My old man is a bad man

But I can't deny the way he holds my hand

...And he grabs me, he has me by my heart

He doesn't mind I have a Las Vegas past

He doesn't mind I have a L.A. crass way about me

He loves me, with every beat of his cocaine heart

Quando Chuuya conheceu Dazai, ele sabia que aquele homem era encrenca. Talvez fosse o perfume "BLEU DE CHANEL" misturado com o cheiro de nicotina — ou com o cheiro de whisky caro —, ou, quem sabe, pelo olhar fatal e intenso que fazia com que todos os pelos do seu corpo se arrepiassem. Ele não fazia ideia do porquê daquele homem mexer tanto consigo, mas ele tinha certeza de uma coisa: eles pensavam a mesma coisa.

Dazai não era um estranho qualquer, ele era, na verdade, o melhor amigo de sua família, o que fazia com que eles estivessem sempre juntos e isso era como o inferno na terra. Haviam se encontrado cerca de um ano atrás, quando o filho único da família Nakahara entrou na faculdade de design, o que pareceu interessar Dazai. E a partir daquele dia, o seu inferno começou. O homem estava sempre em sua casa, lançando-lhe olhares discretos, contudo, sugestivos. Olhares que apenas ele conseguia entender, é claro. Agora, a família Nakahara vivia nas festas de luxo de Dazai, afinal de contas, quem recusaria isso?

A verdade é que, por mais que Chuuya soubesse que Osamu estava fazendo tudo aquilo para mantê-lo por perto, o Nakahara e o Dazai nunca, de fato, haviam trocado mais do que duas ou três palavras formais em uma conversa perto dos pais do garoto.

Claro que, além disso, ninguém jamais poderia pensar que ambos pudessem ter algo. Chuuya era um moço reservado, que mantinha as aparências na frente de sua família, mas também, Osamu Dazai era um homem muito mais velho do que ele. Não que isso fosse importante, de qualquer jeito.

Todavia, mesmo com a constante interrupção dos pais do garoto, Chuuya nunca deixou de procurar a oportunidade perfeita para estar junto de Osamu, a sós pela primeira vez na vida. E nunca achou que essa oportunidade viria a surgir pelos próprios planos do milionário.

— Como assim passar a noite na casa do Dazai? — perguntou para sua mãe, ignorando a presença do homem que estava ao lado da mesma, encarando-o com um olhar misterioso.

— Sim, não é maravilhoso? — Ela perguntou, animada. — Bem, já faz um tempo que eu e seu pai não ficamos a sós e Osamu nos garantiu que você poderia passar a noite em sua mansão. Isso seria perfeito, né? Você adora tanto aquele lugar.

Sim, era verdade. Mas não era toda a verdade. Chuuya não amava a mansão em si, ele amava o homem que morava lá.

— Qual é, não acha que podemos nos divertir? Uma noite dos rapazes? — perguntou, com um sorriso incógnito nos lábios avermelhados. — Acho que ainda tenho a animação dos jovens da sua idade. — disse.

Ah, com toda certeza ele tinha. E talvez, tivesse ainda mais animação, pelo menos, a animação que Chuuya esperava que ele tivesse.

Sem nenhuma objeção, Chuuya aceitou passar a noite na casa do gostoso com perfume amadeirado e extremamente caro.

E ele sabia que não estava indo pra uma casa, ou mansão, comum. Chuuya Nakahara estava prestes a ir para a cova de leões e o próprio leão o queria lá. A questão que sobrava no ar era: quais eram as intenções do homem.

Um jogo de caça? Algo como as brincadeiras de gato e rato? Chuuya sabia que Osamu Dazai era a sua perdição e ele estava disposto a cair de cabeça no precipício.

[...]

Chuuya tinha permissão para entrar na casa, então não chamou ninguém, contudo, estranhou que o local estivesse tão vazio. Geralmente haviam alguns empregados passando de um lado para o outro no jardim, contudo, desta vez o local parecia deserto. O garoto de longos cabelos sabia que o dono da mansão estava em casa porque as luzes estavam acesas — na verdade, isso poderia se ver de longe —, mas então porque a casa parecia estar vazia?