— Eu sou muito burra! — Reclamo para mim mesma enquanto corro para jogar minhas coisas nas malas e bolsas que tenho.
Nem sei ao certo o que estou levando, mas tento colocar o máximo possível.
Meu tio provavelmente vai surtar quando descobrir que tive que deixar a casa que ele me ajuda a pagar assim como se eu fosse uma foragida, não que no momento, eu não fosse uma, já que estou literalmente fugindo de uns malucos.
Bem que eu deveria ter percebido que eles eram irmãos, como eu posso ficar com um durante semanas e com o outro durante 12 dias direto? Eu tenho que começar a perguntar e rascunhar a árvore genealógica dos caras que eu decido ficar, ainda mais se eles forem tão ciumentos.
Sempre brigam entre si, mas esses irmãos são tão unidos que agora querem me culpar por estarem sofrendo do coração.
Desde quando fizeram homens tão frágeis assim?
O pior é que eles são envolvidos com paradas erradas, eu me meto em furadas e depois acabo sofrendo. Nem posso mais viver romances fortes e prometer amor recíproco e mais uma centena de mentiras sem ser chamada de falsa, safada, ordinária, sério, quem ainda usa a palavra ordinária?
Paro de jogar as minhas coisas na bolsa assim que ouço o barulho do microondas avisando que minha pipoca estava pronta. Posso ser maluca, mas nunca fico com fome.
Já não sei fazer muita coisa na cozinha, então quando não é um ovo, e não estou reclamando, ovo é a coisa mais versátil que tem, frito, cozinho, omelete, mexido, farofa de ovo, enfim, uma perfeição. Quando não era ovo, era um miojo ou pipoca.
Me sento em frente a TV e a ligo para ver o reporter, mais uma vez estava falando sobre os Vingadores e como ele sempre salvam a Terra, claro que o favorito deles é o Homem de Ferro, tão convencido e amado por todos, tem um ego que não caberia nem se juntasse todas as suas armaduras.
Ele estava falando sobre mais uma tecnologia incrível que colocou em suas armaduras e na do seu bebê. Eu nem sabia que um homem de lata pudesse ter um filho aranha, mas pelo visto, tem.
Ouço a porta sendo aberta e tomo um susto, quase me engasgando com a pipoca, também, a lerda esqueceu de pegar alguma coisa para beber.
Um homem alto entra com seu cavanhague e bigode bem cortados e seu cabelo jogado um pouco para o lado, sua jaqueta de couro dava um ar de bad boy, e eu até poderia falar que ele era um daqueles que andava com uma super moto, mas eu o conhecia, e provavelmente levaria uma baita bronca.
— Ei, você está ao vivo! — Exclamo apontando para a televisão, ele nem segue meu dedo, apenas cruza os braços na altura dos peitos.
— Isso é tudo gravado. Está jantando pipoca? — Ele levanta o saco que já estava na metade no sofá.
Normalmente ele avisa quando vem, então sempre comprava umas coisas em restaurante e fingia que era eu quem tinha cozinhado, não sei se ele comprava a ideia, mas nunca reclamou.
— Também estava com saudades, tio.
Abro os braços o olhando e dando meu melhor sorriso, a resposta foi uma almofada sendo jogada no meu rosto.
— Sei que já fez as malas e arrumou problemas, de novo. Não vou te dar mais nenhuma chance.
— Eu nunca te dei problema. — Eita como a fofoca rola solta.
— Eu nunca falei, mas sei de todas as besteiras que você já fez, pensei que agora com vinte e dois anos fosse amadurecer, mas vi que me enganei. Vamos, pega suas coisas, Happy esta nos esperando no carro.
Happy, com certeza foi ele! Eu juro que o vi esses dias na loja de conveniência.
— Não tenho escolha?
Seu olhar de repreensão já tinha me dito tudo.
Nos minutos seguintes eu passei colocando tudo sozinha, ênfase no sozinha, com dois homens me encarando jogar tudo no porta malas do carro. Eu sabia que esse dia chegaria, o dia em que ele iria me obrigar a me mudar para algum lugar mais próximo dele, já gostava de me vigiar estando longe, agora perto, seria pior ainda. Mas eu precisava de novos ares, conhecer novas pessoas, acho que seria bom para mim.
Durante todo o caminho no carro, no helicóptero e no jatinho particular, ele ficou em silêncio, e eu também, Happy até tentou puxar assunto algumas vezes, mas eu não gosto de X9.
Só sei que algumas horas depois eu apaguei, quando fui acordada, por um puxão de cabelo, sim, meu tio era o mais implicante do mundo, olhei ao redor e vi que estava em uma garagem enorme.
— Que prédio é esse? Meu novo apartamento? — Questiono enquanto corro para alcança-lo.
— Prédio? Você acha mesmo que eu te deixaria morar sozinha novamente? — Ele solta uma risada sarcástica ao ver meu olhar de desespero. — Kimberly, eu sou um homem que adora viver, livre, sem responsabilidades, há 6 anos eu peguei você como responsabilidade a pedido de sua mãe, e eu nunca vou tirar meus olhos de você, agora você irá morar comigo!
Agora foi a minha vez de rir, começou como sarcasmo, mas se transformou em nervosismo ao ver sua cara super séria.
— Eu irei morar com você e com a Pepper?
Como se eu a tivesse invocado, a loira cobreada aparece como sempre impecável numa linda roupa social e saltos, não sei como essa mulher passa tanto tempo em cima de salto alto.
— Também pensei nisso, mas Tony quer que você seja vigiada vinte e quatro horas por dia. — Ela me da um abraço apertado — Estava com saudades, Kim.
— Eu também estava, mas como assim vinte e quatro horas? Terei babá novamente?
Entramos em um elevador e Tony se vira sorrindo para mim.
— Digamos que algumas.
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VIGIADA
Fanfiction- Eu vim para cá para ser vigiada ou virar uma babá de um velho mal educado com um braço de ferro? - Kimberly O'brien - Eu não sou obrigado a ficar preso com uma mimada cria de Stark! - Bucky Barnes