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Sila

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Sila

— PORQUE ELE É UM ASSASSINO, OK?! Ele a matou! Ele a matou! Ele... ela... a matou!

Abro abruptamente os olhos e encontro o teto do meu quarto. Ofegante, me sento na cama e puxo o ar para tentar me acalmar. Um assassino, ele disse, mas eu não vi isso nos olhos de Jessé. Pensativa, saio da cama e vou para perto de uma janela. O meu olhar vai para direto para o estábulo do outro lado do jardim e como se fosse atraída por ele, me afasto da janela, visto um casaco quente e macio por cima da roupa de dormir, e saio do quarto.

Dentro do corredor encontro a quietude da casa, além da sua escuridão e caminho cautelosa para não esbarrar em algo, e assim não acordar a casa inteira. Vou direto para cozinha, bebo um pouco de água e luto contra a minha vontade de sair ao encontro do animal.

Não ir para o estábulo, essa é uma das suas regras. Bufo audivelmente e sem querer os meus olhos param em cima de um cesto cheio de cenouras em cima de um balcão.

Isso é um sinal, certo?

É um convite declarado a ir visitar o meu novo amigo. Penso, sentindo o meu coração disparar com essa minha travessura. Sorrio, soltando o ar pela boca. Entretanto, pego algumas cenouras e me aventuro pelo gelado jardim noturno. Em alguns segundos estou abrindo o portão largo e antes de dar o primeiro passo para dentro, olho ao meu redor para ter certeza de que estou sozinha.

— Oi, você! — sibilo me sentindo mágica. — Se lembra de mim?

Como da última vez o animal me passa tranquilidade. Jessé tem um olhar meigo e doce, como pode ser chamado de assassino se ele nem é arredio? Murat, de onde você tirou isso?

— Veja, eu trouxe comida. — Ofereço-lhe uma cenoura que ele aceita de bom grado e isso me faz sorrir ainda mais. — A propósito, eu me chamo Sila e é um prazer te conhecer, Jessé! — Não demora para o cavalo devorar o seu lanche, e logo uma ideia se passa pela minha cabeça. — Que tal um passeio, assim eu te conheço melhor e você me conhece também. — Jessé me responde com um relincho baixo e sorrio satisfeita com isso. — Ótimo! — O ajudo a sair do seu esconderijo e carinhosamente ponho uma cela no animal. Meu coração dispara quando finalmente o monto e o meu sangue ferve quando ele começa a correr. O vento frio da noite bate no meu rosto, mas eu não me importo porque nesse momento estou curtindo a liberdade que o meu novo amigo está me proporcionando.

... De quem é aquele quarto?

... É da minha esposa.

... Da sua esposa? Meu Deus, está me dizendo que você é casado, homem?! E o que eu sou, a sua amante?!

... Não!

... A Cecília morreu há um ano.

— Você a conheceu bem, não é? — sibilo quando decido parar um pouco e faço mais carinho nos seus pelos grossos. — Ela deve ter sido uma grande amiga para você. — Respiro fundo e o analiso por alguns segundos. — O que será que você viu, Jessé? O que aconteceu no dia da sua morte? — Respiro fundo outra vez. — Por que eu não acredito que fez o que ele disse que você fez? — Fito o seu olhar meigo e sorrio. — Não, definitivamente não foi você, meu amigo. Mas quem? — Olho para o céu que começa a clarear e penso que já é hora de voltar, antes que eles descubram o que eu fiz. — Esse será o nosso segredo, Jessé.

Casada com o TurcoOnde histórias criam vida. Descubra agora