Cap 16

9 1 0
                                    

Alguns dias depois

Esse resto de semana foi tranquilo, passei meus dias estudando e ouvindo os três treinar. Eles são bons juntos e parece que meu pai quer juntar-los. Falar nisso, hoje vou ver ele. Já faz um mês que não o vejo, ele nem me liga só manda dinheiro mas nao da sinal de vida. Apesar de tudo ele é a única família que eu tenho, então sinto sua falta.
Me arrumo normal para um dia de frio, e vou me preparando emocionalmente para encontrá-lo. Antes de sair de casa, vejo Jimin, Mia e Jeon cantando juntos e saio de fininho para não atrapalhar.

Chego na casa do meu pai depois de quase 2h dirigindo, ele mora no centro e nós estamos em um AP muito afastado da cidade. Eu bato na porta e quem vem atender é a senhora Nabi, governanta dele a anos. Ela fica feliz em me ver e me dá um abraço e me direciona para o escritório que é onde meu pai está.

- oi pai

- oi minha filha, quanto tempo

- eu não sei se o senhor queria me ver mas estou com saudades

- é claro que eu queria te ver Angel, mas não gostaria de invadir seu espaço depois de tudo que fiz pra você nos últimos anos

- eu sei pai, não foi sempre que o senhor foi horrível. Me lembro muito bem de quando eu era pequena o quanto que cuidava de mim

- nós fomos uma família feliz por muitos anos, eu realmente amava muito sua mãe e ela ter ido embora daquele jeito acabou comigo. Sinto muito ter descontado tudo em você

- pra mim também não foi fácil pai, eu sinto muita falta dela. Mas parece que ela nunca teve filha, nunca ligou pra saber se eu estou bem

- pra falar a verdade ela ligou sim, tenho cartas desdo dia que ela foi embora. Mas eu escondia tudo de você, ela tentou te levar mas não deixei eu queria magoar ela de alguma forma. Te fiz passar por muitas coisas

- eu quero ver pai, me deixa ler as cartas. Me diz onde minha mãe está, eu queria poder ver ela

- de jeito nenhum Angel, não é porque estou fazendo terapia pra tentar ser um pai melhor que vou deixar você ver ela. Eu posso até te dar as cartas mas só isso. Minha posição de você não vê-la e nem de cantar continuam as mesmas.

Me sinto frustada e chateada mas não posso cobrar muito dele. Só dele estar mais carinhoso já é motivo o suficiente pra eu agradecer. Pego as cartas feitas pela minha mãe que estão em duas caixas enormes guardadas no porão e levo até o carro para ler com calma em casa. Saber que ela não me esqueceu aquece meu coração.

Chego em casa o mais rápido que consigo, minha ansiedade me mata por dentro. Com dificuldade levo as caixas até o elevador e subo. Parece que não tem ninguém em casa então largo tudo ali na sala mesmo e começo a ler.

Para minha querida Angel

Minha pequena princesa, eu imagino que você está me odiando nesse momento. Provavelmente já é uma adolescente linda e forte. Não consigo expressar em palavras o quanto sinto sua falta, e como me lembro de você a todo segundo dos meus dias. Não sei se um dia seu pai vai permitir que chegue em você essas cartas, já que a tantos anos escrevo sem respostas. Quero que saiba que o motivo do meu sumiço não foi por sua causa, eu amava seu pai e te amo mais que tudo. Porém me sentia infeliz vivendo em um país estranho sem nenhum familiar por perto, sem poder viver meu sonho vendo a vida passar lá fora. Eu fugi pois não aguentava mais viver presa dentro de uma casa e dentro de mim mesma. Eu fiz de tudo pra lê trazer comigo mas não consegui. Já pensei muitas vezes em voltar e te buscar mas imagino que você nem me considere mais sua mãe. Minha filha, quero que você seja uma mulher forte que corra atrás dos seus sonhos e não deixe de viver nada por causa dos outros. Eu te amo minha pequena Angel.

A cada palavra que eu lia uma lágrima escorria pelo meu rosto, eu gostaria de entender ela mas a raiva me consumia por dentro. Eu não fui suficiente pra ela aguentar sua solidão, ela preferiu a vida dela do que esperar que eu crescesse e ir embora comigo. Talvez ela não me amasse tanto assim quanto diz, eu quero ser forte mas como posso ser forte se nem as pessoas que me colocaram no mundo me amam? Pensamentos ruins tomam minha mente e nesse momento só consigo chorar abraçada no meu próprio corpo. Estou presa naquela solidão até que sinto alguém me abraçando por tras. Eu não consigo olhar quem é mas pelas tatuagens nas mãos deduzo que é o Jungkook. Ele não diz nada, fica abraçado comigo até que eu me acalme e pare de chorar.

- desculpa Jeon, atrapalhei seu treino né?

- Angel não importa o que eu estava fazendo, eu largaria tudo pra te ajudar

- eu queria ser forte, eu te juro que eu queria

- não precisa ser forte agora, eu tô aqui pode desabafar

Em breve palavras eu falo pra ele das cartas da minha mãe e o que consegui ler delas. Ele percebe o modo que eu estou destruída por dentro e apenas fica ali comigo me deixando chorar até que eu adormeça. Não sei o que eu significo pra ele, só sei que naquele momento eu era grata por ele me acolher daquele jeito.

Perfeitos Desencontros (Jimin) Onde histórias criam vida. Descubra agora