Onde há persistência, há um recomeço

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escrita por cevemo

Olha eu aqui depois de meses Antes de me xingarem, saibam que esse capítulo tá uma delicinha, hein

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"A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo."— F. Scott Fitzgerald

Na semana seguinte, após acordar e tomar café, fui ao jardim e passei a cuidar da frágil planta. Reguei-a e deixei em volta de seu talo a borra de café, que li ser benéfico às plantas. Alisei suas poucas folhas, notando algumas manchas esbranquiçadas, mas não sei se é algo ruim, pretendo pesquisar em breve.

De certa forma, gastar alguns dias cuidando desta pequena árvore tem sido bom para mim. Distrair a cabeça é muito bom, mas ainda não consigo parar de pensar nos meus pais, além de que estou a ajudando a se reerguer e espero que no futuro ela seja grandiosa, como uma verdadeira cerejeira deve ser.

Não pude usar muito do meu tempo no jardim, meu dia seria agitado com o trabalho. Pelo menos posso trabalhar em casa e com mais conforto, mas ainda assim, devo ser responsável e administrar muito bem o meu tempo.

Como eu sou designer, meu tempo passa voando enquanto trabalho, e quando menos espero, o Sol já foi embora. Não ter muita noção do tempo passando faz com que eu nem ao menos me lembre de cuidados básicos, como ir comer ou ir ao banheiro, por isso geralmente coloco um alarme a cada três horas para que eu possa cuidar de mim mesmo.

Durante as minhas pausas, gosto de olhar pela janela e observar o quão calmo é a vizinhança. Sempre tem crianças brincando na rua, pessoas passeando com os seus cães e casais fazendo caminhadas. De certo modo, me sinto descolado com esse ambiente, não sei se é porque me lembra dos meus pais ou porque simplesmente eu não me encaixo.

As pessoas que conheci aqui me pareceram bem legais, principalmente os meus vizinhos, que são o tipo que ninguém espera, ainda mais quando se trata do nosso país tão conservador.

São um casal jovem formado por dois homens gays extremamente amigáveis, me senti confortável com eles logo de primeira, eles passaram rapidamente em casa para me cumprimentar e perguntar se eu precisava de ajuda com alguma coisa. Tivemos uma conversa curta, mas muito produtiva, em que percebi que não haveria nenhum problema futuro com eles.

Olhando pela janela, já ao entardecer, pude notar que a casa ao lado, que parecia não ter ninguém, finalmente estava com as luzes acesas. Fiquei curioso para saber como seria esse meu outro vizinho, esperava de coração para que ele fosse como Jisung e Minho.

Observando o meu jardim, percebi alguém perto da pequena cerejeira. Imediatamente deixei minhas coisas para trás e fui até lá saber se o homem estava danificando a minha planta ou apenas olhando.

Andei pelo gramado de maneira cautelosa, nem mesmo o mínimo barulho chamou a atenção dele. Chegando mais perto, notei que ele acariciava as poucas flores que a planta tinha, parecia encantado com a força que ela tinha para continuar lutando para crescer, mesmo após ter sido abandonada pelos antigos donos.

— Gostou dela? — perguntei baixo, logo atrás do homem.

O jovem, aproximadamente da mesma idade que a minha, assustou-se e se levantou de supetão, os seus olhos arregalados e esbulhados pelo susto quase me fizeram rir de si.

— Ah! Oiê... Gostei sim — cumprimentou de maneira envergonhada e em seguida me estendeu a mão. — Me chamo Kim Taehyung, sou seu vizinho.

Segurei sua mão pelo o que me pareceram horas, já que o Kim pareceu gostar de olhar para meu rosto. O seu também não era desagradável.

Flores de cerejeira e um recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora