Monster // Saida

2.

-E então? Como foi? - Momo já chegou me perguntando, dei de ombros.

-Normal. - ela franziu o cenho, com certeza sem entender - E você? - não a deixei fazer mais perguntar, afinal, nem eu havia entendido o que tinha acontecido.

-A gente conversou demais. - falou - Ela é super engraçada. - riu e eu senti um pouco de inveja.

-Sério? Como é o nome dela? - perguntei.

-Nayeon. - falou - Você não tem ideia do que ela pode fazer, Dahyun. - virei a cabeça curiosa.

-O que? - eu estava realmente muito interessada, Momo mostrou um sorrisinho de lado.

-Ela pode parar o tempo. - franzi o cenho.

-Ahn?

-Parar o tempo. - falou. Eu não estava acreditando - Tipo... Não sei explicar. É incrível. - falou, com os olhos brilhando.

-Em apenas duas horas você já viu o que ela pode fazer... - resmunguei.

-E você não? - perguntou e eu neguei com a cabeça.

Eu estava sem entender. Eu queria muito ter conversado com Sana e saber suas habilidades, gostos e até queria que ela falasse seu nome para mim. Mas ela não fez nada disso, ela me tratou como um animal selvagem, que estava prestes a atacar em qualquer momento, e eu, com certeza, não era isso. Só queria conhecê-la. Momo torceu a boca, como se estivesse um pouco chateada com minha resposta.

-Depois pergunto a Nayeon se ela sabe algo sobre as outras pessoas. - assenti - Vai que ela sabe sobre Sana.

-Sim. Eu quero apenas ajudá-la. - falei baixo.

-Eu sei. - falou, tocando em meu ombro - Eu também quero ajudar. Por isso estamos aqui, não é? - assenti, sorrindo - Agora vamos logo, que daqui a pouco termina o horário de almoço.

Ri um pouco e me levantei, seguindo Momo até o refeitório, onde todos estavam conversando mais alto que o normal. Avistei Mina e ela também estava animada. Provavelmente estavam todos falando sobre suas experiências de duas horas, enquanto eu não tinha porra nenhuma para falar. E o pior, eu tinha certeza que alguém iria perguntar.

-Dahyun! - escutei alguém falar e me virei para a mesa, onde todos agora estavam me olhando - Como foi o monstro? - perguntou e eu suspirei, falando:

-Assustador. - Momo olhou para mim, entendendo meu tom de brincadeira, mas acho que as outras não pegaram do mesmo jeito.

-Ai meu Deus... - eles ficaram em silêncio, e logo depois começaram a falar novamente, eu apenas fui até a bancada onde estavam distribuindo o almoço e peguei o meu.

Lembrei do menino que aquela mulher machucou ontem a noite, me perguntando se ele estava bem. Provavelmente ele seria cuidado por uma das pessoas que estavam ali, agora a pergunta era: Qual delas? Seria muito estranho chegar perguntando em cada um, por isso guardei minha curiosidade para minha imaginação. Após almoçar calada, levantei e, sem ninguém perceber, sai do refeitório. Eu teria que ir até a farmácia, onde tinha os remédios de Sana, e depois pegar seu almoço e tudo mais. Mas antes fui até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto. Eu estava realmente precisando daquilo. Fiquei olhando-me no espelho por um tempo, respirando com a boca entreaberta. Sai do meu transe depois de alguns minutos, indo até o quarto guardando minhas coisas lá.

Vi o relógio de parede no quarto e eram quase duas e meia, franzi o cenho. O tempo estava passando mais rápido do que eu imaginava. Daqui a pouco eu teria que ir até Sana novamente.

Fui até a farmácia do local e bati em um sono que tinha ali, pois não havia ninguém. Logo uma mulher com cara de poucos amigos apareceu, levantando as sobrancelhas.