gemidos ressoaram pelo salão — É a palavra de um bandido.

— Sim, sou apenas um bandido. Que outro lugar me deram nesta maldita sociedade? — A voz esganiçada do anão fez com que o Rei se voltasse para eles — Mas arrisquei a minha liberdade e a minha vida para trazer até o Rei esta informação.

— E vai fazer isso sem pedir algo em troca? — Draven debochou.

— Sou um indesejável, senhor. Luto pela minha vida todos os dias. E essa informação que trago é importante para vocês. Eu poderia ter vendido a qualquer um, mas fiz o que era certo. Por que não devo ser recompensado?

O nojo surgiu na expressão de Draven, que cuspiu próximo ao rosto do anão.

— Chega! — Soren ordenou — Solte ele.

O anão se levantou com dificuldade, ajeitou suas roupas imundas, e os ralos cabelos que se misturavam aos pelos de suas orelhas.

— Qual é o seu nome?— O rei se aproximou e parou diante dele.

— Keldan Olho-de-Águia, meu Rei.

— Pagarei pela informação, e também para que leve Draven e seus homens até lá. — O rei ignorou quando o anão e o guerreiro trocaram olhares cheios de ódio. — Por hora, você será mantido como nosso hóspede, sob a guarda de guerreiros experientes, se tentar fugir não poderei me responsabilizar pela sua segurança.

O anão se curvou diante do Rei Soren, e saiu guiado pelos guardas.

Draven se aproximou do irmão.

— Devo matar Malachai, ou o trago vivo, para que o senhor mesmo o mate?

— Pouco me importo com esse homem. — O Rei pôs as mãos nos ombros de Draven — Preciso que encontre a Quimera para mim. Sem nenhum arranhão.— Acrescentou.

O rosto do homem mais novo foi tomado pela incredulidade.

— Está pensando mesmo que... — Draven teve dificuldades em se controlar — Senhor, precisa esquecer essa profecia maldita. Já trouxemos diante do senhor cada mulher de sangue mágico que pudemos encontrar. Além disso, se a mulher está com Malachai, pode ser também uma traidora como ele.

— Teremos que descobrir. Mas há algo, sinto isso. Encontre-a para mim.

Em seguida o Rei deu uma ordem ao seu secretário.

- Traga Twyla Duskryn até aqui.

Draven não teve opção além de se curvar para o Rei, deixar a sala do trono e ir se preparar para a sua próxima missão.

Destinada ao Rei BruxoOnde histórias criam vida. Descubra agora