Nessa família eu era aceita e gostava muito deles, mas eles não eram os meus pais e nunca me obrigaram a chamá-los eles de tal forma. Minha amizade com Lucas era ótima, nós sempre íamos para onde queríamos e eu sempre tentava arrumar uma namorada para ele, mas ele nunca queria. Lucas é um menino muito bonito, pele escura, cabelo preto e olhos verdes. Toda vez a mesma coisa, ele sempre foge das meninas.Nós conversamos com outras pessoas, temos alguns amigos, mas meninos do que meninas. Lucas não gosta que eles vão a nossa casa porque ele sempre cisma que eles estão dando em cima de mim. Ele diz que é coisa de irmão e só quer me proteger. Eu ainda acho que posso causar mais perigos à eles do que eles à mim.
Eu sou meia isolada, gosto de ficar sozinha no meu quarto, desenhando ou lendo. Eu ouço muitos comentários quando resolvo andar pela cidade. Falam que eu matei meus pais pelo dinheiro. Eu nunca faria isso, eu os amava e ainda a ferida não havia cicatrizado, nunca cicatrizaria.
Tirei esses pensamentos da minha cabeça e fui fazer um das coisas que eu mais gostava de fazer fora do meu quarto, correr.
Não sabia ao certo o quanto já tinha corrido pela floresta, mas resolvi voltar, pois começava a escurecer. Eu amava a natureza e todos os dias eu ia correr, era sempre a mesma rotina. A beleza e o encanto da floresta me faziam passar as vezes horas correndo, a brisa e o aroma puro, a luz do sol através das folhas das árvores era hipnótico.
Quando eu estava voltando para casa vi um caminhão de mudanças e um carro passarem por mim, nem a imaginei para onde estavam indo, quase todo dia moradores novos surgiam, pois, a cidade crescia cada vez mais. O carro era todo preto e até os vidros eram escuros, não conseguia ver quem estava lá dentro.
Continuei a correr até avistar novamente o caminhão e o carro que estavam ao lado da minha casa, aonde os meus antigos vizinhos haviam ido embora a duas semanas. Eu havia me esquecido disso.
Quando cheguei à frente da minha casa vi as portas do carro se abrirem e vi quatro pessoas saírem. Uma linda mulher que tinha por volta uns 45 anos, ela vestia um longo vestido preto com detalhes dourados na cintura que deixava aquela mulher elegante e bonita. Ela tinha cabelos negros e olhos da mesma cor, além dela, acho que seu marido, que tinha ao meu parecer, a mesma idade que a mulher. Ele estava com uma calça preta e um blazer azul escuro, tinha o cabelo escuro e os olhos da cor de mel, também era muito bonito. Ao lado deles estavam um casal, que chutei ser filho dos dois, o menino parecia ter a minha idade 17 anos, tinha o cabelo escuro e olhos negros e a outra mais velha, por volta de uns 19 anos e tinha cabelos da mesma cor que o de sua família, pretos, e olhos da mesma cor. Ambos eram muitos bonitos, a menina, me olhou de canto e me lançou um sorriso de lado e eu apenas retribui entrando em casa.
- Por que está vermelha assim? - Lucas perguntou.
- Eu estava correndo - Respondi ofegante depois da corrida e daquele sorriso.
- Até agora? - Perguntou outra vez.
- Pare de ser chato - Mostrei a língua e ele me abraçou.
Ele estava estranho, algo em seu olhar era incomodo
- Lucas - chamei e ele não respondeu - Você está bem?
Ele estava me assustando. O empurrei e ele não se moveu. Ele me tinha em seus braços, ele era mais alto do que eu, mais forte e eu mesmo assim tirar ele de cima de mim.
- O que está acontecendo com você hoje? - Pergunto, ele me olhou de cima pra baixo e por um instante vi algo estranho em seus olhos.
Ele foi chegando perto, mais perto, mais perto e a cada passo que ele vinha em minha direção eu recuava. Até que me encostei na porta, eu senti que ele viria me beijar, mas então alguém bateu na porta. Lucas me olhou e parecia que tinha saído do transe. Eu estava assustada sem conseguir entender o que acabou de acontecer, mas mesmo assim e abri a porta. Me assustei quando vi aquela mulher na porta da minha casa. Lucas continuava atrás de mim.
- Olá. - Ela falou
Eu demorei para responder e quando fui falar Lucas se intrometeu.
- Olá, tudo bem? - Ele começou.
- Sim, eu sou a sua nova vizinha e queremos dar um jantar para conhecer vocês e sua família hoje à noite. Gostariam de ir? - Ela o interrogou - a propósito, meu nome é Mortícia.
- Prazer Mortícia, meu nome é Lucas.. essa é minha irmã - Lucas falou e antes que ele falasse meu nome eu disse.
- Enid.
Não sei se foi impressão minha ou ela estava surpresa com o meu nome.
- Que belo nome. - Disse mortícia.
- Obrigada - Respondi.
- Vocês irão ao nosso jantar com seus pais? - Mortícia perguntou.
Lucas me olhou.
- Eles não estão em casa, então nós... - Lucas começou a perguntar, mas eu o interrompi novamente.
- Sim!
Não queria ficar sozinha com Lucas, ele estava muito estranho. Assim que Mortícia se despediu, Lucas fechou a porta e me olhou como se estivesse pensando "onde paramos" e começou a se aproximar de mim novamente. Falei que iria tomar um banho e subi a escola o mais rápido que pude o deixando na sala de estar. Entrei no quarto, fechei e tranquei a porta. Fui até a minha janela para fechar as persianas quando olhei para casa ao lado, me deparei com um a menina, filha de Mortícia, ela também me olhou. Foi ela quem tinha sorrido para mim mas cedo. Nós ficamos nos olhando não sei por quanto tempo, mas pareciam horas, até que alguém entrou no quarto dele e eu rapidamente fechei as persianas. Fui tomar banho e não saia da minha cabeça a maneira como Lucas havia me olhado daquela forma e por qual razão ele teria tentado me beijar, ele era como meu irmão, não deveria agir daquela maneira.
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aoba, tem como votar pfvr? :)
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A maldição da lua - wenclair adaptation
Mystery / ThrillerEnid era uma garota isolada, diferente das outras menina da sua idade. Marcada pelo assassinato de seus pais, mas sua vida se torna coberta de mistérios de repente com a chegada de uma família em sua cidade. Eles são diferentes, eles são estranhos...