Imagines Vikings

05. Simple Girl - Ubbe

Perfil: Undiscovered-horizon
Traduzidos por: calliopexxxxc

Resumo: Imagine ser uma garota simples morando em Kattegat. Parece que a sorte está sempre do seu lado: as pessoas nunca te incomodam, sempre há comida suficiente na sua despensa, os comerciantes sempre oferecem bons preços. Há rumores de que você tem um anjo da guarda na forma de um príncipe de ponta-cabeça por você.

A maioria das pessoas chamaria isso de segredo aberto: algo que é, comumente, bem conhecido, mas não reconhecido publicamente. Outros simplesmente chamariam isso de boato, pois não acreditaram na história que lhes foi contada, seja por ciúme ou ceticismo. De qualquer forma, não importa se alguém acreditou ou não, praticamente todos os ouvidos em Kattegat já ouviram falar da paixão do príncipe Ubbe por uma garota normal.

Se um cético perguntasse a um crente sobre a história, ele receberia múltiplas evidências, embora não muito convincentes:

A garota em questão era conhecida por [nome], embora a maioria das pessoas que falaram sobre ela em relação a todo o "incidente do príncipe" apenas a chamassem de garota. [Nome] morava mais nos arredores de Kattegat, onde tinha bastante espaço para suas vacas e galinhas.

Ela morava com a mãe doente e dois irmãos mais novos. Quatro bocas para alimentar é bastante, mas os deuses devem ter gostado especialmente daquela garota ocupada, já que ela e sua família nunca passavam fome.

Pareceu estranho para (S/N) quando ela tinha certeza de que havia apenas quatro potes de mel no dia anterior, mas na manhã seguinte havia cinco. Na maioria dos casos, ela encolheu os ombros, pensando que simplesmente cometeu um erro no dia anterior.

Outras vezes ela tinha certeza absoluta de que era alguém, e não algo, que acrescentava comida à despensa: como quando ela conversou com alguém sobre a necessidade de mais ervas fora de estação e na manhã seguinte havia pelo menos dois cachos novos secando no fundo da despensa da casa dela.

A outra evidência foi talvez a mais convincente, pois não poderia ter sido simplesmente subestimada a um erro de cálculo. O problema com [nome] é que ninguém nunca a incomodava. Embora essa afirmação nem sempre tenha sido verdadeira, tornou-se assim após apenas um incidente.

Era por volta do final da primavera, quando os comerciantes da Europa Oriental atravessavam o Mar Báltico para tentar a sorte nas Terras do Norte. Um jovem, que vendia panelas com o pai, gostou de [nome]. O problema com Mieszko, como esse era o seu nome, era que suas palavras para com a garota não eram totalmente apropriadas.

Sua abordagem agressiva e importuna terminou tão rapidamente quanto começou, mas não da maneira que se poderia esperar. Se acreditarmos nas supostas testemunhas, depois que [nome] saiu do mercado, o príncipe Ubbe abordou Mieszko e conversou um pouco com ele. Na manhã seguinte foi como se o eslavo tivesse desaparecido da face da Terra. Se esses dois casos estavam relacionados entre si, permanecerá para sempre um mistério, mas tais acidentes acontecem muito raramente.

A outra coisa, provavelmente a que mais causou ciúme entre aqueles que vivem em Kattegat, foi o tratamento especial dos comerciantes locais. Na verdade, ninguém teria notado uma ligeira discrepância nos preços se não fosse pelo esquecimento de [nome].

Ela percebeu que algo estava acontecendo quando conversou com sua vizinha, uma mulher da sua idade, e percebeu que ela paga significativamente menos por vários bens do que sua amiga. Quando os comerciantes-culpados foram questionados sobre isso, nenhum deles deu uma resposta completa e definitiva: preferiram usar a desculpa de [nome] ser uma cliente regular, ou o fato de que ela precisa cuidar de sua mãe doente.

A menina poderia estar alheia a alguns fatos mas não era boba, desde o início sabia que estavam sendo desonestos com ela mas ao mesmo tempo não via alternativa de como abordar o assunto.

A evidência menos convincente, mas ao mesmo tempo a mais amada, foi o tratamento direto que o príncipe deu a [nome]. Se ela estivesse carregando alguma coisa, o príncipe Ubbe apareceria do nada e a ajudaria. Olhando de lado, pode-se brincar que Ubbe Ragnarsson estava sempre de prontidão, esperando, que a menina precisasse de ajuda e que ele salvasse o dia.

Por mais infantil que isso pudesse parecer, parecia ser esse o caso. Além de seu hábito peculiar de sempre aparecer em momentos de necessidade, algumas pessoas que estiveram mais envolvidas no suposto drama de [nome] e Ubbe afirmaram ver um novo hábito bastante estranho que o príncipe adquiriu nos últimos meses. : ele estava olhando. Bastante.

E não é uma maneira mundana e sem sentido, não, se alguém fosse acreditar naqueles apaixonados contadores de histórias, o príncipe Ubbe tinha o hábito recém-criado de olhar para [nome] sempre que podia.

Seu olhar deveria ser irreconhecivelmente suave e ainda assim distraído, como se ver a garota fizesse sua mente escapar para uma fantasia de outro mundo que tocava as cordas mais íntimas e gentis de seu coração. Ao mesmo tempo, seus olhos nunca deixaram a silhueta dela, mudando de gentis para um tanto predatórios, como se esperassem pela chance de atacar e levar o prêmio de uma só vez. Um jackpot.

Agora, é difícil discernir quais evidências são fatos verdadeiros e quais peças são apenas reimaginações lindamente hiperbólicas de ocorrências diárias dolorosamente comuns e mundanas. A única coisa em que todos concordaram por unanimidade foi que definitivamente havia algo acontecendo entre [nome] e o príncipe Ubbe, mas se era algum tipo de paixão ou simples cortesia, só poderia ser conhecido pelas almas envolvidas...