FELIZ 100K EM TE ESQUECER!!
IMPORTANTE: Nesta história, Kelvin é claustrofóbico, sendo assim, pode conter pequenos gatilhos (inclusive no que se refere a ansiedade), leiam quando se sentirem confortáveis.
Espero que gostem e qualquer coisa tô lá no wakeupfox ('X') como sempre. Amo vocês com todo o meu coração.
[...]
You are the best thing, that's ever been mine...
AGORAKelvin está preso.
É um espaço pequeno demais e tudo o que ele pode fazer é tentar manter o ar circulando dentro de seus pulmões para não desmaiar.
Sempre odiou locais como aquele. Sempre. E apesar do esmagador sentimento de incapacidade somado à impossibilidade de fuga não serem uma novidade, eles não se tornam mais fáceis de lidar, apenas mais reais, e é claro, um tanto piores do que já foram um dia.
Num tic-tac distante e ritmado se vai um minuto, dois ou uma eternidade... Para ser sincero, ele não sabe ao certo quanto tempo passa até concluir que não irá aguentar mais – e isso nem mesmo importa. A sensação de vertigem toma conta de seu corpo, fazendo-o escorregar com as costas contra a parede para então colocar a cabeça entre os joelhos. Já funcionou um dia, não funciona mais.
No final das contas, não há qualquer saída visível, não pessoa alguma para lhe ajudar.
Kelvin está sozinho.
E o que seria pior do que aquilo? Nada. Quase nada.
Ele pode gritar e bater contra as estruturas maciças até seus punhos sangrarem, mas a exaustão se tornaria um perigo maior e seu chamado jamais seria atendido.
É quando o cenário começa a mudar, nunca se está fundo o bastante quando se trata de toda aquela merda, aparentemente. As laterais do ambiente em questão passam a mover-se em sua direção, a área que já parecia atormentavelmente pequena se torna menor, e as lágrimas em seus olhos deixam de ser escassas.
Acabou.
Kelvin está perdido.
Incapaz de controlar seu próprio corpo e sua mente. De reagir. E talvez seja porque, em algum lugar em seu interior, ele nem deseje realmente reagir.
Talvez ele queira aquilo.
Que as estruturas se fechem por completo e o reduzam a nada.
Que tudo acabe de uma vez, para que cenas como aquela jamais se repitam.
Ele quer aquilo, conclui. Rápido, mas não indolor. Ele quer o fim que nunca chega, afinal, Kelvin está em um pesadelo. Cada imagem ali é parte de uma criação de seu subconsciente que, assim como tudo no mundo, parece querer derrubá-lo, e a aceitação de um destino vem, como o esperado, junto do seu despertar, levando-o de volta à realidade dura de lidar.
Ele abre os olhos assim que tudo desaparece e a visão do teto claro do quarto devolve o seu ar. Se é bom ou ruim, o rapaz é incapaz de dizer. Seus dedos ainda torcem os lençóis e ele sente as gotas de suor escorrendo pela testa quando gira e encara a parede.
Do outro lado da cama há apenas o vazio, exatamente como em seu sonho. Há ele e mais ninguém. Está se acostumando com a estranha solidão, com acordar depois de um pesadelo e não ter um corpo deitado ao seu lado, com a falta de palavras que o fariam respirar mais devagar e retomar seus sentidos. Está se acostumando com a ausência, com a frequência em que se vê precisando levantar no meio da noite e, muitas vezes, até mesmo sair pela rua e caminhar distraidamente para que sua cabeça volte ao lugar no qual deveria estar.
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2:30 A.M.
FanfictionÉ madrugada do dia 25 de Dezembro, mas ao invés de doces sonhos de Natal, Kelvin é acordado por mais um de seus pesadelos.