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Depois de dez minutos chegamos no restaurante. O caminho foi tranquilo, Aisha se sentou ao meu lado no banco do passageiro, e é claro que Mattel ficou no banco de trás, lógico, eu não deixaria ele ficar do meu lado.

Aisha e eu conversamos sobre vários assuntos variados enquanto Mattel apenas mechia no celular. Acho que ele é um daqueles adolescentes viciados na tela brilhosa do celular.

Entramos no restaurante e de primeira já avisto meus pais e os pais de Mattel sentados em uma mesa ao lado da janela. Mamãe e Papai gostam muito desse restaurante e frequentam muito o local, então já é como se fossemos da casa.

Nós aproximamos e nós sentamos na mesa grande. Mattel ficando na minha frente. Nada demais.

— finalmente vocês chegaram! Já chegamos a muito tempo.

Papai disse com aquela cara falsa de quem está dando um sermão, eu já disse que essa cara não combina com ele. Ele é bonzinho demais.

— Oi pai. Enfim, pergunte ao Mattel o motivo do atraso. 

Mattel me dá uma encarada feia, e todos olham para ele.

— Me desculpe senhor, eu estava conversando com um amigo e acabei me esquecendo que Alina estava me esperando.

Meu pai encara Mattel com uma cara feia, e posso ver a expressão de Mattel mudar, talvez... Assustado?

Papai fica o encarando por alguns segundos, e posso ver Mattel engolir em seco, quando de repente, papai solta uma gargalhada.

— Se acalme filho, isso acontece. — posso ver sua expressão mudar rapidamente para alívio. — não se desculpe, e outra, por favor não me chame de senhor! Pode me chamar pelo nome.

Mattel sorri falsamente.

— Tudo bem Heitor.

— Ah, Mattel. Você mencionou um amigo. É um amigo da Itália?

Mamãe pergunta entrando na conversa.

— Ah sim, na verdade, esse meu amigo também é daqui, ele morava com a mãe, mas então foi morar com o pai na Itália. Foi lá que nós conhecemos, agora ele voltará a morar com a mãe dele, viemos juntos pra cidade. O considero um irmão.

A boca de mamãe forma um lindo O enquanto ouve Mattel, falar.

— ohh, que legal! É bom que além de Lina e Aisha você já tem um amigo aqui. — Mamãe sorri amigavelmente olhando para nós. Ela sabe muito bem que tudo que menos quero é me tornar amiga de Mattel.

— Sim, Aidan é muito querido por nós. — tio Joseph comenta.

Um garçom se aproxima e não consigo conter o sorriso.

— Luís!

Digo olhando para o cara na minha frente. Luís. Nós conhecemos na biblioteca central da cidade. Eu havia esquecido minha bolsa encima de uma das mesas de leitura, ele foi rápido e me devolveu antes de eu sair, então avistei um livro que eu já havia lido em sua mão, e começamos uma longa conversa sobre livros. Desde então somos amigos.

— Lina! Pensei que não viria mais! — ele diz com um sorriso. Ele cumprimenta todos da mesa, sendo educado como sempre.

— Você não vai se livrar de mim tão rápido. — digo.

Luís ri e me dá um rápido abraço.

— Na verdade Luís, os amigos dos meus pais a quais considero tios, voltaram da Itália e vão ficar na cidade. Viemos relembrar os velhos tempos.

— uau, Itália! Isso é longe! — tio joseph concorda com um sorriso, e igual tia Louise faz. O único de cara fechada, que não sei o por que, é Mattel. — mas de qualquer forma sejam bem vindos.

— obrigada Luis, você parece ser um bom garoto! — Tia Louise diz.

— E ele é, Louise. Luís é um menino de ouro. — mamãe comenta e Luis agradece com um sorriso.

— bom pessoal, oque vão querer para hoje?

🌪️

Fizemos nossos pedidos e almoçamos. Mattel ficou o tempo todo no celular, meus pais e meus tios apenas conversavam entre si, claro, eles tem muita conversa pra botar em dia. Sorte que trouxe Aisha comigo, caso contrário ficaria que nem uma idiota, duvido muito que o idiota do Mattel iria tentar socializar, garota estranho pra porra.

Logo depois o almoço mamãe pediu para mostrar Mattel o bairro, não queria, mas infelizmente terei que fazer.

— está animado com a faculdade Mattel? — minha amiga pergunta Mattel, enquanto andamos pelo bairro.

— Na verdade não muito. Nem queria voltar para esse lugar. Apenas estou aqui por que meus pais praticamente me obrigaram — ele da um sorriso debochado.

Reviro os olhos. Como esse garoto consegue ser tão irritante apenas abrindo a boca?

Passamos pela pracinha onde fica a quadra, e automaticamente me lembrei de quando era criança. Eu e Mattel costumávamos ser "melhores amigos" até ele endoidar e decidir que me odiava. Brincávamos quase todo dia na quadra, só eu e ele.

Aos olhos das outras crianças eu era "estranha" e ele era o meu único amigo. Infelizmente as coisas mudaram muito, se Mattel não fosse a porra de um bipolar, talvez ainda seríamos amigos.

Olho para ele que está, sorrindo?

— Vocês são dois idiotas. — pisco confusa e volto pra realidade quando Aisha interrompe meus pensamentos, só então noto que ela está na nossa frente com os braços cruzados, e eu e Mattel... Estamos nos encarando. Merda.

Desvio o olhar na hora.

— do que você tá falando? — mattel é quem pergunta desviando o olhar também.

— são idiotas, pois estavam encarando uma quadra aleatória sorrindo e logo depois fizeram contato visual um com o outro. — merda! — Oquê é? Essa implicância? Amor ou ódio?

— Aisha! — repreendo e ela faz uma cara de desentendida.

🌪️

O resto do dia foi frustante. Fiquei o dia todo no meu quarto, para não ter que ver Mattel. Na hora do jantar ele comeu tão rápido que tenho dúvidas se tinha algum alimento naquele prato. Logo subiu para o seu quarto e nem falou mais comigo.

Como eu disse, bipolar pra caralho.

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⏰ Última atualização: Jul 22 ⏰

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