A jornada do melhor amigo do Suserano do Mal

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Sento tranquilamente na varanda, tomando um suco e ouvindo Tamara cantarolando algo na cozinha.

Nos mudar para a Austrália foi a melhor escolha de nossas vidas.

É bom finalmente poder relaxar no campo depois de tudo que passamos, na guerra contra as forças das trevas.

Ter uma casa, pessoas que fariam qualquer coisa por mim, é muito mais do que poderia sonhar.

Eu sempre achei que minha vida seria ser jogado de um lar para o outro até ter idade suficiente para ser chutado de vez dos orfanatos para me virar sozinho nas ruas.

Ser um mago foi meu jeito de livrar-me desse triste destino.

Mas nunca pensei que seria um Makar.

Quando descobri fiquei feliz e preocupado. De repente eu era importante, um herói, alguém que lutaria contra as trevas, mesmo que quase todo mundo só me visse pelo meu poder, era animador.

Mas, por outro lado, não queria morrer precocemente como Verity Torres, o que acabou acontecendo. 

Entretanto, não me arrependo do modo como morri.

Preferia morrer mil vezes a ver um dos meus amigos sem vida.

Call e Tamara eram tudo que eu tinha. Só realmente aceitei ser o mago do caos quando percebi que os protegeria, e eu, de certa forma, consegui com minha morte.

Mortes, na verdade.

Quando voltei a vida, tudo ficou confuso.

Meus pensamentos, minha alma havia se misturado a algo sombrio que, com certeza, não era Call. Na época pensei se tratar dos reflexos da alma de Constantine Madden.

Hoje sei que era algo um pouco mais complicado.

Eu não era eu mesmo.

Tamara soube desde o início. Já Callum estava tão preso em sua culpa, tão desesperado por redenção, que não ouviu a voz da razão que era a garota. 

Mas sua teimosia teve um lado bom, foi assim que derrotamos Mestre Joseph e seu exército.

Ainda tenho pesadelos sobre aquele dia.

Ficar na mente de Call foi bem mais confortável que a ressureição. Ele tinha pensamentos mais complicados do que pensei, com toda aquela culpa, alto-policiamento e, é claro, a lista do suserano do Mal, achei ridículo mas o dava certa segurança. 

Também pude acessar seus pensamentos quanto a mim e Tamara, quase vomitei com suas ideias melosas, como ele zelava por nossa segurança, e nos valorizava como seus primeiros amigos, para ele, éramos como luzes para a sua suposta escuridão. Callum admirava a inteligência da garota e minha coragem e heroísmo, aparentemente ele me vê como uma espécie de Capitão América mágico, por isso tive o cuidado de isolar meus pensamento dos dele, para não decepciona-lo.

Foi quando, tentando ajudar, iniciei a nossa maior guerra, ao libertar as memórias de Maugris.

Derrotar Alex e me dar seu corpo não foi o fim da guerra contra as forças das trevas, na verdade, foi só o início

Estávamos felizes que iríamos para o Collegium juntos, e com o mundo supostamente em paz.

Eu ainda estava tentando me acostumar ao novo corpo e identidade. Era extremamente estranho olhar no espelho e ver outra pessoa, falar com uma voz que não era minha, não ser mais chamado pelo meu nome, mas era o único jeito de ficar vivo sem prejudicar Call, ou atormentar seus pensamentos, também estava cansado de suas confusões mentais por causa de Tamara, eles são um casal incrível, mas é mais fácil achar isso quando não se está morando na mente de um deles.

Após o CollegiumOnde histórias criam vida. Descubra agora