I LIKE IT

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- Cadê ela, cara? - Caio chamou sua atenção batendo em seu ombro.

- Como caralhos vou saber, idiota? - seus olhos vagavam pela sala de estar do casarão do amigo.

- Cara, você é sempre assim tão descuidado com suas namoradas? - o rapaz zombou entregando-lhe uma garrafa de cerveja em temperatura detestável.

Ramiro aceitou.

- Ela não é minha namorada, e para de falar isso por aí. - deixou um peteleco na orelha alheia. - Especialmente perto dela.

- Porque não? - sorriu travesso. - Estraga suas outras conquistas?

- Eu não tenho outras conquistas, mas acreditar que falo sobre ela o tempo todo continua sendo um problema pra mim. - deu um gole em sua cerveja, mas abandonou a garrafa em cima da mesa logo em seguida. Estava simplesmente intragável. Quente e espumosa demais.

- E você não fala? - o La Selva gargalhou sabendo da verdade.

Ele era tão irritante!

- Inferno, não! - Socou o braço do amigo em brincadeira. - Você fala o tempo todo dela e eu preciso ficar te cortando. Focou nos olhos escuros e elevou uma das sobrancelhas. - Todo esse interesse é tesão reprimido?

- Qual é, não fico com garotas de amigos. - gritou por cima da música - E estou muito feliz tentando a sorte com a minha pretinha.

- Aline?! - Ramiro curvou-se para frente rindo alto. - Aline Machado está cagando pra você, Caio!

- Ela é uma mulher muito difícil. - justificou muito sério - Preciso passar confiança, ir com calma.

- Ou talvez ela só não esteja mesmo afim de te dar, já pensou nisso? Algumas mulheres, felizmente, são imunes a sua babaquice. - voltou sua atenção para a pista de dança. - E veja só! A sua boca ela não beija, mas a dele... - apontou em direção ao canto da sala parcialmente escura.

- Kelvin Santana não conta. - em seu tom de voz, Caio fingia não se importar, mas virou-se de costas para a cena que se desenrolava a pouco menos de um metro de distância.

- E não conta porque? - Ramiro perguntou divertido, mas pouco interessado na resposta.

O engenheiro agrônomo estava muito mais interessado em observar Aline, uma das produtoras rurais para quem havia começado a trabalhar poucos dias antes, com a língua enfiada na boca de Kelvin, o dono do bar mais famoso da cidade.

Ei! Não julgue. Era impossível de não olhar! Kelvin era lindo, Aline também, e a forma como ele a segurava em seus braços era...

- Kelvin pode ser considerado facilmente como a criatura mais rodada em um raio de muitos quilômetros. - estava emburrado por, momentaneamente, ter cedido a curiosidade e agora observar o beijo bastante tórrido do qual não fazia parte. - Na verdade, eu não me arrisco a dizer nem quantos quilômetros porque, nesta casa toda, as únicas pessoas que não beberam daquela água ali foram eu e você.

Ramiro revirou os olhos pelo comentário, mas não conseguiu segurar a risada curta. Sim, ele conhecia a fama de Kelvin. Todos conheciam. E, enquanto para alguns aquela seria uma fama detestável, o ex-garoto de programa não parecia se importar nem um pouco. Particularmente, Ramiro também não. Desde que chegou em Nova Primavera observava o rapaz de longe e achava no mínimo interessante alguém ser tão requisitado nas camas da região, ficava até mesmo... curioso.

Certo.

Bem mais que curioso.

- Sabe o que eu acho? - retomou o assunto - Que você só está puto porque pelo que fiquei sabendo, na "brincadeirinha" eles se beijam em toda festa, mas pra você ela não olha nem três segundos seguidos.

I KISS A BOYOnde histórias criam vida. Descubra agora