Dizem que quando está para morrer toda a sua vida passa por seus olhos. Bom, posso confirmar isso com total certeza. Me chamo Thomas Alvarez Stzlizender, tenho 16 anos, estou no estagio final da leucemia. Estou no quarto 207 do hospital San Francisco II, não tenho forças para mais nada. Esbranquiçado, dopado, fraco. Admito que não sinto mais minhas pernas. Reclamava das dores intensas, mas agora, gostaria de sentí-las novamente.
O doutor, acabou de sair, provavelmente está dando a notícia aos meus pais. Seu filho está morrendo, não tem mais chance de sobrevivência. Não temos sangue compatível o suficiente para salvá - lo. Eu lamento.
Começo a me lembrar dos momentos felizes que tive com eles. Nos dias de ações de graça, onde minha mãe me deixava repetir duas vezes o macarrão com queijo. No natal, quando meu pai me dizia que o melhor presente que alguém poderia lhe dar já tinha sido entregue quando nasci. No almoço aos domingos na casa da minha avó, onde sempre tive muito assunto para conversar. No estacionamento do supermercado, onde meu pai me deixava pilotar o carro.
Me perco em meus pensamentos, como será isso? Como será morrer? Deixar essa vida. Dormir. E não acordar mais. No minuto em que fecho os olhos, com um pouco de dificuldade, ela vêm a minha mente. Alice, era uma estranha, virou uma amiga, minha namorada, mas eu menti, eu a magoei, espero que ela me perdoe, e lembre dos bons momentos.